sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Reflexões sobre Lucas 15

 

Uma breve reflexão sobre Lucas 15.

Em Lucas 15, como às vezes pregado e ensinado, não há 3 parábolas. O verso 3 expõe o que temos ali. Diz o referido verso: "Então ele lhes propôs esta parábola." Note não propôs parábolas; propôs parábola (singular), então é uma só.

Pois bem, a primeira parte da parábola enfoca uma ovelha, enquanto a segunda parte, enfoca uma dracma.

A OVELHA é um animal peculiar ao judeu. Desde que Israel foi para o Egito, nos dias de José, eles foram posicionados na terra do Egito como pastores de ovelhas, o que era uma abominação aos egípcios (Gen 46:34).

O próprio Senhor Jesus fez referência a Israel como ovelha quando disse:

"Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mat 15:24).

E outra vez:

Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mat 10:5,6).

 Então nestas escrituras acima, Israel é caracterizado figurativamente como ovelha.

Por outro lado, a "DRACMA" não tem nada a ver com o judeu. A dracma é uma moeda grega, o que representa o gentio. Em Romanos 1 temos isto em perfeita ordem. Paulo escreveu ali que: "ele não se envergonhava do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego."

"PRIMEIRO DO JUDEU, E TAMBÉM DO GREGO." Observe esta expressão! Não confere com as duas figuras iniciais de Lucas 15? Então, entendo que é disto que a parábola está falando.

A conversa que gerou está parábola é esta:

E CHEGAVAM-SE a ele todos os PUBLICANOS E PECADORES para o ouvir. E os FARISEUS E OS ESCRIBAS murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles” (Luc 15:1,2).

 Então o diálogo entre o Senhor e os publicanos e pecadores, suscitou nos “noventa e nove justos” este questionamento. Por isso a parábola foi exposta de forma completa, detalhada e não resumida.

Nela o Senhor expõe o evangelho que haveria de ser pregado, bem como, seu alcance. Judeus e gentios ou ovelha e dracma seriam os alvos e são postos em cena nesta alegoria, tal como a forma como ambos seriam alcançados.

Assim nela temos em figura em primeiro plano o Senhor (aquele que foi após a perdida, Israel) e o Espírito Santo (aquele que acende a candeia, varre a casa e busca até encontrá-la, o gentio).

Nos dois filhos, o mais novo (publicanos e pecadores) e o mais velho (fariseus e escribas), temos o relacionamento pessoal do Senhor naquele tempo. João escreveu que Ele “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo. 1:11,12).

Os acontecimentos futuros, como registrado em Atos, especialmente, nos capítulos 11,13,14 e 15, descrevem a forma como no princípio foram recebidos em casa.

Assim observem o diálogo entre o pai e os dois filhos. O mais velho representa os noventa e nove justos que não precisam de salvação, o mais novo os que são salvos.

O mais novo nos fala tanto da ovelha como da dracma perdida, e sabendo que o Senhor veio salvar os pecadores, tanto judeus como gentios se enquadram entre eles.

O Senhor, repetindo suas próprias palavras referidas acima, não foi enviado senão as ovelhas perdidas da casa de Israel; no entanto, enviou os seus com esta mensagem:

"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mat 28:19,20).

Porque Ele mesmo não fez isto? Porque existia algo terrível entre Deus e o homem e sua salvação. Havia uma sentença de morte. Deus ordenou a Adão:

De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, CERTAMENTE MORRERÁS” (Gên. 2:16,17).

A humanidade estava por causa do pecado debaixo de uma sentença de morte. Portanto, um pecador morrendo, somente receberia a punição, sentença aplicada aos seus pecados, então o que fazer? Nada! Impossível redimir-se.

O salmista escreveu:

Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele (Pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre)” (Sal 49:7,8).

O quadro era aterrador, não havia saída para o homem em si mesmo. Em todas as direções só se via pecado, transgressão. Do outro lado uma justiça implacável, imparcial, a justiça de Deus. Falando desta justiça o profeta registrou:

O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e AO CULPADO DE MANEIRA ALGUMA TERÁ POR INOCENTE” (Naum 1:2,3).

Diante desta exigência o que fazer? É necessário encontrar um substituto, alguém sem pecado, um santo, alguém que satisfizesse esta justiça. Aí entra em cena o amor de Deus. Se Ele é justo, Ele também ama o pecador. Para mim a frase mais linda e preciosa que a minha mente pode conceber é esta: “Deus (apesar do que sou como pecador) não desistiu de mim, não desistiu de você”. Ele me ama, ama você também. O profeta Isaias escreveu:

TRAZEI MEUS FILHOS DE LONGE, e minhas filhas das extremidades da terra; a todo aquele que é chamado pelo meu nome, e QUE CRIEI PARA MINHA GLÓRIA, e que formei e fiz” (Isa 43:7,8).

Como soa refrescante em nossos corações estas doces palavras. Podemos agregar muitas outras como estas:

Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores, ” (Rom 5:8).

“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:10).

 Eu e você carecíamos de um substituto, de  alguém para morrer em nosso lugar, mas alguém que não tinha sobre si a sentença de morte, alguém que não tinha pecado.  Deus deu este substituto, deu seu Filho Amado:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

A salvação dos pecadores somente deveria ser proclamada sobre uma base sólida, segura e estável. Por esta razão o Senhor a comissionou aos homens, embora como diz o escritor aos Hebreus, Ele foi quem primeiramente a anunciou (Heb 2:3).

A justiça de Deus requer a morte do pecador e o Senhor Jesus morreu no seu lugar. A escritura afirma: “Cristo morreu pelos pecados, o justo pelos injustos, para nos levar a Deus” (1 Pe 3:18). Preciosa verdade! Judeu e gentio agora podem ser salvos, se pela fé, arrependidos, confessando seus pecados, confiarem no Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador.

O evangelho de Cristo só podia ser pregado debaixo desta sustentação. Por isso Ele se dispôs a morrer no lugar do pecador. Ele foi a cruz rasgar o escrito de dívida que era contra o pecador (Col 2:13,14).

Estando ausente como o sustentador daquilo que Ele mesmo fez, comissionou aos pecadores salvos a nobre tarefa de proclamar o evangelho. Ele mesmo como escreveu Marcos “cooperou com eles confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mar 16:20).

