terça-feira, 18 de março de 2014

A mulher Cristã



O lugar designado à mulher.

Vamos começar a análise de nosso tema considerando o lugar que Deus designou a mulher. Ao fazê-lo, recordemos que não trata de uma questão de superioridade da mulher sobre o homem ou do homem sobre a mulher, mas sim, de aceitar o lugar designado por Deus na ordem de coisas constituída no mundo em virtude da ordem da criação estabelecida pelo Criador. A primeira passagem que consideraremos é 1.ª Coríntios 11:
"Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.  Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.  O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão.  Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher do varão.  Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do varão.  Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.  Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor.  Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus.  Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?" (1.ª Coríntios 11:3-13).
Em relação ao tema particular sobre o qual versa aqui o apóstolo, W. Kelly escreve:
“Parece que as irmãs de Corinto causaram ali bastantes distúrbios, e que haviam esquecido por completo do seu devido lugar em relação ao homem. Não temos dúvida nenhuma de que os homens eram tão culpados como elas.
Esta fora de cogitação pensar que as mulheres tomassem a dianteira na igreja,  a menos que os homens abandonassem sua verdadeira posição de responsabilidade e sua atividade pública. Guiar é o papel do homem; e ainda que as mulheres, em certas situações possam ser seguramente mais úteis que os homens, contudo, se estes não assumirem seu dever, isto seria um evidente afastamento da ordem que Deus designou a cada sexo.
Seria um completo abandono das posições relativas em que foram estabelecidos desde o principio! Isto é o que ocorreu em Corinto! Entre os pagãos, as mulheres desempenhavam um papel muito importante, e em nenhuma outra parte do mundo foram tão proeminente como em Corinto. Necessitamos dizer que isso era para sua profunda vergonha? Não havia outra cidade em que as mulheres foram tão desprezíveis, como naquela em que alcançaram tão notável e contranatural proeminência.
Pois bem, de que maneira o apóstolo enfrenta esta nova tendência? Simplesmente introduz a Cristo. Isto resolve tudo. Ele reafirma os eternos princípios de Deus, e agrega aquilo que havia sido tão brilhantemente revelado em e por meio de Cristo. Realça que Cristo é a imagem e glória de Deus, e que o homem se encontra em uma posição análoga em relação com e em distinção da mulher. Digo, o lugar da mulher é um lugar de cautela e, de fato, ela é mais efetiva quando é menos vista. O homem, pelo contrário, tem uma parte pública, uma tarefa, sem dúvida, mais áspera e árdua, um papel que pode não requerer em absoluto, nada das mais finas afeições, mas que requer um juízo mais calmo e amplo. O homem tem o dever do governo e da administração externa” [2].
