1 Samuel 2.
1-
O
cântico de Ana vs. 1-10.
2-
Os
filhos de Eli vs. 12-17.
3-
A
juventude e o serviço de Samuel vs 18-21, 26.
4-
A
velhice e o fracasso de Eli vs.22-25.
5-
O
homem de Deus e o juízo da sua casa vs. 27-36.
1-
O
Cântico.
Este capitulo começa com o cântico de Ana, no qual, vemos a
manifestação da graça de Deus em fazer provisão para a sua serva. No capitulo
um temos a sua angústia; no capitulo dois seu cântico, no qual vemos seu
coração aberto em gratidão diante do Senhor pelos benefícios que lhe foram concedidos.
São impressionantes as palavras deste cântico, pois, nele os termos que ela usa
demonstram seu discernimento destas preciosas verdades. Ela começa dizendo: “o
meu coração exulta no Senhor” e termina com estas sublimes palavras: “dará
força ao seu rei, e exaltará o poder do seu Ungido” (vs 1 e 10). Tais serão
sempre as palavras e a postura daqueles que tem o coração contrito e se
deleitam na bondade do Senhor.
Isaías, o profeta, escreveu as próprias palavras do Senhor no
capitulo 66:2 daquele livro: “Mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espirito, que treme da minha
palavra”. Sempre será assim, o coração contrito achará descanso e gozo na
presença do Senhor. Assim foi com Ana e assim será conosco também.
2-
Os
filhos de Eli.
É triste, humilhante a condição em
que vemos neste livro o sacerdócio daqueles que deveriam ser um exemplo, o
padrão para o povo de Deus. É profundamente repugnante as palavras que o
Espírito Santo usa para descrever estes sacerdotes: “filhos de Belial. Não
conheciam ao Senhor” (vs 12), tal era a condição deles. Nisto vemos onde a
criatura pode chegar, mesmo nas coisas mais sagradas, onde não manifesta nenhum
temor, nenhuma reverência para com aquele, do qual, toma o nome. O resultado de
tal postura não poderá alcançar outra coisa que não seja o juízo, e,
certamente, como somos ensinados pelas escrituras, o Senhor reivindicará para
si, todos os seus direitos, principalmente , o de exercer justiça e juízo sobre
os culpados. O profeta escreveu: O SENHOR é um Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR
toma vingança e é cheio de furor; o SENHOR toma vingança contra os seus
adversários e guarda a ira contra os seus inimigos. O SENHOR é
tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente (Naum 1:2,3). Quando Ana abria seu coração em gratidão ao Senhor, ela
menciona estás ímpias práticas dos filhos de Eli, quando disse que: o homem não
prevalecerá pela força (vs 9); descrevendo as palavras do moço dos
sacerdotes, como lemos no verso 16: “Não, agora a hás de dar; e, se não, por força a tomarei”.
Em tudo isto temos uma apresentação do
cenário em que Samuel viveu em sua meninice e juventude. Que cenário! Foi neste
ambiente que Ana deixou o seu menino, seu querido filho. Mas é muito precioso
para nós o que descrito sobre a pessoa daquela criança, mesmo numa condição
assim. O Espírito Santo nos mostra que mesmo nas piores condições, o que é
santo e puro deve ser preservado; por isso lemos que Samuel ministrava ao
Senhor vestido com um Éfode de linho. O
linho é sempre figura daquilo que é santo e puro. O Sumo Sacerdote só podia
entrar na presença de Deus vestido assim, senão morria.
Tudo isto que passa diante de nós é de muito
valor e ensina preciosas lições para nós nestes dias maus. O comportamento de
Eli em ignorar os atos dos seus filhos nos advertem nestes dias em que vivemos
neste mundo; dias de muitas trevas. Nada pode usurpar os direitos do Senhor,
nem mesmo nossos filhos por mais os amamos. Isaque estava assumindo um lugar de
muito destaque na vida de Abraão e o Senhor o provou, para mostrar realmente, o
que estava no seu coração. Lembremos sempre disto.
3-
A juventude e o serviço de Samuel.
Em verso 11 lemos que o menino ficou
servindo o Senhor, perante o sacerdote Eli. Nisto vemos algo da providência
divina, pois, quem estava exercendo o ministério naqueles dias eram os filhos
de Eli; embora Eli não fosse também aquele exemplo conforme a vontade do
Senhor. Estando junto de Eli ficou preservado das más influências de seus dois
filhos, Hofni e Finéias. Certamente esta é uma das razões porque encontramos no
relato sagrado, uma advertência sem força, sem poder de Eli em relação aos seus
filhos (vs 23,24).
Depois lemos no verso 18 que Samuel
ministrava perante o Senhor, agora não é mais perante Eli, é perante o Senhor e
no verso 21 também lemos que o jovem crescia perante o Senhor. Ele é tirado de
cena quanto aos ensinos e serviços do jovem Samuel. Isto é muito precioso e
sugestivo! Já mencionamos acima que aqueles dias foram muito difíceis.
Entretanto, o Senhor cuidou daquele menino, seus cuidados o prepararam para o
nobre serviço que lhe esperava. Também não podemos esquecer do trabalho de sua
mãe, pois, nas escrituras o trabalho das mães na preparação e criação dos seus
filhos tem um destaque muito especial. Desta forma lemos que sua mãe lhe fazia
um túnica pequena e anualmente lhe trazia, quando vinha para o sacrifício
anual. Que exemplo! E que dedicação! Ela sentiu na pela a infidelidade daqueles
dias e viu a sua responsabilidade na criação e educação do seu filho. Deus lhe
concedeu tudo quando buscou na sua presença.
