Um Corpo.
Nas epístolas do Novo Testamento destacam-se com
muito brilho a verdade solene e sublime da unidade do corpo de Cristo. Observar
esta unidade e expô-la conforme temos na palavra de Deus constitui num dever de
todo aquele que se dispõe a ensiná-la. Na epístola aos Efésios a verdade
relativa ao corpo, paira em quase todos os seus capítulos, (excetuando apenas a
omissão da palavra, o capítulo 6), e em cada um deles, está demonstrado um
aspecto importante acerca do corpo.
Assim
temos:
Efe.
1:23 – A igreja é o seu corpo.
Efe.
2:16 – Reconciliou ambos em um corpo com Deus, por intermédio da cruz.
Efe. 3:6 - Co-herdeiros, membros do mesmo corpo.
Efe. 4:4 – Há somente um corpo.
Efe.
4:12 –A edificação do corpo de Cristo.
Efe.
5:30 – Somos membros do seu corpo.
Diante disto, podemos ver que o corpo segundo a
avaliação do Senhor é de uma importância enorme e cabe a cada membro do corpo,
não só conhecer esta importância, mas também reconhecê-la e vivê-la. Assim
sendo, o Espírito Santo fornece no novo testamento, as instruções para o
funcionamento do corpo, segundo a vontade de Deus e, em cada uma destas
instruções vemos que os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações,
mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a
cada um visando um fim proveitoso (I Cor. 125-8).
O corpo está bem coordenado e ordenado por Deus na
sua palavra, de tal maneira que pode corresponder aos anseios daquele que o
coordenou. A coordenação dada por Deus ao corpo tem como objetivo não haver
divisão no corpo, mas pelo contrário, que nos membros do corpo haja uma
cooperação mútua, em igual cuidado, em favor uns dos outros (I Cor 12:24-26).
Agora perguntamos: É isto o que estamos vendo em
nossos dias? Qualquer pessoa que deseja ser sincero responderá, não, não é isto
o que vemos. Vemos sim uma diversidade de corpos, uma diversidade de espíritos.
O que citamos acima de I Coríntios 12 é que os dons, o serviço, as realizações,
estes sim são diversos; mas o corpo, o Espírito, o Senhor e o nosso Deus são
um, ou o mesmo como queiram, mas o que estamos vendo é exatamente o contrário;
e, se é assim, podemos afirmar que não procede de Deus.
Neste estudo queremos nos ocupar com a unidade do
corpo, e então perguntaremos: o que é unidade? Sei que está pergunta é tão
simples que qualquer criança poderá respondê-la, mas a prática do que é unidade
não é tão simples assim, basta que olhemos ao nosso redor e logo descobriremos
isto. Quando penso numa unidade, penso em algo uniforme, algo que tenha a mesma
forma, isto indica que o corpo, não importa onde esteja ele deve ter a mesma
forma, deve ser o mesmo, deve ser igual. Se for o mesmo Espírito que está
agindo no corpo, Ele está produzindo em cada localidade, um corpo que reflete
plenamente, onde for visto, contemplado, a mesma essência, a mesma substância e
a mesma qualidade, em outras palavras, em qualquer lugar, onde for encontrado,
será também o mesmo corpo.
Nós vivemos em tempos difíceis (II Tim. 3:1), Tudo
quanto nos cerca faz transparecer as dificuldades destes dias, pois as
características do terceiro capítulo de II Timotéo estão presentes. A corrupção
tomou conta de tudo e até onde ela não deveria entrar, parece que foi aí que
encontrou mais campo para agir. Nada é mais corrupto nestes dias do que aquilo
que tem o nome de igreja, o comércio tomou conta da igreja professa.
É interessante observar que a palavra comércio
aparece apenas 05 vezes na bíblia, sendo 04 em Ezequiel e 01 em II Pedro. As quatro
vezes que aparece em Ezequiel está relacionada a Tiro (Eze 27:19; 28: 5, 16,
18, RA) e é uma referência clara a satanás, o Querubim Ungido (Eze 28:13-19).
Em II Pedro 2:3, o apóstolo está a falar de falsos
mestres que surgiram na igreja professa, e introduziram heresias destruidoras;
Dentre estas heresias, Pedro destaca a libertinagem, com ela o caminho da
verdade será infamado ou blasfemado, e a avareza, por causa da qual será feito
comércio de vós, com palavras fingidas.
