sábado, 7 de abril de 2018

A PÁSCOA E O MAR VERMELHO

A PÁSCOA E O MAR VERMELHO



Leitura Bíblica:
Êxodo 12:1 a 12:51; Êxodo 14:1 a 15:21.-


É bom distinguir, para proveito de nossas almas, a diferença entre a Páscoa e o Mar Vermelho, uma vez que uma pessoa pode ouvir o evangelho, e recebê-lo com gozo, pode também estar regozijando no perdão dos pecados; pode ver a formosura do Senhor Jesus Cristo, e ter seus afetos atraídos por Ele; no entanto, se a plena redenção não é conhecida, tal como está tipificada pelo Mar Vermelho; se ele mesmo não sabe  que ressuscitou com Cristo para o outro lado da morte e do juízo, ele está numa condição na qual pode perder o gozo quando a tentação vier e, assim, sentir sua própria debilidade.

 O gozo de Êxodo 15 é derivado do fato de que Deus nos redimiu absolutamente do Egito, e nos levou, em Seu poder, a Sua santa habitação Isto é uma coisa muito diferente da alegria da Páscoa – a saber, Jeová mesmo se deu a conhecer a eles como o Deus de juízo.

O sangue nos postes e verga da porta os resguardou do juízo; os manteve fora dele, e Ele não entrou em suas casas para destruir. Se Ele tivesse entrado, deveria ter sido em juízo.

No Mar Vermelho foi outra coisa – trata-se de Deus vindo em poder como a salvação deles. A Páscoa os livrou de Seu juízo; o Mar Vermelho os livrou de seus inimigos. No momento em que Seu povo estava em perigo por parte de Faraó, Ele entra em ação.

 Eles temeram o mar, e esse mar que parecia lançá-los nas mãos de Faraó, se converte no meio de salvação deles. Assim, através da morte, Deus os livrou da morte; assim como Cristo desceu a fortaleza de Satanás, desceu sob o poder da morte, e, ressuscitando dos mortos, nos livrou da morte. Deste modo, ali foi para eles o fim de Faraó e do Egito para sempre.

O Mar Vermelho é a redenção do Egito; Deus mesmo é a salvação deles. Aquele a quem eles temeram, e justamente como um Juiz, veio a ser a sua salvação. São redimidos; já não esperaram por misericórdia, pois puderam regozijar-se de que o juízo havia passado, e cantar Seus louvores por havê-los levado a Sua santa morada — a Deus mesmo; "na luz, como ele está na luz" (1ª. João 1:7) — e levados ali antes que eles tivessem dado um passo no deserto, ou pelejado uma batalha contra seus inimigos.

Não há conflito, propriamente dito, até que a redenção fosse conhecida. Eles não intentaram lutar contra Faraó, mas só afastaram dele. Haviam gemido debaixo do seu jugo, mas não combateram contra ele. Como podiam havê-lo feito? Primeiro devem ser levados a Deus - eles devem ser os exércitos do Senhor antes que possam combater seus inimigos ou os deles.

 E assim é com uma alma individual. Eu não tenho nenhum poder para combater a Satanás enquanto sou seu escravo. Posso gemer sob seu jugo, e suspirar para ser liberto dele; mas antes que meu braço possa se levantar contra ele, eu devo ter uma redenção completa e conhecida.

Os Israelitas não só estão felizes de haver escapado do perseguidor; pois, trata-se de uma redenção plena e consciente do Egito e de Faraó, e podem contar com o poder de Deus para tudo o que for necessário. “Ouviram os povos, e temeram; abateram-se todos os moradores de Canaã" (Êxodo 15: 14, 15).

O gozo deles não surge do fato de não ter mais inimigos, mas do poder divino, de Deus tomando-os e colocando-os em Sua presença.

J. N. Darby

Extraído da Revista "Christian's Friend", ano 1879

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 Os Últimos Dias. Hamilton Smith (De Um Esboço de Palavras Sonoras , Vol. 4.) 2 Timóteo 3 . A instrução do terceiro capítulo da Segunda Epís...