A salvação e a agregação de qualquer pecador ao plano inicial de Deus, devido a entrada do pecado, exigia o pagamento de um alto preço, e na cruz do calvário, o Senhor Jesus o pagou para a redenção de todo aquele que crê.

Portanto, havia necessidade de redenção e Ele estava aqui para fazê-la. Como é precioso o que escreveu Paulo em Efésios 1:7 e Colossenses 1:14, no primeiro lemos:

Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.”

E no segundo:

Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.”

Somente depois que o Senhor Jesus ressuscitou é que o evangelho foi ordenado a ser pregado a todo mundo. Primeiro a justiça tinha que ser estabelecida, e para isto a sentença de morte tinha que ser aplicada, executada e, então, lemos:

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mar 16:15,16).

Até então, como disse acima, não havia redenção, salvação a ser pregada. Foi Ele mesmo quem fez a redenção. Ele mesmo que morreu. Paulo escreveu aos coríntios nestes termos:

Vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado... pelo qual também sois salvos... que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Cor 15:1-4).

Continuando na observação dos detalhes da parábola, entendemos pelos registros apontados que o pai jamais desviou seu olhar daquela cena onde o filho mais novo desapareceu. O Senhor disse:

Quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou” (Luc 15:20).

 Na epístola de Paulo a Timóteo e na 2 epistola de Pedro encontramos a resposta para o posicionamento do Pai, especialmente, sobre o fato de nunca ter desviado seu olhar nem dado sono aos seus olhos, desde que o filho desapareceu, seja numa montanha ou numa curva.

Em primeira Timóteo 2:3,4 lemos que:

"Deus nosso Salvador... deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade."

Em 2 Pedro 3:9 lemos também:

"O Senhor...  é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se."

Assim, quando chegamos ao livro de Atos temos o desenrolar daquilo que se passou em figura na experiência de ambos, isto é: pai, filho mais novo e filho mais velho.

As narrações de Lucas obedecem ao mesmo princípio do seu evangelho e estão distribuídas neste livro, segundo minha visão, assim:

Primeiro o evangelho foi pregado aos judeus, com a promessa de chegar aos confins da terra (Atos 1:8). Enquanto o evangelho era pregado somente aos judeus houve alguns distúrbios de pequena monta, (exceto o caso de Estevão).

Mas quando o evangelho foi levado aos gentios, a partir de Atos 8, os distúrbios aumentaram numa elevada proporção. Assim a pregação do evangelho para fora dos termos de Israel, onde a dracma foi varrida e encontrada, ocorreu após início da perseguição de Estevão (Atos7 e 8).

"Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e da Samaria...

E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquía, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. 

E havia entre eles alguns homens cíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquía falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus...

Mas os judeus incitaram as mulheres devotas de alta posição e os principais da cidade, suscitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos" (Atos 8:1; 11:19,20; 13:50).

Então o que temos relativo à propagação do evangelho fora dos limites de Jerusalém, começou com o martírio de Estevão. Devido aquela perseguição cumpriu-se o que havia sido dito pelo Senhor aos seus, quando lhes falou do Espírito Santo e que pelo seu poder eles seriam suas testemunhas, começando em Jerusalém e indo até os confins da terra. 

Então devido a perseguição eles saíram fora dos termos de Jerusalém, e no capítulo 11 de Atos temos o relato de Pedro acerca de como o evangelho alcançou Cornélio, e nos relatos finais o evangelho chega a Antioquía e ali ouvimos de outros que também creem no evangelho. Agora em verso 20 lemos de cíprios e cirenenses pregando aos gregos e estes crendo também. A notícia destes acontecimentos chega a Jerusalém e eles enviam Barnabé para lá.

Estes fatos fazem-nos lembrar de Lucas 15 onde o filho mais velho (figura dos judeus) não concorda com o perdão dado ao filho pródigo (figura dos que se arrependem).  

Algo semelhante é visto aqui nesta parte da parábola de Lucas 15. Em Lucas 15:32 o problema foi resolvido com estas palavras:

"Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se".

O mesmo ocorreu também em Atos 11:17quando Pedro também disse:

"Quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?"

Em continuação lemos que os dispersos seguiram anunciando o evangelho somente aos Judeus:

"E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu a Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquía, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus (Atos 11:19).

Pois bem, embora temos conversão de gentios, o evangelho é centralizado nos judeus e isto sucede até que eles sejam declarados como aqueles que rejeitaram o evangelho. Em cap. 13:46 lemos:

"Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios."

Foi neste período de grande conturbação que Deus chama um homem, Paulo, para ser este instrumento, e quando Barnabé foi para Antioquía associa-se consigo a Paulo nesta pregação e ensino do evangelho aos que creram. Os versos finais nos contam deste trabalho conjunto de Barnabé e Paulo, seja ensinando (vs 26), seja socorrendo (vs 29,30).

Resumindo o nosso texto para não ficar cansativo, lemos nos capítulos  11,13,14 e15 que depois desta  resistência dos judeus à conversão dos gentios, houve uma reunião (concilio) em Jerusalém para solucionar este problema.

"Ora, ouviram os apóstolos e os irmãos que estavam na Judeia que também os gentios haviam recebido a palavra de Deus.

E quando Pedro subiu a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão, dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles" (Atos 11:1-3).

"Mas os judeus, vendo as multidões, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.

Mas os judeus incitaram as mulheres devotas de alta posição e os principais da cidade, suscitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos" (Atos 13,:45,50).

"Mas os judeus incrédulos excitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos... E se dividiu o povo da cidade; uns eram pelos judeus, e outros pelos apóstolos. E, havendo um motim tanto dos gentios como dos judeus, juntamente com as suas autoridades, para os ultrajarem e apedrejarem...

Sobrevieram, porém, judeus de Antioquía e de Icônio e, havendo persuadido as multidões, apedrejaram a Paulo, e arrastaram-no para fora da cidade, cuidando que estava morto" (Atos 14:2,4,5,19).

Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão...

E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles...

Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.

E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem...

Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.

E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:

Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome...

Por isso julgo não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus...

Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos com toda a igreja escolher homens dentre eles e enviá-los a Antioquia com Paulo e  Barnabé...

E, quando a leram, alegraram-se pela consolação" (Atos 15:2,4,6,7,12-14,19, 22,31).