O corpo é sobremodo importante para Deus, eis a
razão porque é mencionado primeiro, em Efésios 4:4. Não foi por acaso que o
Espírito Santo o menciona ali em primeiro lugar. É impressionante como está
ordenada, pelo Espírito Santo, a lista que temos naquele capítulo. Primeiro
temos o corpo e por último Deus. Será que o Espírito Santo se enganou? Será
possível isto? Dizer sim a estas interrogações é o mesmo que dizer que Ele é
como nós; mas, não, o Espírito Santo não se enganou, e nesta parte da escritura
está demonstrando que o corpo é um indicador de unidade.
Há uma unidade perfeita no céu, entre o Pai, o Filho
e o Espírito Santo; a bíblia faz questão de ressaltar que os três são um (I
João 5: 7). No evangelho de João o Senhor Jesus deixou bem claro a unidade
entre Ele e o Pai. Ele disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jô. 14: 9),
e no capítulo 17 apresentou esta unidade como modelo, para a unidade dos seus.
No verso 11 do referido capítulo Ele diz: “Pai Santo, guarda-os em teu nome,
que me deste, para que eles sejam um, assim como nós”; novamente em
versos 21 a
23 do mesmo capítulo Ele continua a dizer: “A fim de que todos sejam um; e como és
tu, ó Pai em mim e eu em ti, também sejam eles em nós... Eu lhes tenho
transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós
o somos; Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados
na unidade” Se há uma unidade perfeita no céu,
Deus quer manifestar esta unidade em sua igreja na terra.
O testemunho da igreja aqui depende de preservar esta
unidade, por isso estas palavras acompanham a descrição do Senhor, quando falou
de sermos aperfeiçoados na unidade, diz Ele: “Para que o mundo conheça que tu
me enviaste e os amaste” (17:23). Podemos afirmar que o poder do testemunho
está condicionado à manutenção desta unidade. Deus deseja que saibamos a
importância do corpo para Ele e o valor que ele dá ao corpo, por isto, a
primeira coluna da unidade do Espírito é o fato que há um só corpo. É verdade
que este único corpo está estabelecido em muitas localidades e o aspecto
geográfico não tem nenhuma influência nele, apesar das diferentes condições e
sistemas nos quais existe. Quando no seu sábio conselho, o grande Deus planejou
o corpo, ele anteviu o corpo estabelecido nos diferentes lugares e antevendo-o,
predeterminou que houvesse uma unidade nele e delegou ao Espírito Santo a
incumbência de batizar os salvos e formar o único corpo; e para que isto fosse
plenamente cumprido, o Espírito Santo desceu no dia de pentecostes e executou de
uma única vez o batismo que forma o corpo único.
O Espírito Santo está aqui na terra como o selo
desta unidade e quando o corpo estiver completo, ele o levará para e
apresentá-lo-á a Cristo (Gen. 24 ; Efe.
1:13,14). Ma alguém dirá! Isto não é possível, tendo em vista a cultura e
costumes dos povos. Isto é apenas conclusão humana e esta forma de indagação
não anula a vontade de Deus e nem o seu glorioso plano. A verdade relativa à
unidade do corpo permanece inalterada e será manifestada, apesar de toda
resistência do diabo e dos homens.
Outra coisa que precisamos considerar é a
responsabilidade do homem, relacionada à unidade do corpo. Na criação, só há
uma espécie que pode causar divisão no corpo, e esta é a espécie humana; Ao
homem Deus deu um enorme privilégio, não só no que se relaciona à criação, mas,
muito mais no que está relacionado ao corpo. Se o ato de dividir o corpo só
pode ser conseguido através do homem, (o que seria um agravo ao Senhor),
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz é um dever que Deus deu ao
homem, e isto deve ser feito com muito empenho e esforço. Existe muita
preocupação em haver divisões em certos sistemas denominacionais, (o que na
verdade já é uma divisão do corpo), em contrário, preocupa-se muito pouco com a
unidade do corpo, pois, externamente a visão que temos dele é que está
totalmente dividido. Qual a explicação que temos para tantos nomes
denominacionais? A única resposta sincera que poderemos dar para esta questão é
que o corpo está dividido externamente em nomes que os homens usurparam da
própria Palavra de Deus, para construir o sistema denominacional existente, sob
a alegação tola de que precisam de endereço, para que posa ser conhecidos e
encontrados.