Não temos dúvida de que os coríntios tinham uma noção carnal do que é a liberdade cristã. Não tinham no que respeita ao seu andar prático, uma verdadeira apreciação do que significa estar em Cristo, por pensarem, erroneamente, sobre a base do que são nEle, para prejuízo próprio, de como na prática Ele deveria ser manifestado neles. O Filho — que criou todas as coisas (João 1; Colossenses 1 e Hebreus 1)—, havendo feito a redenção, não pôs de lado, em virtude de Sua obra em favor de nós, a ordem que Ele criou no Jardim do Éden. E, se o homem e a mulher são co-herdeiros da graça da vida (1.ª Pedro 3:7), isso não é razão para por de lado a ordem da criação segundo a qual desempenham suas relações práticas; isto pelo contrário, torna-se ainda num maior motivo para sermos mais diligentes para nos conduzir a praticar a vontade do nosso Criador e Redentor.
Assim como Cristo é a cabeça do varão, assim também o varão é a cabeça da mulher. A Escritura dá pelo menos três razões pelas quais a mulher tem um lugar subordinado (não moralmente inferior) que lhe tem sido designado por Deus:
1. A relação criada: Isto é mencionado em 1.ª Coríntios 11 e é posto de relevo ali pelos seguintes fatos:
a.      A mulher deve cobrir-se.
b.       Ela foi criada por causa do varão.
c.       O cabelo longo lhe foi dado em lugar de véu, o qual constitui assim uma coberta continua (se o tem). A natureza - a qual devemos entender que é a relação criada, estabelecida pelo Criador no jardim do Éden — ensina que o cabelo longo é uma glória para ela (1.ª Corintios11:15). Trata-se de um sinal exterior de submissão e resguardo. Devemos ter em conta que empregaremos as palavras “natural” e “natureza”, apenas com o sentido de relação criada.
2.ª Timóteo 2:12-13 fundamenta o assunto da sujeição também na ordem da criação. A graça de nosso Redentor não põe de lado esta ordem da criação. Notemos bem, inclusive, que isto não tem nada que ver com “normas culturais”. Se estas “normas” são contrárias as instruções de Deus, o cristão as deve recusar. Esta ordem da criação permanece em vigência enquanto existir este mundo. Por isso, o movimento de “libertação da mulher” deve ser classificado junto com os outros ataques contra os onze primeiros capítulos do livro do Gênesis, tais como o movimento para abolir a pena de morte e o que sustem a teoria da evolução. O objetivo primordial de Satanás ao empreender este colossal ataque contra Gênesis 1-11 és desfazer a queda. Pois se não há queda, então não há castigo!
Todos esses esquemas fantásticos que desvirtuam as Escrituras para assegurar a mulher um lugar que não lhe foi concedido por Deus, contradizem a ordem da criação. Os lugares do homem e da mulher na Casa de Deus são perfeitamente consistentes com Sua ordem na criação. Portanto, necessitamos ter muito cuidado com a ideia de dirigir um lar sobre uma base de igualdade de poderes, o qual, na prática, é um mero disparate como quer que seja. Tampouco foi o homem criado como cabeça, tendo a mulher criada como pescoço para fazê-lo girar conforme os seus desejos. Que vergonha! O que necessitamos é inclinar-nos com os corações felizes ante a vontade de Deus.
Como temos visto que os lugares do homem e da mulher estão determinados pela ordem da criação e baseados nela, consideraremos em continuação sua confirmação nos caminhos governamentais — digo, disciplinares — de Deus.