Os fatos narrados acima de capítulos 11 a 14 mostram a inimizade ou resistência do filho mais velho contra o mais novo.

Em capitulo 15 temos o tribunal da igreja em Jerusalém, para discussão destes assuntos o que prefigura a conversa do pai com o filho mais velho.

Assim, a análise criteriosa destes acontecimentos, sintetizam o que o Senhor expôs na parábola de Lucas 15.

Como citei de Romanos 1:16, que “ o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo que crê; primeiro do judeu e também do grego (o gentio)”; os fatos transcritos acima demonstram de forma muito clara esta verdade preciosa dos propósitos de Deus, e assim confirma aquilo que o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 11:29: “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.”

 

JCarneiro.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Será assim um dia.

Acontecimentos no livro de Apocalipse.

"Depois disso Eu olhei, e, contemplei uma porta aberta no paraíso: e a primeira voz que ouvi era como se fosse de uma trombeta conversando comigo, a qual disse: Sobe aqui, e Eu vou mostrar-te as coisas que deve ser daqui em diante" (Apoc. 4:1 KJV).

A história da igreja passou e então uma nova ordem de coisas segue. Nesta nova ordem temos bençãos eternas para os redimidos, e uma série terrível de juízos para os que rejeitaram a redenção de Deus.

Deus vai justificar Seu Amado Filho no cenário onde Ele foi rejeitado, humilhado e morto.

Três vezes lemos em Apocalipse dAquele que foi morto.

"Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu" (2:8).

"Digno é o Cordeiro, que foi morto" (5:12).

"Escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto" (13:8).

30 vezes temos a palavra trono (s) neste livro.

Destas trinta, três não se refere ao trono de Deus.

Em cap. 2:13 lemos do trono de Satanás, isto em Pérgamo.

Cap. 13:2 lemos do trono do dragão.

E finalmente em cap. 16:10 lemos do trono da besta.

As demais referem-se ao Cordeiro e aos que se associaram com Ele, seja anjos ou homens.

17 destas ocorrências estão em capitulos 4 e 5 deste livro, naqueles acontecimentos no céu.

A frase "ASSENTADO SOBRE O TRONO" ocorre 9 vezes neste livro.

Uma vez lemos esta angustiosa expressão:

"Escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro" (6:16).

Enquanto que em cap. 5:8,9 temos os 4 animais e os 24 anciãos prostrados diante do Cordeiro cantando o novo cântico.

Nos versos 11 e 12 deste capítulo temos a grande voz dos anjos. Ambos, animais, anciãos e anjos proclamam que o Cordeiro é “DIGNO”.

Os primeiros falam da dignidade do Cordeiro em “tomar o livro e abrir o selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.”

Os segundos (os anjos) falam da sua dignidade em “receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.”

Depois em 5:13 lemos que toda criatura está dizendo:

"Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre."

Que contraste entre as experiências do capítulo 5 e os do capitulo 6. Enquanto no capitulo 5 temos o júbilo da sua exaltação e glória; no capítulo 6 temos a angústia, o pavor daqueles que o rejeitaram quando o sexto selo é aberto (v. 12).

Quão preciosas são as palavras desta poesia:

“No Cordeiro já minha alma

Seu descanso eterno tem.

Deus contente está com Cristo;

Eu contente estou também.”

Diz o hino 242 do H. C.

Fora do Cordeiro não há nada. Só desilusão, sofrimento, angústia, etc.

Quão consolador foi para João a visão do Cordeiro que foi morto (Apoc 5:6)!

Quão consoladora é para mim e para todo o que crer, esta mesma visao!

É completamente diferente da experiência daqueles do cap. 6:16 que disseram: “Escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro”.

“Bendito seja Deus

Que deu Seu Filho para nos remir,

O Dom dos dons, sem preço nos pedir:

Bendito seja Deus!

Quem nos condenará?

Pois ressurgiu Aquele que morreu

E está sentado com o Pai no céu;

Quem nos condenará?

(H. C. 510).

BENDITA ESPERANÇA!

“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas... Ouvi toda a criatura... dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre... E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre” (Apoc 4:10; 5:13,14).

Amém!

JCarneiro


sábado, 14 de junho de 2025

 Os Últimos Dias.

Hamilton Smith

(De Um Esboço de Palavras Sonoras , Vol. 4.)

2 Timóteo 3 .

A instrução do terceiro capítulo da Segunda Epístola a Timóteo exige nosso estudo cuidadoso, pois nele temos, por um lado, advertências quanto à condição solene da cristandade nos últimos dias, enquanto, por outro lado, somos instruídos quanto aos nossos recursos, para que o crente possa viver de acordo com Deus, apesar do mal.

É uma imensa misericórdia que não sejamos deixados a formar nosso próprio julgamento quanto à condição da cristandade, nem a seguir nossos próprios pensamentos sobre como devemos andar nestes últimos dias. Temos a mente de Deus, tanto em relação ao mal quanto em relação ao caminho que Deus deseja que trilhemos na presença do mal. Nos primeiros nove versículos deste capítulo, temos um quadro solene da terrível condição da cristandade, conforme vista por Deus no final do período da Igreja. Nos versículos 10 a 17, temos um claro desdobramento da mente de Deus para o Seu povo nestes tempos difíceis.

Para entender a instrução do capítulo, é necessário observar a conexão com os capítulos que o precedem e o seguem. Em 2 Timóteo 1 e 2 Timóteo 2 , temos a mente do Senhor para o Seu povo nos dias do apóstolo, quando a corrupção da profissão cristã já havia começado. No segundo capítulo, o apóstolo compara a Casa de Deus a uma grande casa na qual vasos para desonra são encontrados em associação com vasos para honra. O apóstolo instrui o crente individualmente sobre como agir na presença dessa corrupção. Ele enfatiza três grandes verdades: primeiro, separação da iniquidade e dos vasos para desonra; segundo, seguir a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que invocam o Senhor de um coração puro; terceiro, fazê-lo com um espírito reto, marcado pela gentileza, paciência e mansidão. É somente à medida que individualmente respondermos a essas instruções que seremos capazes de entender e lucrar com as verdades solenes de 2 Timóteo 3 . Neste capítulo, o apóstolo olha além dos dias em que viveu, para os últimos dias em que a nossa sorte está lançada, para mostrar o desenvolvimento do mal que já havia começado em seus dias. Tendo exposto o desenvolvimento da corrupção da cristandade e os recursos dos piedosos em meio à corrupção, em 2 Timóteo 4 , ele encoraja o servo do Senhor a continuar sua obra para o Senhor, por mais mau que seja o dia..!