Alguém certa vez me perguntou: Como posso saber que
há uma casa de oração em Gama, se lá onde vocês reúnem não há o seu nome
escrito? A resposta para esta indagação, só poderá ser dada com outra pergunta
semelhante: Você procura casa de oração ou a igreja de Deus? Eis a questão!
Quando procuramos um lugar para reunir, o que procuramos? A igreja de Deus ou a
casa de oração! A casa de oração não é a igreja de Deus. A igreja de Deus é a
comunhão dos salvos por Nosso Senhor Jesus Cristo. A casa de oração faz parte
de um outro concerto, um concerto feito entre o Senhor e o povo de Israel que
no milênio será estendido a todos os povos (Isa 56: 6,7; Zac. 14:16-21). Não é
nosso propósito aqui falar disto, nosso tema é a igreja de Deus, o corpo de
Cristo.
Prosseguindo com as considerações sobre o corpo,
faz-se necessário mencionar as responsabilidades que temos de não fazemos
divisões nele, sob qualquer argumento. O primeiro aspecto que merece a nossa
consideração diz respeito a sua unidade. O número UM é indivisível, e foi o
número que Deus deu ao corpo, por isto no plano espiritual é impossível
fazê-lo, dividi-lo. Podem acontecer as coisas que vemos, isto é, irmãos
separando-se, escândalos e mais escândalos, pode haver divisões entre os
homens, mas o corpo de Cristo permanece sólido, indivisível. Os acontecimentos
relatados em I Coríntios
capítulos 1 e 3 são sobremodo tristes. Paulo ensina-os a não proceder assim e
mostra-lhes que os sintomas destes acontecimentos são sintomas carnais, não
procede do Espírito e, portanto, não pode afetar o plano de Deus. De posse
deste conhecimento dirigi-lhes uma salutar indagação: Acaso está Cristo
dividido? Está pergunta constitui-se na base de tudo. Cristo é indivisível. Em
capítulo 3 de I Coríntios, Paulo fala do andar segundo os homens, e este andar
diz ele, traduz-se por divisões. Nos desígnios de Deus, Paulo plantou, Apolo
regou, mas quem deu crescimento foi Deus http://verdadesperdidasdabiblia.blogspot.com.br/mesmo
(I Cor. 3:6,7), portanto, nem o que planta nem o que rega é coisa alguma, mas
Deus que dá o crescimento. Estas coisas estão assim expostas e ordenadas para
mostrar aos homens a sua fraqueza e inutilidade e que dependência será a única
atitude sábia que ele possa demonstrar.
A questão do corpo como está nas escrituras, deve
ser preservada por todo aquele que serve ao Senhor, alterá-lo ou modificá-lo,
revela desobediência e insensatez. Aonde quer que encontremos uma igreja de
Deus ela estará sendo uma testemunha do Senhor e estará testificando da unidade
do corpo, e jamais deixará transparecer a idéia de muitos corpos, ou até mesmo
de corpos individuais, pois se isto acontecer, ela não será uma igreja de Deus
e sim uma igreja professa. O Espírito Santo que atua no seu seio deve ser
reconhecido como o mesmo e um só Espírito em todos os lugares onde o corpo está
representado. O corpo é um só e diferenças entre localidades devem ser apenas
geográficas, espiritualmente, devem ter a mesma direção, a mesma essência,
substância e conteúdo; este é o principio do um só corpo, como está em Efésios
4:4.
O FUNCIONAMENTO DO CORPO.
Em Romanos 12:4, 5 e I Coríntios 12, o Espírito
Santo ensina que há diversidades de membros, mas há um só corpo, também que os
membros não têm a mesma função, embora tenham diferentes dons (Rom. 12:6), mas
isto não divide o corpo, pelo contrário, o une ainda mais. O que causa divisão
no corpo são as atitudes carnais (I Cor. 3:1-9) e coisas da carne, tais como:
avareza, egoísmo, prepotência, etc. Se um membro está vazio, estará em
condições de ser cheio, mas se está cheio de si mesmo, não há o que fazer. Diz
a palavra de Deus: “Humilhai-vos na presença do Senhor e ele vos exaltará (Tia.
