sábado, 9 de março de 2019


Ofertas e adoração



Nos cinco primeiros capítulos do livro de Levítico temos 05 ofertas, a saber: " O holocausto, a oferta de manjares, a oferta pacífica, a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa". Temos nestas ofertas 02 caminhos bem visíveis, ou seja: 1- O caminho que de Deus foi percorrido até nós (O caminho do Senhor Jesus) e 2- O caminho de nós até Deus (O nosso caminho). As escrituras nos mostram que a caminhada do Senhor Jesus terminou no altar de cobre; o nosso caminho para Deus começa nele.

Quando o tabernáculo foi erguido conforme o modelo de Deus, os elementos construídos para fazerem parte dele e do serviço do tabernáculo, foram distribuídos segundo as orientações dadas, por ocasião, da entrega do modelo. Assim, observando o tabernáculo, nós vemos que lá dentro, no mais interior, no Santo dos Santos foi colocado o móvel que falava da presença de Deus nele, “A ARCA”. No “LUGAR SANTO” foram colocados 03 mobílias bem distribuídas, segundo aquele mesmo modelo (Ex. 26:35; 40:22,24), ou seja, do lado norte, a mesa com os pães, do lado sul, o candeeiro de ouro, e no centro, diante da arca, o altar do incenso (Ex. 40:5,26).

Do lado de fora, no átrio exterior, foram colocadas duas mobílias: o “ALTAR DE COBRE” na porta do tabernáculo (Ex. 40:29), e a “BACIA DE COBRE” entre o altar do holocausto e o tabernáculo (Ex. 40:30).

O sacerdote só podia entrar no tabernáculo interior, se sobre ele houvesse sido aplicado a oferta do altar do holocausto e a lavagem da bacia. Sem estas duas ações ele estava proibido de adentrar no tabernáculo; se o fizesse por sua conta e risco morreria ali diante da santidade do Senhor ( Heb. 12:14; Lev. 10:1,2). Portanto, enquanto não tivesse apropriado do sacrifício do altar de cobre e, posteriormente, lavado na bacia, não tinha acesso ao tabernáculo. Só uma desta duas atividades externas não o habilitava a entrar no tabernáculo para participar da mesa, apreciar a luz do candeeiro e muito menos, sentir a fragrância que exalava do incenso diante da arca da aliança do Senhor.

Isto era a atividade mais nobre, mais privilegiada do sacerdote segundo a economia levítica, ou seja, ter o privilégio de adorar o Senhor em sua própria presença. Nada se equipara a esta honra que é conferida a todo sacerdote constituído por Deus (1 Pé. 2:5; Apoc. 1:6; 5:10).

Quando falamos de adoração, o lugar onde Deus é adorado é prefigurado pelo holocausto, mas, Infelizmente, a maioria de nós nunca saiu do altar de cobre. Viemos com os nossos pecados, chegamos no altar de cobre, encontramos os recursos que a providência divina proporcionou, mas nunca chegamos a bacia de cobre para o ato da lavagem (Jo. 13:4-10), e por isto, estamos impedidos de entrar no verdadeiro tabernáculo para adorar. Inclusive, quando intentamos fazê-lo, as nossas manifestações na ceia do Senhor revelam nossa incompreensão destas verdades, bem como nossa incapacidade. As palavras que proferimos, especialmente, na ceia do Senhor revelam o que acabo de relatar. O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a ceia, Ele disse que deveríamos celebra-la em memória Dele; mas o que mais ouvimos é a menção dos nossos pecados, e o único lugar onde isto pode ser tratado é no altar de cobre; por isso, afirmamos novamente, que ao insistir com os nossos pecados, quando pensamos em adoração, demonstramos que não avançamos, segundo o propósito de Deus e obra propiciatória do Senhor Jesus. No holocausto, o ofertante não participa de nada, ele apenas dispõe a oferta conforme a orientação divina, mas queima tudo no altar e observa o cheiro suave (a memória) da oferta subir para Deus. Aquilo que ele contempla expressa a pureza e santidade do Senhor Jesus e isto é privilégio, apenas daqueles que já foram lavados e redimidos e que sabem que nesta relação, a questão dos pecados ficou no altar de cobre e não pode mais ser vista aqui. Deus prometeu nunca mais lembrar disto: "Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro" (Isa. 53:25); "de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais (Heb. 8:12). Portanto, quando insistimos nisto estamos ignorando a própria palavra de Deus é atestando que ainda permanecemos no altar de cobre, quando deveríamos estar no holocausto, como verdadeiros adoradores.

O privilégio do acesso ao interior do tabernáculo é somente para aqueles que foram purificados no altar de cobre e que também lavaram na bacia de cobre. Estes entraram porque como diz Hebreus 10 “nunca mais teriam consciência de pecado” (Heb. 10:2,19-22).
Conforme Isa. 59:2, o que nos separa de Deus são as nossas iniquidades, os nossos pecados encobrem o seu rosto de nós, portanto, onde esta condição não foi completamente mudada pelo sacrifício do Senhor Jesus, a situação permanece inalterada. Há condições em que o pecado foi perdoado, mas a consciência não foi completamente purificada e, portanto, a paz com Deus não inundou o coração, pois, a sua consciência não goza dos infinitos resultados advindos da obra redentora da cruz do Senhor Jesus. Em certo sentido é como o judeu de outrora, como relatado no princípio de Hebreus 10.

Não é da vontade de Deus que continuemos assim, é isto que o próprio Senhor falou ali: “Aqui venho para fazer, ó Deus, a tua vontade (Vs 7,9,10). Paulo escreveu em Romanos 4:25 que por causa da entrega do Senhor Jesus pelos nossos pecados e da sua ressurreição para nossa justificação; nós temos paz com Deus, mediante a fé, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rom. 5:1).

Este é o verdadeiro e único lugar daquele que tem os seus pecados perdoados por causa do seu Nome (1 Jo. 2:12). Não há mais recordação de pecados, o Senhor Jesus assentou-se a destra da majestade nas alturas, e assentou depois de haver feito completamente, por si mesmo, a purificação dos nossos pecados (Heb. 1:3).

Então como diz Hebreus 10:22, cheguemos! Podemos chegar confiantes, jubilosos, ousados e entrar na presença de Deus e adora-lo pelo seu Filho, pela suprema devoção do Senhor Jesus ao Pai, pelo perfume que exala da sua Bendita Pessoa, pela beleza da sua santidade, enfim por tudo o que Ele é. Esqueçamo-nos de nós, Deus agrada que falemos Dele e somente Dele. Eis o grande motivo porque a ceia é “ EM MEMÓRIA DE MIM”, do Senhor Jesus.

Deus seja adorado e engrandecido pelos seus, por causa do seu Bendito filho. Amém!



J.B.C

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