2. O Governo de Deus

 "E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. (Gênesis 3:16).
Na criação, Deus designou à mulher o lugar de sujeição, e por isso Gênesis 3:16 não indica mudança básica alguma da sua posição, mas sim, constitui numa confirmação judicial deste lugar; creio que as palavras que apoiam esse abuso da mulher são típicas de lugares e culturas que não tem sido iluminados pelo Evangelho (embora os varões cristãos professantes que buscam exercer um poder e um controle ímpio sobre a mulher incorram também no dito abuso). Afirmo, a mulher tem um lugar de sujeição tanto antes como depois da queda, mas uma vez que o pecado se introduziu, a relação ficou sujeita a corrupção de tal pecado. O aumento das dores na gravidez foi também resultado do pecado. A queda pôs em relevo a diferença entre o homem e a mulher, e as palavras: "e teu desejo será para teu marido, e ele ti governará", indica uma confirmação governamental do que havia sido — e é — a ordem da criação. Foi o resultado de um ato realizado pela mulher de forma independente da sua cabeça. Ela tomou a frente e foi enganada. Irmãs em Cristo guardai-vos de tomar a dianteira! Se seu esposo, querida irmã, não assume seu lugar de cabeça, o que você necessita não é tomar a dianteira, mas de orar, clamar ao Senhor para que mude seu marido. O ato de assumir a condução coloca você fora do seu lugar, passa por cima de Deus — que designou seu lugar —, passa por cima de seu esposo, traz desordem na igreja dos santos de Deus, e fará estragos em sua família, a qual vê continuamente a desordem e aprende dela. OH! Que atentamos para este alerta contra este pecado daninho, que tem sido a vergonha e a ruína de muitas famílias. Além disso, de quem é a culpa, se você casou com um homem que não quer assumir seu lugar? Consultou realmente ao Senhor por tal homem?
Este tema está mais desenvolvido em 1. ª Timóteo 2:12-14. A mulher não deve "ensinar, nem exercer domínio sobre o homem, mas estar em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva; E Adão, não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão". Depois Paulo acrescenta: "Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, si...". A misericórdia haveria de manifestar-se nos caminhos governamentais de Deus.
Estamos considerando uma ordem fundamental dos seres racionais criados por Deus. Deus tem instituído uma ordem governamental entre suas criaturas inteligentes, quer que se trate de anjos ou de homens. Deve haver governo, autoridade. Satanás se levantou em seu ego e depois induziu a Eva a fazer o mesmo; e Adão lhe seguiu. Esta tem sido desde então a história da humanidade, a qual culminará com o iníquo, o qual constituirá a si mesmo como Deus publicamente (2.ª Tessalonicenses 2). É preciso que reconheçamos que a rebelião é como o pecado de “feitiçaria” (buscar a outro deus fora do verdadeiro Deus) e a vontade própria é como iniquidade (seguir a vontade da depravada natureza a qual se acha em rebelião contra Deus) e idolatria (a adoração de algo mais em lugar de Deus), (1.º Samuel 15:23). Assim, pois, a rebelião contra a autoridade constituída por Deus é um assunto muito serio! Deus tem feito ao homem cabeça da mulher e isto compromete seriamente não só a mulher cristã, mas também a sociedade; é jogar fora a ordem instituída no Éden — o que é feito atualmente — contribui também para a vinda da apostasia (2.ª Tessalonicenses 2).

3. Matrimônio, Cristo e a Igreja.

Podemos observar em Efésios 5:22-31 que o matrimônio é uma figura de Cristo e a igreja. Cristo é a Cabeça; a igreja lhe está sujeita. Não obstante, esta passagem também se refere a formosa figura de Gênesis 2:21-25.
O homem foi criado como imagem e glória de Deus (1. ª Coríntios 11:7). A palavra "imagem" inclui o pensamento de que o homem é o representante de Deus na terra, sua cabeça. A Adão Deus confiou a responsabilidade da criação terrena. A mulher é a glória do homem, sua companheira e complemento, o objeto do seu amor, e ele comparte com ela o que tem.
O pensamento envolto no fato de que a mulher é a glória do homem, é que ela constitui uma causa de honra e louvor para ele. Além disso, ela é seu complemento, fazendo dele um homem completo, se podemos expressar assim. A mulher foi formada da costela do homem e foi feita numa auxiliadora (ajudadora) idônea para ele, participando de sua semelhança e formando parte de seus pensamentos, sentimentos e amor.
Que privilégio, pois, que a mulher cristã manifeste a exaltação e glória de nosso Senhor Jesus Cristo ao submeter-se a este modelo! Ele assim é digno de honra, não só porque a igreja lhe está sujeita, mas, também, por que a mulher cristã está sujeita a seu próprio marido, demonstrando assim sua apreciação pela glória de Cristo.
Havendo observado tudo isto, seria bom enfatizar aqui que não há superioridade nisto, o homem e a mulher são moralmente iguais. Ela é sua “semelhança”, havendo sido tomada de sua costela para ser amada, sustentada e mui querida e apreciada.
Contudo, sendo o homem e a mulher moralmente iguais, na ordem da criação, no governo de Deus e em harmonia com a exaltação de Cristo como cabeça sobre sua igreja, o homem ocupa a posição de cabeça responsável. Deus é mais sábio do que nós, e nossa sabedoria deve submeter-se jubilosamente a sua Palavra. Ele deve ser tremendo na assembleia de seus santos, e tido em reverência por todos os que o cercam (Salmo 89:7).

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