4:10)”.
Neste sentido há no velho testamento uma lição assaz
preciosa, ela está descrita em
II Reis 4:1-7. Eliseu encontra-se com uma mulher dos
discípulos dos profetas; Esta mulher coloca perante ele a sua triste situação,
certamente Eliseu ficou compadecido dela e pergunta-lhe: “Que te ei de fazer?
Dize-me o que tens em casa” A resposta é simples e objetiva: Tua serva não tem
nada em casa, senão uma botija de azeite. Que situação maravilhosa! Alguém pode
questionar: Não ter nada em casa exceto uma botija de azeite é maravilhoso?
Para o coração carnal pode ser desesperador tal situação, mas o coração
espiritual se deleita em tal condição, pois sempre age no principio da fé.
O azeite nas escrituras é símbolo do Espírito Santo,
é dele que o servo do Senhor precisa, ele é a fonte de tudo, e ele só pode encher
vasos vazios; portanto, há quatro coisas nesta passagem dignas de nota.
1-
Uma serva vazia
(não tinha nada em casa). Não possuía nada em que descançar e nem para distrair
seu o coração, dependia totalmente de outro, dependia do Senhor para a solução
do seu problema, estava vazia, mas também estava em condições de ser cheia.
Esta é uma característica daqueles que serão úteis ao Senhor, os cheios não podem
ser usados por ele.
2-
Eliseu disse:
pede emprestado aos teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. (Disposição
para o serviço). Aqui temos em figura a esfera do nosso serviço. Se estivermos
cheios não necessitamos de recorrer a ninguém, mas estando vazios, necessitamos
ir aos outros, isto nos fala do testemunho. Outra lição encontramos aqui com
referência a nós mesmos: Será em vão gastar o nosso tempo com aqueles que estão
cheios, com aqueles que não dão valor a palavra de Deus, com aqueles que preferem
mais as suas tradições do que a verdade de Deus. Devemos esforçar o máximo
possível, aproveitar todo o nosso tempo, para encher vasos vazios, vasos que
almejam ser cheios. Tudo o mais pode parecer bonito, organizado, completo, mas
não passará disto. O Senhor só será glorificado onde houver vasos vazios, vasos
que ele pode encher, assim como esta mulher que não possuía nenhuma capacidade,
nenhuma possessão, apenas seus dois filhos, mas reconhecia que era devedora.
Disse o apóstolo Paulo: “Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a
sábios como a ignorantes” (Rom. 1: 14). Somente assim seremos cheios do
Espírito Santo.
3-
Obediência (Não
duvidou das palavras do profeta). Ela não questionou a instrução de Eliseu, não
fez das suas fraquezas e da própria situação um obstáculo, não! Ela prontamente
atendeu a indicação do profeta, confiou nas suas palavras. O Senhor apenas
exige que creiamos nele, “Sem fé é impossível agradar a Deus (Heb. 11:6)”, é um
principio imutável, podemos até mesmo não entendê-lo, mas é o principio de
Deus. Portanto, em relacionarmos com o Senhor, a exigência que nos é requerida
é: obediência total e irrestrita a sua preciosa palavra.
4-
O Azeite parou
(quando cessam os vasos vazios, O Espírito não tem o que encher). Eis um fato
digno de ser observado por todo aquele que pertence ao Senhor. Assim que
acabaram os vasos vazios, o azeite parou; enquanto apareciam os vasos vazios o
azeite jorrava e enchia um após outro e não derramou pelo chão, cessado estes,
o azeite parou, porque não havia mais vasos a encher. Devemos lembrar que Deus
ordena que tudo seja feito com decência e ordem (I Cor 14: 40) e ele mesmo dá o
exemplo. Isto é uma linda figura da ação do Espírito Santo na igreja de Deus. A
sua ação restringir-se-á apenas aos vasos vazios, enquanto existirem em cada
igreja, nas várias localidades onde está, o Espírito os encherá, acabando-os
ele cessará. É isto que temos em Romanos 12 e I Coríntios 12, cada membro é
usado pelo mesmo Espírito, embora as funções que realizam não sejam as mesmas; entretanto,
o corpo é edificado e o Senhor glorificado. Ouçamos também Efésios 4:15, 16:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda
junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento
para edificação de si mesmo em amor”.
