segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Falar mal dos outros


Falar mal
dos outros

“Senhor Jeová, quem habitará em teu vernáculo? Quem morará em teu santo monte? O que não calunia com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem admite censura alguma contra seu vizinho” (Salmo 15:1-3).



Este é um mal, acerca do qual, precisamos chamar nossa atenção. Sabemos que não se limita a uma localidade ou a uma classe particular de pessoas.

O pecado de caluniar os outros, ou de criticar alguém em sua ausência é algo praticado em todas as partes e entre todas as classes de pessoas numa medida aterradora. É um mal abominável, e até mesmo diabólico. Na verdade se tem dito que o “que fala mal do outro, causa dano a três pessoas: A si mesmo, ao que o ouve, e aquele de quem está a falar”. Se tenho que apontar alguma falta em uma pessoa, ela deveria ser a primeira a ouvir dos meus lábios acerca disto. Quão pouca importância se dá a isto! Encontramos com alguém, o saudamos com alegria, apertamos sua mão, conversamos amavelmente, e tão logo nos despedimos e nos separamos, começamos a desqualificá-lo de uma maneira ou outra. Um velho irmão afirmou acertadamente: “Estou resolvido a não falar nunca, das virtudes de uma pessoa em sua frente, e nem de suas faltas por detrás das suas costas”. Que nobre determinação! Quão pouco vemos estes santos princípios sendo colocado em prática! O que geralmente fazemos é exatamente o contrário; adulamos os outros em sua presença e os denegrimos em suas ausências. Que o Senhor em sua graça possa nos livrar deste vergonhoso e pecaminoso costume. Isto seguramente é uma ação diabólica.

Necessitamos ser mais sinceros quando falamos com alguém, assim como necessitamos, ser mais benignos e afáveis ao falarmos desta pessoa a alguém. Se vemos algum mal em uma pessoa, devemos ir diretamente a ela e conversar com toda a franqueza e sinceridade; e se não tivermos nada de bom que dizer dela, então, devemos impor a lei do silêncio sobre ela. Isto evitará uma grande quantidade de males e de prejuízos; evitará indizíveis tristezas e animosidades. Diz a palavra de Deus: “Irmão, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz” (Tia. 4:11). Quão oportunas são estas palavras! Mas quão lamentável é que haja tão poucos que agem sobre este principio! Parece haver uma verdadeira falta de honestidade comum, uma ausência de sinceridade, e uma tremenda falta de caráter e covardia ao falar pelas costas de alguém, o que não atreveríamos a falar em sua frente. Os crentes devem fugir de tudo que é baixo e ruim.

Conforme I Tim.5:13, uma das situações que conduz a esta pratica é a ociosidade. Constitui-se numa boa coisa estarmos plenamente ocupados em nossos afazeres, pois isto nos livra de muitos males, inclusive de falarmos mal dos outros, e contra isto advertimos, solenemente, a todos. O diabo é um difamador, o maior dos difamadores, e todos os que têm este costume, estão fazendo sua obra. Queremos alertar a todos nós, que em caso de falar mal dos outros, em sua ausência, adotem o conselho de Salomão: “O vento norte afugenta a chuva, e a face irada a língua fingida” (Prov. 25:23).  Não devemos nunca ouvir a alguém que fala mal dos outros as suas costas, porque se o fizermos, “estaremos participando das suas más obras”. Recordemos do exemplo do Senhor: “Todos se maravilhavam das palavras de graça que saiam da sua boca” (Luc. 4:22). Procuremos imitar isto e não ser achado fazendo a obra de Satanás.  

A atitude que Deus espera daquele que é caluniado.

Queira Deus conceder-nos a graça de sermos guardados desse mal tão vil de falar mal dos irmãos. Velemos para que não sejamos achados incorrendo neste mal contra aqueles que são tão amados por Ele, e que tanto lhe ofende. Não há no corpo de Cristo um só membro,  em que no qual não possamos encontrar algo de bom, se o buscarmos de maneira correta. Ocupemo-nos unicamente no que é bom; detenhamo-nos no bem e procuremos fortalecê-lo e desenvolvê-lo de todas as formas possíveis. Por outro lado, se não temos descoberto o que e bom em nosso irmão e companheiro de serviço, se nossos olhos só podem ver extravagâncias, se não temos conseguido encontrar um pingo de vida entre as cinzas, a pedra preciosa no meio das impurezas; se só temos visto o que é da natureza carnal, então coloquemos o véu do silêncio sobre nosso irmão, com amor e benevolência, e falemos dele somente diante do trono da graça.

Assim mesmo, quando estivermos em companhia daqueles que tem o perverso costume de falar contra os filhos de Deus, se não conseguimos mudar o curso da conversa, então levantemo-nos e abandonemos esse lugar, dando com isso um testemunho contra o que é tão abominável para Cristo. Jamais nos assentemos junto de um difamador para escutá-lo. Podemos estar seguros de que procedendo assim estaremos fazendo a obra do diabo, e causando um dano positivo a três pessoas distintas: a si próprio, a seus ouvintes e aquele que é o alvo de suas censuras.

Há algo de perfeita beleza na maneira como Moisés se conduziu na cena descrita em Números 12. Ele mostrou-se deveras um homem manso, não somente no caso de Eldade e Meldade, mas também no assunto mais angustioso e delicado de Arão e Miriã. No  primeiro caso, em vez de ficar com ciúmes daqueles que foram chamados a compartilhar da sua dignidade e responsabilidade, regozija-se da obra deles, e roga para que todo o povo de Deus possa possuir o mesmo privilégio sagrado. No segundo caso, em vez de experimentar e guardar ressentimento contra seu irmão e sua irmã, estava bem disposto, em seguida, a tomar o lugar de intercessor: “Pelo que Arão disse a Moisés: Ah! Senhor meu, ora não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente, e com que havemos pecado. Ora não seja ela como um morto, que saindo do ventre de sua mãe, tenha metade da sua carne já consumida. Clamou pois Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures.” (Números 12:11-13).

Que lição! Aqui Moisés exala o espírito do seu Senhor, e roga pelos que falaram tão veemente contra ele. Esta era a Vitória, a Vitória de um homem manso, a Vitória da graça. Um homem que conhece seu verdadeiro lugar diante de Deus é capaz de elevar-se acima de todos os obstáculos que se levanta contra ele; e não se aflige por isto, senão, unicamente por aqueles que os pronunciam. Ele é capaz de perdoá-los, não é susceptível, não é tenaz, nem é ocupado consigo mesmo. Sabe que nada o poderá rebaixar da sua dignidade; e, por esta razão, se alguém falar contra ele, pode inclinar a cabeça com mansidão e continuar seu caminho, encomendando-se a si mesmo e sua causa Aquele “que julga justamente” e que “recompensará a cada um segundo as  suas obras” (1.ª Pedro 2:23; Romanos 2:6).

Tal e a verdadeira dignidade. Oxalá que pudéssemos compreendê-la um pouco melhor, e então não estaríamos tão dispostos a acender-nos em ira, quando alguém achar por justo falar com desprezo de nós ou da nossa obra; em contrário, podemos elevar nossos corações em fervente oração por eles, trazendo assim bênçãos sobre eles e sobre nossas almas!

(anônimo).
                                          

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