1. O MAL DOS ÚLTIMOS DIAS (Vv. 1 a 9).

O capítulo naturalmente abre com uma imagem solene dos males dos últimos dias, pois, a menos que vejamos a verdadeira condição da cristandade, dificilmente apreciaremos as instruções que Deus deu para capacitar o crente a superar o mal.

Ao ler estes versículos, é bom lembrar que a terrível condição retratada não é uma descrição do paganismo, nem do judaísmo, mas da cristandade. Essa condição é marcada por quatro características marcantes:

Primeiro (vv. 1-4); somos advertidos de que nos últimos dias a massa que compõe a grande profissão cristã será marcada por um egoísmo descontrolado, levando a toda forma de mal e autoindulgência. A descrição solene começa com a declaração de que "os homens serão amantes de si mesmos". Consequentemente, cobiçam a si mesmos, vangloriam-se de si mesmos, orgulham-se de si mesmos e impacientes com toda forma de restrição, humana ou divina, ao próprio eu. Condescendem com o ego de acordo com suas próprias concupiscências malignas e são amantes do prazer em vez de amantes de Deus.

Em segundo lugar (v. 5), os homens procurarão encobrir a má condição da profissão cristã com o manto da santidade. Afetarão a forma de piedade. Reterão formas religiosas exteriores enquanto vivem uma vida de indulgência egoísta que demonstra claramente que desconhecem o poder espiritual de uma nova vida. Dessa grande profissão sem vida, somos definitivamente instruídos a "nos afastar".

Em terceiro lugar (vv. 6, 7); os últimos dias serão marcados pela difusão do erro, operando por meio de métodos dissimulados de homens que "entram sorrateiramente nas casas" e apelam às emoções e concupiscências daqueles que ignoram a verdade.

Em quarto lugar, a verdade será resistida pela imitação. Os magos do Egito, que resistiram a Moisés, expuseram o caráter e os métodos desses opositores. Janes e Jambres procuraram resistir ao testemunho de Deus, não pela negação da verdade, mas pela imitação. Eles se esforçaram para mostrar que seu poder, embora declaradamente derivado de outra fonte, era tão grande quanto o poder de Deus, e que eles poderiam produzir resultados iguais aos produzidos pela palavra de Deus por meio de Moisés. O que Moisés fez pela palavra do SENHOR, eles "fizeram da mesma maneira com os seus encantamentos" (Êx 7:11, 22; Êx 8:7). Mas sua loucura foi exposta.

Eles podiam produzir resultados notáveis, mas não podiam dar vida. Quando tentaram produzir vida, lemos: "Não puderam" (Êx 8:18).

Esta é, então, a terrível condição da profissão cristã nestes últimos dias difíceis. Somos avisados de que todos os piores sentimentos do coração humano estarão ligados à profissão do cristianismo, e toda forma de maldade se cobrirá com a aparência exterior de piedade.

Além disso, deparamo-nos com uma série de seitas religiosas que se dizem cristãs, como a Ciência Cristã, o Cristadelfianismo e o Movimento do Grupo de Oxford, que, como a infidelidade, não negam a verdade, mas, ainda assim, resistem a ela por imitação. Buscam imitar a nova vida cristã, fruto da graça de Deus, mudando e reformando a velha vida como resultado de esforços humanos. Podem, de fato, enganar os incautos, produzindo uma vida transformada, mas trata-se apenas da velha vida reformada e não da nova vida de Cristo. Os líderes dessas seitas malignas são expostos pela Palavra de Deus como "homens de mentes corruptas e réprobos quanto à fé".

Estes são, então, os males que constituem os últimos dias; tempos perigosos, ou "difíceis", para o crente. No entanto, como o restante do capítulo mostrará, Deus providenciou plenamente para que o homem de Deus seja perfeito, perfeitamente habilitado para todas as boas obras em um dia mau.

2. INSTRUÇÕES PARA O HOMEM DE DEUS NOS ÚLTIMOS DIAS (Vv. 10-17).

Com o versículo 10, passamos a aprender a rica provisão que Deus fez para que o crente possa escapar dos males da cristandade nos últimos dias. Para esse fim, nos é proposto:

Primeiro, a doutrina ou “ensinamento” de Paulo;

Em segundo lugar, o modo de vida de Paulo;

Em terceiro lugar, o próprio Senhor;

Em quarto lugar, a continuidade nas coisas que aprendemos; e

Em quinto lugar, as Sagradas Escrituras.

(a) A DOUTRINA DE PAULO (v. 10). Se quisermos escapar dos males da cristandade, precisamos estar firmados na doutrina de Paulo. O apóstolo pode dizer de Timóteo: "Tu conheces plenamente a minha doutrina". Não é um mero conhecimento vago ou parcial que basta: precisamos estar "a fundo" na doutrina de Paulo (N. Tn.).

A doutrina de Paulo nos revela da maneira mais completa as boas novas a respeito do Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, a um mundo de pecadores. Mas é bom lembrar que o evangelho revelado a Paulo e pregado ao mundo incluía muito mais do que geralmente é proclamado nos círculos evangélicos. Ele não apenas proclamou o perdão dos pecados por meio do Senhor Jesus Cristo, mas também a completa destituição do homem que cometeu os pecados. A doutrina de Paulo não era uma reforma do "velho homem" e uma mera mudança de vida; ele pregava o julgamento e a destituição do velho homem na morte, e a introdução de uma vida inteiramente nova — Cristo. Além disso, a doutrina de Paulo nos liberta do mundo: ele pregava que Cristo "se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos livrar do presente século mau" (Gál 1:4 ).

É manifesto, então, que a doutrina de Paulo expõe a corrupção dos últimos dias. A cristandade retém e tolera o velho homem sob o disfarce de uma profissão cristã. Pode buscar produzir uma mudança de vida, mas está separada de Cristo e da graça de Deus e, além disso, deixa as pessoas no mundo. É um esforço para tornar o velho homem respeitável e o mundo maligno um lugar melhor e mais brilhante. O cristianismo, como se desdobra na doutrina de Paulo, nos leva a Cristo — um Novo Homem em um Novo mundo.