A IGREJA É A PLENITUDE DE CRISTO
(Efe. 1:23).
O Espírito Santo faz uso no novo testamento de
palavras que revelam uma enorme grandeza, para falar-nos da igreja de Deus.
Nesta parte temos a palavra plenitude. Segundo o dicionário da língua
portuguesa Aurélio esta palavra significa o que é completo, perfeito, absoluto,
repleto, inteiro, cheio, cabal. Estas expressões somente a graça de Deus
poderia usar em referência a igreja, e, ainda mais, tudo isto em ligação com o
Senhor Jesus Cristo, que é a cabeça do corpo.
Nesta associação a sabedoria humana desvanece, pois
não tem como perscrutar as profundezas do Espírito. A parte que toca ao homem
redimido é apreciar e tomar posse daquilo que a bendita graça de Deus fez em
favor dele e nesta apreciação abrir o seu coração em gratidão e adoração ao
Senhor pela sua infinita misericórdia e graça demonstrada em favor dele.
Podemos exclamar com o apóstolo Paulo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da
sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e
quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou
quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser
restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A
ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
A IGREJA É O EDIFÍCIO DE DEUS (Efe. 2:20-22; I Cor.
3:9).
Em vários lugares do novo testamento está destacada
esta verdade. Em I Coríntios 3:16, 17; 6:19; Efe. 2:21, nós somos Santuário
de Deus; Em Efe 2:22, somos morada ou
habitação de Deus; Em II Cor. 6:16, somos santuário
do Deus vivente; Em I Tim. 3:15, somos a casa
de Deus, preciosa verdade. Pois bem, quando se
pensa num edifício, pensa-se num projeto do mesmo edifício e então inclui-se
aqueles a quem serão delegados a obrigação, tanto do projeto, como da execução
do projeto. O projeto de Deus não foi diferente. O Pai projetou, O Filho
executou, e ao Espírito Santo foi delegada a missão de reunir os salvos e
formar o edifício. Quando Deus quis um tabernáculo, ele deu a Moisés o projeto
dele, quando Deus planejou a igreja, também forneceu a planta dela. Em Efésios
5:27, ele apresenta as características dela. Diz a palavra de Deus: “Igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém, santa e sem
defeito”.
Este edifício não está completo, ainda está em
construção e somos advertidos em
I Coríntios 3, sob a forma como construímos nele. O apóstolo
Paulo diz nesta parte que como prudente construtor lançou o fundamento e cada
um veja como edifica sobre ele, pois, diz ele: Ninguém pode lançar outro
fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Portanto, a
construção está agora sob a nossa responsabilidade, e os materiais que usamos
nesta construção está sendo analisado pelo Senhor e será julgado por ele. Diz
Paulo que este julgamento dirá se fomos aprovados ou reprovados. Ele não está a
falar de perdição e salvação, mas está a falar de galardão. Ele diz que os
reprovados sofrerão dano, mas serão salvos como que pelo fogo. Nesta
construção, jamais devemos agir pela razão ou por emoção, nem ainda por
tradição, e muito menos porque Fulano ou Sicrano fez assim. Os princípios que
devem guiar-nos são os princípios de Deus, os nossos semelhantes só podem ser
imitados, quando imitam o Senhor (I Cor. 11:1), em nenhuma outra circunstância
devem ser imitados por nós. A expressão “cada um veja como edifica” adverti-nos
sobre este perigo; Muitas divisões e muitos escândalos teriam sido evitados se
este principio tivesse sido observado.
O servo do Senhor é responsável diante dele pelas
verdades que lhe foram confiadas (Mat 25:14-30; Lucas 19:13-26); deixar de
observá-las sob qualquer pretexto, não será uma atitude sábia; a verdadeira
sabedoria é manifesta na obediência total e irrestrita a palavra de Deus. Que
sejamos fiéis ao nosso Senhor.
A IGREJA É A LAVOURA DE DEUS (I Cor. 1:9).
