Uma carta sobre o ministério.
Ninguém irá trabalhar demais por
um mestre tão bendito como o Senhor Jesus Cristo; efetivamente, quando alguém
faz uma pausa para considerar as riquezas e a magnificência de sua graça para conosco, o desejo natural e
fervente é servi-lo e servi-lo abundantemente.
E isso é muito agradável a Ele. Quão refrescante deve ser para seu
coração ver almas neste mundo, em suas bem-aventuradas pisadas, Ele que veio ao
mundo como Aquele que foi cingido, que não “veio para ser servido, mas para
servir” (Mat. 20:28). “Eu estou entre vós como o que serve” (Lucas 22:27).
Mas é de suma importância que
nosso serviço seja conforme o seu pensamento, ou o serviço virá a ser inútil, e
não proporcionará ao seu coração nenhum gozo e aos seus servos nenhum retorno. Neste
pequeno tratado faremos apenas uma pequena abordagem acerca do serviço e do
ministério em geral que pode ser de ajuda para nós na atual conjectura.
O ministério (visto corretamente),
seja este exercido no mundo ou na igreja é uma expressão da graça de Deus; sua
graça é a fonte e é também seu bendito modo de agir para ministrar às
necessidades das almas. “Quando subiu ao alto,... (Ele) deu dons “ diz efésios
4:8. E o espírito de todo ministério verdadeiro é: “Mais bem-aventurado é dar
do que receber” (Atos 20:33-35). Seus servos são chamados e designados por Ele
(Gal. 1:1; I Tim. 1:1), são equipados por ele (2 Cor. 3:4,5), e eles são
responsáveis diante Dele, e brevemente
estarão ante Ele e darão contas diante do seu tribunal (1 Cor. 3:12-15; 2 Cor.
5:9).
Queridos irmãos seremos expostos
ao fracasso, se permitirmos que outra pessoa se interponha entre nossas almas e
o Senhor, se recebermos uma designação da parte dos homens, e formos pagos por
homens, e sermos responsáveis diante dos homens. Quão lamentável é isto! Isto é
o que estamos vendo ao nosso redor naquilo que comumente é chamado à
cristandade, tanto nos evangélicos, como em nosso próprio meio; mas insistimos:
será que isto é realmente a vontade de Deus? A não ser que se trate de uma fé
fingida e sustentada pela dependência nos apoios humanos. Por acaso, a cabeça
não é desonrada, quando homens que possuem “títulos oficiais” tomam em suas
mãos funções que pertencem a Ele?
Se lermos cuidadosamente 1
Coríntios 9, receberemos valiosas instruções sobre este assunto. Paulo expõe
claramente no verso 19 que ele é “livre de todos”. Poderia ele fazer tal
afirmação se fosse empregado deles? Ele diz no verso 18 que sua glória era pregar de “graça” o evangelho de Cristo.
E quando seu serviço foi criticado e lhe pediram contas, por acaso ele não
renunciou dignamente aos seus direitos e os fez lembrar que ele era servo do
Senhor, e não deles, e que para seu próprio Senhor ele estava em pé ou caía
(Romanos 14:4)?
Há casos em que o Senhor chama
seus servos para um serviço tão necessário, que eles não podem dedicar-se ao
serviço e a trabalhar para prover suas próprias necessidades corporais; em tais
casos os santos de Deus devem cuidar deles e fazer as provisões para que não
lhes falte o que é necessário; mas tais casos, eu creio firmemente nisto, são
muito raros. O apóstolo não era um deles, não obstante, a importância do
serviço que lhe foi confiado, ele trabalhou com suas próprias mãos e fez
provisões para suas próprias necessidades, e recusou ser pesado aos outros (1
Tes. 2:9). Fazendo assim, ele disse aos anciãos de Éfeso, que ele deu um
exemplo de como agir (Atos 20:35). Que servo bem-aventurado e honrado! Sempre
disposto a sacrificar a si próprio a fim de que seu Senhor fosse glorificado e
os santos pudessem ser servidos.
De um modo geral, a vontade do
Senhor para seus santos é que eles mantenham seus empregos ou ocupações. “Cada
um permaneça na condição em que foi chamado. Foste chamado sendo escravo? Não
te preocupes, mas se podes ser livres, aproveita a oportunidade; ...Por preço
foste comprado, não vos façais escravos dos homens. Irmãos, cada um
permaneça diante de Deus naquilo em que
foste chamado” (1 Cor. 7:20-24). Estou consciente de que os escravos, não os
pregadores, estavam diante da mente do apóstolo ao escrever estas palavras;
mas, no entanto, o principio é aplicável a eles também. Que o Senhor nos guie e
nos livre de cometer qualquer equivoco. É possível que não possamos servi-lo
abundantemente como deveríamos fazê-lo; mas que o nosso serviço seja conforme a
verdade revelada.
“Graça,
misericórdia e paz vos sejam multiplicadas”
W. W. Fereday
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