Além disso, a doutrina de Paulo abrange toda a verdade da Igreja. Seu ensinamento não apenas proclama a graça de Deus ao pecador, por meio de Cristo, mas também nos revela o propósito de Deus para os crentes, unidos a Cristo, para formar Seu corpo — a Igreja. Uma grande armadilha destes últimos dias é o esforço para levar os crentes a se contentarem com o conhecimento da salvação, ignorando seus privilégios e responsabilidades como parte da Igreja de Deus — a fazer tudo o que atende às necessidades do homem, permanecendo totalmente indiferentes àquilo que é mais caro ao coração de Cristo.

(b) O MODO DE VIDA DE PAULO (vv. 10, 11). Se o diabo não puder nos impedir de ter a luz da doutrina de Paulo, ele buscará macular o modo de vida, de modo que a doutrina seja desprezada pela inconsistência da vida. Se quisermos escapar deste mal dos últimos dias, não precisaremos apenas da doutrina de Paulo, mas também devemos atentar para o seu modo de vida. Felizmente, o apóstolo nos apresenta o caráter desta vida. Interiormente, é uma vida marcada por "propósito, fé, longanimidade, amor e paciência". Exteriormente, é marcada por perseguições e aflições.

Muitas vezes, nossas vidas não são caracterizadas por nenhum propósito definido, ou esse propósito está muito aquém de Cristo. O Apóstolo era um homem de propósito. Ele podia dizer: "Para mim, o viver é Cristo"; e ele diz: "Uma coisa eu faço... prossigo, olhando para o alvo, para o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus". Além disso, sua vida foi marcada pela "fé". Quantos há que tomam o caminho exterior sem fé como caminho, de modo que, quando surgem problemas ou dificuldades, tornam-se uma fonte de fraqueza ou desistem completamente do caminho? Em resposta ao chamado de Deus, Abraão partiu pela fé. Ló também saiu da Terra de Ur, mas partiu com Abraão. Embora fosse um homem justo, não tinha fé no caminho, e quando a provação chegou, desviou-se. Novamente, a "longanimidade" marcou a vida do Apóstolo. Como seu Mestre, ele enfrentou reprovações, desprezos e insultos, em silenciosa longanimidade. No entanto, o amor estava por trás da longanimidade. O seu silêncio não era o silêncio do desprezo altivo, mas sim o silêncio do amor que se compadecia do malfeitor. Além disso, a sua vida foi marcada pela perseverança. Apesar da perseguição e das aflições, ele suportou, como o Moisés de outrora, "como se visse aquele que é invisível" (Hb 11:27).

(c) O SENHOR (v. 11). Diante do mal dos últimos dias, temos não apenas a doutrina do cristianismo revelada por Paulo e o modo de vida, consistente com a doutrina, apresentado pelo apóstolo, mas temos o próprio Senhor para nos sustentar. Novamente, o apóstolo se refere à sua própria experiência da graça libertadora do Senhor para nos encorajar a nos voltarmos para Ele. Quaisquer que fossem as perseguições que ele tivesse que enfrentar, quaisquer que fossem as aflições que ele fosse chamado a suportar, ele podia dizer: "De todas elas o Senhor me livrou". No capítulo seguinte, ele pode dizer: "O Senhor esteve comigo e me fortaleceu” (17); novamente, olhando para o que restava do seu caminho aqui na terra, ele disse: "O Senhor me livrará de toda obra maligna e me preservará para o seu reino celestial" (18).

Se quisermos conhecer plenamente a doutrina de Paulo e viver de acordo com ela, diante de todo tipo de oposição e até mesmo perseguição, precisaremos da graça sustentadora do Senhor. Não pensemos que podemos sustentar a doutrina e viver a vida, separados de Cristo. Aos discípulos, o Senhor tem a dizer: "Sem Mim, nada podeis fazer". O inimigo é forte e nós somos fracos, mas o apóstolo descobriu que a graça do Senhor era suficiente para capacitá-lo a enfrentar todo o poder do inimigo que se dispunha contra ele, e que a "força do Senhor se aperfeiçoa na fraqueza". Assim, ele pode acrescentar: "Quando estou fraco, então sou forte" (2 Co 12:9-10).

Precisamos estar conscientes de nossa fraqueza para que possamos ser continuamente lançados sobre o Senhor.

(d) " CONTINUA NAS COISAS QUE APRENDESTE" (v. 14). Em dias de mal e confusão abundantes, há sempre o perigo de desanimar, abandonar a verdade e a vida que corresponde à verdade. A palavra do Senhor a Filadélfia é: "Permanecei firmes". Aqui somos exortados a "Permanecer" — a continuar na doutrina de Paulo, a continuar na vida consistente com a doutrina, a continuar apegados ao Senhor e, assim, a continuar nas coisas que aprendemos.

Lembremo-nos de que, ao longo da história da Igreja, as grandes verdades, que podem ser resumidas pelo Apóstolo como "Minha doutrina", foram obscurecidas, se não completamente ignoradas e esquecidas. Mas, nestes últimos dias, houve uma graciosa recuperação da verdade. Além disso, essa recuperação da verdade imediatamente acarreta conflito, pois o grande esforço do inimigo será sempre manchar qualquer testemunho de Cristo, roubando-nos a verdade. Ele buscará fazer isso usando muitos argumentos enganosos para nos atrair de volta a associações contrárias à doutrina de Paulo. Se nos deixarmos seduzir a formar vínculos com quaisquer associações religiosas que não sejam a verdade, certamente perderemos a verdade, abandonaremos o caminho separado da fé e nos acomodaremos na corrupta profissão religiosa mundana. Daí a necessidade da palavra: "Continua naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste".

Por que, podemos perguntar: encontraremos crentes que de repente abandonam alguma grande verdade que professam há muito tempo? Não seria porque não aprenderam a verdade de uma fonte inspirada? Aceitaram a verdade simplesmente com base na palavra de algum mestre. Não a sustentaram com fé simples na Palavra de Deus. Portanto, não estão "plenamente persuadidos" da verdade.