A expressão lavoura de Deus como está em I Coríntios 3:9,
traduz uma palavra grega que segundo alguns eruditos naquela língua significam:
“Terra cultivada, campo de trabalho”. Quando pensamos em cultivo, encontramos
muitas incidências desta tarefa tanto no Velho Testamento, como no novo. As
palavras plantou e plantar aparecem 19 vezes nas escrituras (RC), sendo a primeira vez em Gênesis 2: 8: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do
oriente: e pôs ali o homem que tinha formado;” e a última em Lucas 20:9: “E
começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu
para fora da terra por muito tempo.”O primeiro homem que temos nas escrituras
plantando foi Noé, Gênesis 9:20: “E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha.” Outra palavra que aparece e faz parte
do processo é a palavra Ceifa. Plantar
é o primeiro ato, ceifar é o último. Temos 10 ocorrências desta palavra na
bíblia (RC), e a primeira é em Isaías 9:3: “Tu multiplicaste este povo, a
alegria lhe aumentaste: todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos;” e a
última encontra-se no evangelho de João, numa passagem bem conhecida: “Porque
nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa.” Ainda encontramos muitas outras ocorrências de
palavras que indicam a mesma coisa, palavras que não apontaremos aqui.
Pois bem, como o parágrafo acima indica, a igreja é
a lavoura de Deus. Gostaria de chamar a atenção do leitor para este fato – DE
DEUS.
Cada pessoa que planeja plantar uma lavoura sabe
como irá conduzir todas as tarefas até a ceifa; e cada trabalhador contratado
para fazer parte do trabalho, deverá seguir as instruções do proprietário da
lavoura. Se Deus é o dono da lavoura (que é a igreja), será que Ele não
planejou nada para ser executado durante a sua edificação? Será que os
trabalhadores podem trabalhar como quiserem, como acharem melhor, ou ainda,
conforme suas convicções? Quero chamar a vossa preciosa atenção para este
aviso: “veja cada um como edifica sobre ele” (I Cor. 3: 10). Deus tem sim um
projeto para edificação da sua igreja, Ele forneceu, por sua infinita graça, um
modelo, e este modelo está em o novo testamento.
Gostaria novamente de requerer sua atenção para o
exemplo que temos do velho testamento, naqueles dias em que Moisés foi
comissionado por Deus a construir um tabernáculo; como inúmeras vezes lemos nos
capítulos 39 e 40 de Êxodo a expressão: “Segundo o Senhor ordenara a Moisés.”
Se o tabernáculo recebeu tais cuidados do Senhor, imagine a igreja que Ele
comprou com o sangue do seu Filho! O preço que Ele pagou é incalculável. Como
diz o hino 536 dos hinos e cânticos: “E como a tua igreja, a resgatar ainda,
qual pérola pura e linda, aqui pudeste ver. Assim de amor por ela, das ricas
regalias, das honras de Messias quiseste prescindir, cedendo-as prontamente, o
campo tu obtiveste; a tua vida deste pra jóia possuir. Foi puramente a graça
que atribuiu beleza Àquilo em que torpeza só se podia ver; não como em si ela
era tu a consideraste, mas como a tencionaste por tua mão fazer”.
Quero novamente chamar a tua atenção para isto: O
Senhor quer cultivar a sua lavoura segundo a sua soberana vontade e também
segundo os seus direitos adquiridos; Ele a comprou, ela é chamada de “sua
igreja”; portanto, não devemos ser como aqueles trabalhadores de Lucas 20:
9-16. O Senhor espera que sejamos fiéis no cumprimento do nosso dever e que
trabalhando na sua lavoura possamos procurar estabelecer em tudo a sua vontade.
Já temos mencionado de João 17 que a sua vontade é que eles sejam um, que sejam
aperfeiçoados na unidade. Então esforcemo-nos para fazer com que a lavoura de
Deus possa produzir estes frutos e assim permitir que o mundo conheça que o Pai
enviou seu filho ao mundo. Quando pensamos em Deus Pai enviando seu
Filho ao mundo, devemos lembrar que João nos ensina que este ato tem também
outra finalidade, diz ele: “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para
que por ele vivamos” (I Jo 4:9). Se na verdade
vivermos por Ele, a lavoura será cultivada para sua glória e honra. Amém!
J. B. C.
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