Ofertas e adoração
Nos cinco primeiros capítulos do livro de Levítico temos 05
ofertas, a saber: " O holocausto, a oferta de manjares, a oferta pacífica,
a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa". Temos nestas ofertas 02
caminhos bem visíveis, ou seja: 1- O caminho que de Deus foi percorrido até nós
(O caminho do Senhor Jesus) e 2- O caminho de nós até Deus (O nosso caminho).
As escrituras nos mostram que a caminhada do Senhor Jesus terminou no altar de
cobre; o nosso caminho para Deus começa nele.
Quando o tabernáculo foi erguido conforme o modelo de Deus,
os elementos construídos para fazerem parte dele e do serviço do tabernáculo,
foram distribuídos segundo as orientações dadas, por ocasião, da entrega do
modelo. Assim, observando o tabernáculo, nós vemos que lá dentro, no mais
interior, no Santo dos Santos foi colocado o móvel que falava da presença de
Deus nele, “A ARCA”. No “LUGAR SANTO” foram colocados 03 mobílias bem distribuídas,
segundo aquele mesmo modelo (Ex. 26:35; 40:22,24), ou seja, do lado norte, a
mesa com os pães, do lado sul, o candeeiro de ouro, e no centro, diante da
arca, o altar do incenso (Ex. 40:5,26).
Do lado de fora, no átrio exterior, foram colocadas duas
mobílias: o “ALTAR DE COBRE” na porta do tabernáculo (Ex. 40:29), e a “BACIA DE
COBRE” entre o altar do holocausto e o tabernáculo (Ex. 40:30).
O sacerdote só podia entrar no tabernáculo interior, se
sobre ele houvesse sido aplicado a oferta do altar do holocausto e a lavagem da
bacia. Sem estas duas ações ele estava proibido de adentrar no tabernáculo; se
o fizesse por sua conta e risco morreria ali diante da santidade do Senhor (
Heb. 12:14; Lev. 10:1,2). Portanto, enquanto não tivesse apropriado do
sacrifício do altar de cobre e, posteriormente, lavado na bacia, não tinha
acesso ao tabernáculo. Só uma desta duas atividades externas não o habilitava a
entrar no tabernáculo para participar da mesa, apreciar a luz do candeeiro e
muito menos, sentir a fragrância que exalava do incenso diante da arca da
aliança do Senhor.
Isto era a atividade mais nobre, mais privilegiada do
sacerdote segundo a economia levítica, ou seja, ter o privilégio de adorar o
Senhor em sua própria presença. Nada se equipara a esta honra que é conferida a
todo sacerdote constituído por Deus (1 Pé. 2:5; Apoc. 1:6; 5:10).
Quando falamos de adoração, o lugar onde Deus é adorado é
prefigurado pelo holocausto, mas, Infelizmente, a maioria de nós nunca saiu do
altar de cobre. Viemos com os nossos pecados, chegamos no altar de cobre, encontramos
os recursos que a providência divina proporcionou, mas nunca chegamos a bacia
de cobre para o ato da lavagem (Jo. 13:4-10), e por isto, estamos impedidos de
entrar no verdadeiro tabernáculo para adorar. Inclusive, quando intentamos
fazê-lo, as nossas manifestações na ceia do Senhor revelam nossa incompreensão
destas verdades, bem como nossa incapacidade. As palavras que proferimos,
especialmente, na ceia do Senhor revelam o que acabo de relatar. O próprio
Senhor Jesus, quando instituiu a ceia, Ele disse que deveríamos celebra-la em
memória Dele; mas o que mais ouvimos é a menção dos nossos pecados, e o único
lugar onde isto pode ser tratado é no altar de cobre; por isso, afirmamos
novamente, que ao insistir com os nossos pecados, quando pensamos em adoração,
demonstramos que não avançamos, segundo o propósito de Deus e obra propiciatória
do Senhor Jesus. No holocausto, o ofertante não participa de nada, ele apenas
dispõe a oferta conforme a orientação divina, mas queima tudo no altar e
observa o cheiro suave (a memória) da oferta subir para Deus. Aquilo que ele
contempla expressa a pureza e santidade do Senhor Jesus e isto é privilégio,
apenas daqueles que já foram lavados e redimidos e que sabem que nesta relação,
a questão dos pecados ficou no altar de cobre e não pode mais ser vista aqui.
Deus prometeu nunca mais lembrar disto: "Eu, eu mesmo, sou o que apago as
tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro"
(Isa. 53:25); "de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei
mais (Heb. 8:12). Portanto, quando insistimos nisto estamos ignorando a própria
palavra de Deus é atestando que ainda permanecemos no altar de cobre, quando
deveríamos estar no holocausto, como verdadeiros adoradores.
O privilégio do acesso ao interior do tabernáculo é somente
para aqueles que foram purificados no altar de cobre e que também lavaram na
bacia de cobre. Estes entraram porque como diz Hebreus 10 “nunca mais teriam
consciência de pecado” (Heb. 10:2,19-22).
Conforme Isa. 59:2, o que nos separa de Deus são as nossas
iniquidades, os nossos pecados encobrem o seu rosto de nós, portanto, onde esta condição não foi completamente mudada pelo sacrifício do Senhor Jesus, a situação permanece inalterada. Há condições em que o pecado foi perdoado, mas a
consciência não foi completamente purificada e, portanto, a paz com Deus não
inundou o coração, pois, a sua consciência não goza dos infinitos resultados
advindos da obra redentora da cruz do Senhor Jesus. Em certo sentido é como o
judeu de outrora, como relatado no princípio de Hebreus 10.
Não é da vontade de Deus que continuemos assim, é isto que o
próprio Senhor falou ali: “Aqui venho para fazer, ó Deus, a tua vontade (Vs
7,9,10). Paulo escreveu em Romanos 4:25 que por causa da entrega do Senhor
Jesus pelos nossos pecados e da sua ressurreição para nossa justificação; nós
temos paz com Deus, mediante a fé, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rom. 5:1).
Este é o verdadeiro e único lugar daquele que tem os seus
pecados perdoados por causa do seu Nome (1 Jo. 2:12). Não há mais recordação de
pecados, o Senhor Jesus assentou-se a destra da majestade nas alturas, e
assentou depois de haver feito completamente, por si mesmo, a purificação dos nossos
pecados (Heb. 1:3).
Então como diz Hebreus 10:22, cheguemos! Podemos chegar
confiantes, jubilosos, ousados e entrar na presença de Deus e adora-lo pelo seu
Filho, pela suprema devoção do Senhor Jesus ao Pai, pelo perfume que exala da
sua Bendita Pessoa, pela beleza da sua santidade, enfim por tudo o que Ele é. Esqueçamo-nos
de nós, Deus agrada que falemos Dele e somente Dele. Eis o grande motivo porque
a ceia é “ EM MEMÓRIA DE MIM”, do Senhor Jesus.
Deus seja adorado e engrandecido pelos seus, por causa do
seu Bendito filho. Amém!
J.B.C
Nenhum comentário:
Postar um comentário