(e) AS ESCRITURAS (vv. 15-17). A salvaguarda final contra todos os males da cristandade, nestes últimos dias, será encontrada no apego à inspiração e suficiência das Sagradas Escrituras. Ali, temos a verdade apresentada de forma permanente, protegida do erro pela inspiração e apresentada com autoridade divina.

O Apóstolo nos apresenta o grande benefício das Escrituras. Primeiro, elas são capazes de nos tornar "sábios para a salvação pela fé que há em Cristo Jesus". Em segundo lugar, tendo-nos direcionado a Cristo para que encontremos nEle a salvação, aprenderemos ainda que "toda a Escritura" é " proveitosa convicção". Infelizmente! Podemos estar cegos para as nossas próprias falhas e tão cheios da nossa própria auto importância, que somos surdos às repreensões dos outros; mas, se nos submetermos à Palavra, descobriremos que a Escritura traz convicção, pois é "viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes... apta para discernir os pensamentos e intenções do coração". Além disso, as Escrituras não apenas convencem, mas também corrigem e, tendo corrigido, nos instruirão no caminho certo.

Tendo, então, as Escrituras inspiradas, é possível para o homem de Deus estar plenamente estabelecido na verdade na presença de abundante erro e estar "plenamente preparado para todo "bom trabalho" em um dia ruim para o crente, visto que na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, descobriremos coisas concernentes a Cristo (Luc 24:27, 44). Além disso, descobriremos quão proveitosas as Escrituras são para "ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (v.16).

Se então essas são as grandes verdades que nos permitirão escapar dos males dos últimos dias e viver a vida que convém ao homem de Deus, podemos ter certeza de que essas são as verdades às quais o diabo se oporá.

Sua primeira armadilha será tentar nos fazer contentar com um conhecimento parcial da doutrina, em vez de buscarmos sinceramente nos tornar "plenamente familiarizados" com a verdade.

Se, no entanto, ele não puder nos impedir de nos apegar à doutrina, sua próxima armadilha será tentar manchar o "modo de vida" e, assim, desacreditar a doutrina.

Além disso, ele tentará nos persuadir de que podemos manter a doutrina e viver a vida com nossas próprias forças e, assim, praticamente viver sem o Senhor.

Inclusive, ele buscará, por meio das dificuldades do caminho, levar-nos a abandonar a verdade e o caminho da separação consistente com a verdade, em vez de continuarmos nas coisas que aprendemos.

Por fim, ele buscará minar a autoridade das Escrituras, levando-nos a defender verdades com base na autoridade de algum professor, mesmo que não consiga nos fazer questionar a inspiração das Escrituras.

HS


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Em Cristo Deus foi revelado e o pecado dos crentes removido

 Em Cristo Deus foi revelado e o pecado dos crentes removido.

"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou" (Jo. 1:18).

É uma afirmação verdadeira das escrituras, que nenhum homem viu a Deus em nenhum momento. De Êxodo 33 aprendemos que, naturalmente falando, nem pode ver.

No mundo natural medimos uma coisa por seu comprimento, largura e altura quando se trata de algo concreto, de uma substância sólida ou liquida a ser pesada ou medida. Mas quando se trata do abstrato já não é assim. Podemos, por exemplo, aprisionar o vento para medir as suas dimensões? 

Assim é também quando falamos acerca de Deus. Deus é um Espírito; e o céu e o céu dos céus não O podem conter. Ele está presente em todos os lugares por todo este vasto universo, Ele é maior do que tudo o que criou; Ele não está sujeito a mudança ou ruptura. Como, então, poderíamos descrevê-lo? Ele está além de tudo o que possamos imaginar. 

Embora tenha tal proporção, havia no coração de Deus o desejo de revelar-se. E quando chegou o tempo no qual Deus cumpriria Seu propósito, ou se revelaria em tudo o que Ele é em natureza e caráter, havia na Divindade um meio adequado para fazê-lo, e esse meio era através do Filho unigênito que estava no seio do Pai, em toda a intimidade do Seu relacionamento Divino e eterno. o qual, sendo Deus, sabia tudo o que Deus é. 

Estava na mente e no propósito de Deus que Seu Filho se tornaria Homem, e que no Homem, e para os homens, deveria ser conhecida toda a profundidade da natureza Divina e todo o brilho da glória Divina. Não podemos compreender isso por argumento; é um daqueles fatos simples, mas estupendos, que refuta qualquer análise humana, está muito além da sua compreensão. 

Não podemos definir a vida, nem podemos medir o espaço, nem explicar a eternidade. Então, sem controvérsia o que podemos dizer é: “grande é o mistério da piedade.”

Quando vemos Deus na Pessoa do Seu Filho, em um tenro bebé nos braços de Maria, sabendo que mesmo nesta condição, a condição de uma criança recém nascida, toda plenitude reside Nele, ficamos perplexo e só podemos dizer: "Grande é o mistério da piedade.”

 Quando O vemos recluso na casa de um carpinteiro, crescendo em sabedoria e estatura, e em favor diante de Deus e dos homens, mas verdadeiramente Deus manifestado em carne, a única explicação possível é  que "grande é o mistério da piedade.”

Quando esta Pessoa Divina se torna amigo dos pobres pecadores para lhes abrir olhos e os ouvidos para que possam ouvir a preciosa e santa mensagem que trazia, chamando os cansados e sobrecarregados, tocando os leprosos, curando os endemoniados, para lhes exprimir a misericórdia de Deus, novamente ficamos perplexos e só nos resta dizer: "grande é o mistério da piedade.”

Finalmente quando O vemos odiado e desprezado pelos homens, e se submetendo a isso; cuspido, açoitado e crucificado; e na hora da Sua mais profunda tristeza e sofrimento, sendo abandonado por Deus por causa dos nossos pecado, suportando a ira e o julgamento por nós, para que nada nos fosse imputado de tudo que pesava diante de Deus contra nós, então inclinamos nossas cabeça e, na mais profunda auto-humilhação e gratidão, quase sem voz, trêmulos e reverentes dizemos: "Grande é o mistério da piedade".

Deus foi totalmente revelado em Seu Filho. Mas o Filho agora ressuscitou, foi glorificado, assentou-se no trono do Pai como Homem; de modo que há um deleite presente e contínuo em estudá-Lo como o Revelador do Pai e do Seu Nome.