Que exemplo temos aqui, nestes dias em que
vivemos. O barco que nos conduz esta afundando e muitos de nós não estamos
percebendo que nossos filhos estão afundando com ele. Como Eli somos passivos
diante de tão grande realidade. O mundo está os absorvendo e nós não somos
apenas assistentes deste desastre, somos também, os provedores desta tragédia,
fornecendo e provendo todos os recursos que o sistema mundano, regido e
organizado por Satanás preparou para entreter nossas crianças. Que o exemplo de
Ana possa falar ao nosso coração.
4-
A velhice e o fracasso de Eli
Causa-nos admiração a postura de Eli,
tendo em vista, que Ele era o responsável em cuidar dos direitos do Senhor
sobre o seu povo. Esta parte começa nos informando sobre suas condições físicas
“muito velho”; e o tempo de exigir e estabelecer a autoridade que lhe foi
delegada, pela unção do sacerdócio já era passado. Agora com voz trêmula e o físico
abalado seus filhos não lhe deram ouvidos. Parece que ele ignorou a conduta
deles quando o tempo era próprio para lhes imputar disciplina, correção.
Devemos lembrar que tudo quanto dantes foi escrito, para nosso ensino foi
escrito (Rom. 15:4) e, portanto, não ignorar a responsabilidade que temos de
criar nossos filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Efe. 6:4). O tempo
passa mais rápido que imaginamos e se não aplicarmos desde cedo estas
instruções, podemos ter que amargar os mesmos resultados colhidos por Eli. Nada
pode soar mais doido no ouvido de um pai ou mãe a sentença que pairava sobre os
filhos de Eli; quantos têm chorado e lamentado a morte dos seus filhos. As
últimas palavras do verso 25 são demasiadamente terríveis: “porque o Senhor os
queria matar”; estas mesmas palavras também foram escritas com respeito aos
filhos de Judá em Gênesis 38:7 e 10.
5-
O homem de Deus e o juízo da sua
casa
Infelizmente
nem sempre estamos preparados para a colheita dos frutos que semeamos, assim
foi com Eli e é conosco também; temos que repetir incessantemente isto pelo
fato de que não levamos, em muitos casos, a sério as advertências da palavra de
Deus. Nunca esqueçamos Aquele que disse: “Minha é a vingança, eu
darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo” ou “o nosso Deus é um fogo consumidor (Heb. 10:30;
12:29). Então diante desta triste realidade o Senhor envia um mensageiro à casa
de Eli. As suas palavras estavam alicerçadas sobre a autoridade destas
palavras: “Assim diz o Senhor”. Imagino que quando elas soaram no ouvido e coração
de mais trêmulo ainda ficou, não podia avaliar agora o dano da sua conduta; como Belsazar foi pesado e achado em falta.
Mas aquele homem era apenas um mensageiro, é possível que humanamente falando ele
tenha sentido compaixão de Eli, mas quem deu a sentença foi o Senhor, e ele não
podia alterá-la nem fazer nada.
Sua mensagem começa lembrando Eli da
escolha desde a casa de seu pai e até chegar a ele próprio; ele menciona que o
serviço de Eli era oferecer o incenso, aquele perfume agradável, que
prefigurava a Bendita Pessoa do Senhor Jesus, perfume que em toda a sua essência
e valor subiu da cruz do calvário, entretanto, apresentar ao Senhor aquilo que
era aprazível a Ele; também para trazer
o Éfode diante Dele, e as demais funções que o nobre oficio de sacerdote
propiciava.
O Éfode agora estava posto sobre o jovem
Samuel (vs. 18) o qual “ia crescendo e fazia-se agradável, assim como para o
Senhor, como também para com os homens” (vs. 26).
Prosseguindo na sua arguição a Eli, o
homem de Deus faz uma pergunta tremenda, estarrecedora, diz ele: “Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei na minha morada,
e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de
todas as ofertas do meu povo de Israel?” Notemos bem que a culpa não e diretamente imputada aos filhos de Eli,
mas a ele próprio. Por isso, porque ele deu coice, a promessa que lhe cabia,
bem como a sua casa seria anulada, e o motivo era muito simples: “Aos que me
horam honrarei, porém que me desprezam serão desprezados (vs.30); e mais,
cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa e
verás o aperto da morada de Deus (vs. 31, 32a).
São palavras que também nos deixam trêmulos
diante da santidade daquele que havemos de prestar contas (Heb. 4:13). Mas o
homem de Deus prosseguiu relatando a Eli todas as consequências do caminho que
ele escolheu, inclusive a morte dos seus dois filhos num mesmo dia. Acredito
que todo leitor destas páginas encontrará avisos e lições para sua vida
prática; a história de Eli e de outras personagens do livro de Deus estão
repletos de lições e ensinos para nossa vida prática.
Mas não podemos encerrar esta importante passagem sem mencionar o verdadeiro
sacerdote que o Senhor, nesta cena de trevas, promete levantar. É sempre onde
findam as esperanças humanas que a graça infinita de Deus se manifesta. A raiz
de Eli foi julgada e condenada, mas, então diz o Senhor: “suscitarei para mim um sacerdote fiel,
que procederá segundo o meu coração e a minha alma” (vs. 35a). Assim quando chegamos à epistolo aos Hebreus lemos estas
doces e amáveis palavras: “Por
isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para
expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado,
padeceu, pode socorrer aos que são tentados (Heb. 2:17,18).
Graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo é o Sumo
Sacerdote prometido e agora está no, onde vive sempre para interceder céu por
nós.
Em
finalizar, pois o assunto desta preciosa porção pode ir muito além daquilo que
mencionamos, arranhamos apenas a superfície deste profundo manancial, mas que
Deus o Espírito Santo, use-o para exercitar nossos pobres corações a descobrir
as profundezas de Deus. Que a Ele
J.B.C.
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