quinta-feira, 6 de junho de 2019

TRABALHANDO SOB A DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO




TRABALHANDO SOB A DIREÇÃO

DO ESPÍRITO SANTO









O verdadeiro segredo de todo ministério (digo, serviço) é o poder espiritual. Não é o intelecto, nem a inteligência, nem a energia do homem, mas simplesmente o poder do Espírito de Deus. Isto era verdadeiro nos dias de Moisés e é verdadeiro ainda hoje. "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zacarias 4:6). É conveniente que todos os ministros lembrem sempre disto. Isto sustentará seu coração e dará a seu ministério uma con­tinua eficácia. Um ministério que flui de uma dependência perma­nente do Espírito Santo não pode jamais ser estéril. Se um homem confia em seus próprios recursos, cedo estará desprovido deles. Mas pouco importa seus talentos, ou seus grandes conhecimentos; se o Espírito Santo não é a fonte e o poder de seu ministério, este perderá cedo ou tarde, seu vigor e sua eficácia.



Quão importante é, pois, que todos os que servem, seja na pregação do Evangelho, ou seja, na Igreja de Deus, se apoiem continua e exclusivamente no poder do Espírito Santo! Ele sabe o que as almas necessitam e pode suprir completamente a estas necessidades. Porém devemos confiar neste poder e empregá-lo. Não convém apoiarmos em parte em nós mesmos e em parte no Espírito de Deus. Se existir a menor con­fiança em nós mesmos, bem cedo se dará a conhecer. Devemos na realidade re­nunciar ao que pertence ao eu, se quisermos ser vasos do Espírito Santo.



Isto não quer dizer que não deva haver uma santa diligência e uma santa dedicação no estudo da Palavra de Deus, ou até mesmo que nos exercícios, provas, lutas e nas várias dificuldades da alma. Estamos convencidos que quanto mais abundantemente nos apoiarmos no grande poder do Espírito Santo, com o sentimento de nossa inutilidade e fraqueza, mais estudaremos com cuidado e com zelo, tanto o Livro como a alma. Seria um erro fatal servir-se da profi­ssão de dependência do Espírito Santo como pretexto para descuidar o estudo feito com oração e a meditação: "Medita nestas coisas, ocupa-te inteiramente de elas, para que teu aproveitamento seja manifesto a todos." (1ª. Timóteo 4:15).



Mas, depois de tudo, lembre-se sempre que o Santo Espírito é a fonte inesgotável e viva do ministério. É Ele só que pode desvendar em toda sua beleza e plenitude divina, os tesouros da Palavra de Deus, e aplicá-los segundo Seu poder celestial  às necessidades atuais da alma. Não se trata de expor verdades novas, mas simplesmente revelar a própria Palavra de Deus, de maneira que opere sobre o estado espiritual e moral do povo de Deus. Eis aqui o verdadeiro ministério. Um homem pode falar cem vezes sobre a mesma porção das Escrituras, e às mesmas pessoas, e em cada uma delas pode anunciar a Cristo a suas almas com uma doce e refrescante fragrância espiri­tual. E, por outra parte, um homem pode atormentar seu espírito para descobrir novos temas e novas maneiras de tratar velhos textos, e apesar de todo este esforço, suceder que na sua pregação não haja nem um átomo de Cristo ou de poder espiritual.



Tudo isto é verdadeiro para o evangelista, também para o mestre e para o pastor. Um homem pode ser chamado a pregar o evangelho no mesmo campo durante anos e poderá em ocasiões sentir-se oprimido pelo pensamento de ter que dirigir-se ao mesmo auditório, sobre o mesmo tema, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Pode estar perplexo para encontrar algo novo ou va­riado. Talvez deseje ir a qualquer outro campo no qual os temas que lhe são familiares sejam novos para seus ouvintes. O que temos dito mais acima ajudará muito aos tais a recordar que Cristo é o único grande tema do evangelista. O Espírito Santo é quem subministra o poder para desenvolver esse grande tema; e os pobres pecadores perdidos são os ouvintes ante os quais esse grande tema deve ser des­envolvido.



E Cristo é sempre novo, o poder do Espírito Santo não diminui nunca; a condição e o destino da alma são sempre viva­mente interessantes. Ademais, é conveniente para o evangelista cada vez que prega, recordar que aqueles a quem se dirige ignoram realmente o Evangelho, de maneira que deve falar como se fosse a primeira vez que seu auditório ouvisse a mensagem e a primeira vez que ele a anuncia. Com efeito, a pregação do Evangelho, na divina acepção desta palavra, não é a exposição estéril de uma simples doutrina evangélica, nem certa forma de discursos expostos sem cessar segundo a mesma rotina fatigante. Longe disto. Pregar o Evangelho é na realidade levantar o véu do coração de Deus; à pessoa e à obra do Senhor Jesus Cristo; e isto pela energia presente do Espírito Santo.



Se todos os pregadores pudessem ter estas coisas presentes em seus pensamentos, pouco importaria então que houvesse um só pregador ou setenta; um só homem num mesmo campo durante cinquenta anos, ou o mesmo homem em cinquenta campos distintos durante um ano. Assim no caso de Moisés (Números, capítulo 11), no havia aumen­tado de poder, sino que o mesmo Espírito que possuía ele foi dado aos setenta anciãos. Deus pode operar por meio de um só homem tão bem, como faz por meio de setenta; e se Ele não opera, setenta não farão mais que um só. É da maior importância ter a Deus sempre presente na alma. Esse é o verdadeiro segredo do poder, seja para o evangelista, seja para o mestre, seja para qualquer outro ser­vo. Quando um homem pode dizer: “Todos os meus recursos estão em Deus”, não há necessidade de afligir-se com respeito à esfera de sua atividade, ou da sua aptidão para cumpri-la. Mas quando não for assim, podemos compreender perfeitamente que um homem deseje ardentemente compartilhar com outros seus trabalhos e sua responsabilidade.



Recordemos que Moisés, no principio do livro do Êxodo, foi, apesar de toda resistência, enviado ao Egito, numa simples dependência de Deus, embora tivesse que ser acompanhado por Arão. Isso é o que sucede sempre. Preferimos algo palpável, algo que os olhos possam ver e a mão apalpar. É muito difícil para nós firmar-nos vendo o Invisível. E, não obstante, o apoio em que desejamos descansar é com frequência uma cana quebrada que nos atravessará a mão. Arão foi para Moisés uma fonte fecunda em pesares; e aqueles que, em nossa loucura imaginamos como seres indispensáveis terminam, com frequência, sendo tudo ao contrario. Oh! Que possamos aprender a descansar no Deus vivo, com um coração sincero e uma confiança inquebrantável.

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