Mas logo outro grande fato vem à tona, pois lemos que:

       "no dia seguinte João viu Jesus aproximar-se dele, e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo. 1:29). 

Preciosa verdade! Este Cordeiro estava nos conselhos de Deus, antes da fundação do mundo, e foi manifestado nestes últimos tempos por amor de vós (1 Pe. 1:18-20). Quando Isaque caminhava junto com seu pai (Gên. 22:6,8) para o monte  que havia de ser mostrado, ele perguntou: “eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto” (Gên. 22:7)? Esta pergunta ficou no ar, sem resposta, por milênios, entretanto, no verso citado acima, João, o batista, respondeu o questionamento de Isaque.

Nos evangelhos, somente o de João, contém a narrativa do ato do soldado perfurando o lado do Senhor Jesus na cruz, e é somente este mesmo evangelho que fala Dele como o Cordeiro. João ao descrevê-lo como o Cordeiro de Deus, descreve também, junto com esta mesma informação, as Suas muitas glórias Divinas.

Enquanto pensamos Nele, como a Vítima,  em Seu caráter sacrificial, morrendo para glorificar a Deus (Jo.17:4) e perdoar o pecado de todo aquele que crê, lembremos também que o Cordeiro é digno de toda adoração e louvor.

Esta cena está descrita em Apocalipse 5 com as seguintes palavras: 

      “Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre” (Apoc. 5:12-14).

Ninguém exceto Aquele que é Deus poderia encontrar Deus na questão do pecado e glorificá-Lo; e também, somente Aquele que é homem, poderia fazer a propiciação dos pecados dos homens. No verso 30 do capítulo 1 deste evangelho, João diz: "Após mim vem um Homem.” Depois ele acrescenta: "que é antes de mim". 

A primeira referência aponta para Aquele que é verdadeiramente um Homem em Sua natureza santa; a segunda aponta para Aquele que é eterno, em toda  glória da Sua Divindade eterna, conforme demonstrado nas escrituras, mas, especialmente, nesta parte deste livro. Assim é apresentado o Cordeiro aos nossos corações. 

As escrituras do velho e do novo testamento nos apresentam o Cordeiro  de Deus em dois aspectos principais. De Gênesis à primeira epistola de Pedro, nós o vemos em Sua humilhação. Este é o primeiro aspecto. O segundo está no Apocalipse, onde o vemos em Sua exaltação.

Aprendemos de Gênesis 22, nas palavras de Abraão, que Ele é uma provisão de Deus. Abraão disse: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto” (Gên. 22:8). E como já nos referimos acima nas palavras de João, o batista, Ele é  Aquele que tira o pecado do mundo.

João, o apóstolo, escreveu que “Ele é a propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo. 2:2); já o escritor aos Hebreus assenta: “havendo (Ele) feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Heb. 1:3).

A Ele foi confiado a missão de restituir todas as coisas, ou nas palavras do salmista “restituir o que não furtou” (Sal. 69:4). Pedro ao falar de tempos de refrigério, pela Sua presença, agregou: “O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo” (Atos 3:21). Para nos assegurar todo propósito de Deus, era necessário morrer. Assim vemo-lo caminhando neste mundo até consumar, na cruz, a obra que lhe foi confiada.

Estando no mundo, Ele viveu em fraqueza, Paulo escrevendo aos coríntios disse que “foi crucificado por fraqueza” como a própria figura do Cordeiro indica, mas a Ele foi confiada a poderosa tarefa de assegurar a glória de Deus e de remover o pecado do mundo. Bendito seja para sempre Seu Santo e Bendito Nome. A Ele toda glória e louvor. Amém.

JCarneiro.




terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A Páscoa

A Páscoa

(Êx. 12:1-14).

 

“E FALOU o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo”.

 

-Aos dez deste mês.

-Um Cordeiro.

-O cordeiro será sem mácula.

-Macho de um ano.

-Guardareis até o décimo quarto dia.

-Será sacrificado a tarde.

-Tomarão do sangue e po-lo-ão em ambas ombreiras.

-Na verga da porta em que estiverdes.

-Naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos e            ervas amargosas.

-Nada dele comereis cru, nem cozido em água, senão assado no fogo.

 

A páscoa  foi celebrada pela primeira vez  no Egito, e ela põe diante de nós, as provisões de Deus para atendimento da sua própria justiça. Nela vemos um cordeiro sendo morto e seu sangue sendo aplicado, como sinal da substituição feita por ele, em lugar do primogênito dos israelitas no Egito.

Nela vemos o ritual estabelecido pelo Senhor, bem como o desenrolar da aplicação da sua justiça, sobre o substituto.

Porque este ritual? Alguém poderá perguntar. Houve, no passado, um veredito de Deus sobre os primogênitos que viviam no Egito, seja homem, seja animal, ou uma sentença proferida. Esta sentença determinava que todo primogênito na terra do Egito iria morrer, ela era sobre  todos, quer seja homens ou animais (v.12). Dentre estes primogênitos estavam também os das casas dos filhos de Israel; por estarem no Egito a sentença pairava sobre eles também.

Mas Deus anunciou um escape, sua graça fez provisão de um substituto. O acesso aos benefícios desta graça dependia da fé, da confiança na provisão de Deus. Deus demarcou tempo, fixou datas, e ordenou que o calendário estabelecido por Ele fosse cumprido. Era mister que cada israelita observasse detalhadamente os preceitos indicados por Deus. A não observância expunha todos os primogênitos deles ao juízo daquele dia. A única base de livramento residia na obediência às orientações de Deus.

Diante destes fatos, podemos então, observar com grande interesse e atenção a expectativa do primogênito dos israelitas quanto a estes acontecimentos, e ao mesmo tempo acompanhar a sua ansiedade quanto a observância dos preceitos estabelecidos por Deus.

As ações do seu pai, quanto as instruções dadas por Deus, foram acompanhadas com toda diligência pelo primogênito. Sua vida dependia desta obediência e, portanto, enquanto seu pai não separasse o cordeiro conforme o Senhor havia  estabelecido,  o dia décimo quarto não chegasse, e seu pai imolasse o cordeiro e o sangue não fosse aplicado na verga e ombreira da porta, não haveria uma base sobre a qual seu coração pudesse descansar; tudo dependia disto e, consequentemente, ansiedade e aflição inundava seu pobre coração.

A sentença estabelecida por Deus permanecia sobre ele, a morte seria o preço que teria que suportar, e não havia paz para sua  mente e coração.

Mas assim que o cordeiro foi morto e seu sangue aplicado na verga e ombreira da porta , tudo mudou. A paz  inundou seu coração, pois, agora sabia que não havia mais condenação para ele. Um substituto morreu em seu lugar, as exigências do trono de Deus foram atendidas, e nenhuma culpa poderia ser-lhe imputada.

Agora havia uma base em que descansar; o que a justiça de Deus estabeleceu foi atendido com a morte do cordeiro, o sangue foi aplicado conforme as exigências desta mesma justiça, e, portanto, seu coração agora podia descansar em paz. Sua culpa foi lançada sobre o substituto que morreu em seu lugar.

A mesma justiça que inocentava o primogênito dos israelitas condenava o primogênito dos egípcios, visto que naquelas casas não foi encontrado nas vergas e ombreiras das portas o sangue que respondia pela sua vida.

A sentença era simples: “Vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade”. Nada poderia ser mais claro e simples do que isto. A ansiedade do primogênito dos israelitas durou enquanto o sangue não foi aplicado. Onde o sangue não foi encontrado o juízo entrou. O que diferenciava o judeu do egípcio, não era suas qualidades pessoais, nem sua posição social, mas sim o sangue aplicado.

O Senhor prometeu que sua justiça pouparia quem estivesse sob a proteção do sangue, porque ali a justiça já tinha sido aplicada sobre o  substituto; sua morte foi o preço que ele pagou, por aquele a quem ele substituiu. Onde isto não foi encontrado, a justiça foi aplicada sobre o culpado.

Agora podemos imaginar a alegria, o gozo, a gratidão e a paz que inundava o coração do primogênito poupado pela intervenção de outro. Podemos entender porque seu coração estava ansioso até que seu pai aplicou o sangue.

Também podemos, por outro lado imaginar a dor, a tristeza e a angústia que inundaram as casas onde o sangue não foi aplicado; onde a justiça foi aplicada e todo primogênito pereceu.

Estas coisas são alegóricas e nos remetem para um dia vindouro. Lemos em Atos 17:30,31, estas palavras:

 

          “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;  Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”.

 

                   Ou como diz o apóstolo Pedro:

Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios” (2 Pe 3:7)”.

 

Há meus queridos e amados leitores um veredito de Deus ou uma sentença de Deus sobre este mundo e sobre os pecadores, assim como houve, no passado, no Egito. Eu e você estamos debaixo desta sentença. Mas assim como no Egito Deus providenciou um substituto para o primogênito, Deus preparou também um substituto para nós.

Ouçamos novamente as palavras do apóstolo Pedro:

 

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pe 3:18).

 

                   Não se esqueça disto! Deus é Santo e Justo, mas ama o pecador. Ele tem desde que o pecado entrou no mundo trabalhado arduamente para salvar o pecador da perdição eterna. Não mediu consequências, tudo quanto sua justiça exige, ele cumpriu na Bendita Pessoa do Senhor Jesus Cristo.

                   O Senhor Jesus morreu no lugar dos pecadores, como citamos acima de 1 Pedro capitulo 3 e está também em outros lugares das santas escrituras. O próprio cordeiro morto no Egito é uma figura do Senhor Jesus se oferecendo por nossos pecados.

                   A justiça de Deus mais uma vez será aplicada e lembre-se, eu e você estamos debaixo da sua execução. Não há, como não houve no Egito escape para nós, a não ser no Senhor Jesus, o substituto providenciado pelo amor de Deus.

Todo primogênito no Egito que não esteve sob a proteção do sangue do cordeiro pereceu; todo pecador que não estiver sob a proteção do sangue do Senhor Jesus perecerá também.

          Deus nos ama e quer nos salvar, Paulo escreveu a Timóteo as seguintes palavras: “Deus nosso Salvador quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1 Tim. 2:3b,4).

Tudo isto que está passando diante de nós, passou também no Egito e foi usado por Deus para nos mostrar por meio desta figura o que poderá acontecer conosco também. Eu e você somos totalmente responsáveis diante de Deus por isto.

Deus está no comunicando que julgará o mundo com justiça, Ele também nos está revelando que providenciou, por sua infinita graça um substituto. Também nos mostra, como aconteceu então, que o acesso a este beneficio é pela fé, confiança Nele. Tudo isto tem posto diante de nós! A responsabilidade está conosco, a vida e a morte nos propõe e nos dá o direito de escolha.

A mesma justiça que será aplicada na salvação dos que creem, também será aplicado nos que não creem em condená-los a perdição eterna. O mesmo principio será aplicado sobre todos. O sangue aplicado determinará o que nos irá ocorrer. Onde houver aplicação do sangue não haverá morte. Onde o sangue não for aplicado a morte reinará. Assim foi outrora no Egito e assim será na consumação dos séculos.

Não esqueça, o Senhor Jesus morreu pelos nossos pecados. Ele disse que quem Nele crê não entra em condenação; mas  disse também que quem não crê já está condenado (Jo. 3:18), isto vale para mim e você.

Espero que a mesma ansiedade que inundou o coração do primogênito no Egito esteja inundando o seu também, se ainda estás sem o Senhor Jesus Cristo como teu Salvador. Também espero, que o mesmo gozo que encheu o seu coração, quando viu o sangue aplicado, e estava convicto, que aquele sangue foi derramado em seu lugar possa encher também o seu coração, por confiar naquilo que ele fez, e não no que você pode fazer.

Ainda espero que você possa realmente fazer uma reflexão na sua vida e ver o quanto Deus te ama e quer salvar você; o preço que Ele pagou em Cristo é imensurável e não pode ser avaliado.

Disse o Apóstolo Pedro:

 

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (1 Pe !:18-20).

 

Concluindo, o Senhor Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5:24).

 

 

 

  

Reflexões sobre Lucas 15

  Uma breve reflexão sobre Lucas 15. Em Lucas 15, como às vezes pregado e ensinado, não há 3 parábolas. O verso 3 expõe o que temos ali. D...