A PÁSCOA E O MAR VERMELHO
Leitura
Bíblica:
Êxodo 12:1 a
12:51; Êxodo 14:1 a 15:21.-
É bom
distinguir, para proveito de nossas almas, a diferença entre a Páscoa e o Mar Vermelho,
uma vez que uma pessoa pode ouvir o evangelho, e recebê-lo com gozo, pode também
estar regozijando no perdão dos pecados; pode ver a formosura do Senhor Jesus
Cristo, e ter seus afetos atraídos por Ele; no entanto, se a plena redenção não
é conhecida, tal como está tipificada pelo Mar Vermelho; se ele mesmo não sabe que
ressuscitou com Cristo para o outro lado da morte e do juízo, ele está numa
condição na qual pode perder o gozo quando a tentação vier e, assim, sentir sua
própria debilidade.
O gozo de Êxodo 15 é derivado do fato de que Deus
nos redimiu absolutamente do Egito, e nos levou, em Seu poder, a Sua santa habitação
Isto é uma coisa muito diferente da alegria da Páscoa – a saber, Jeová mesmo se
deu a conhecer a eles como o Deus de juízo.
O sangue nos
postes e verga da porta os resguardou do juízo; os manteve fora dele, e Ele não
entrou em suas casas para destruir. Se Ele tivesse entrado, deveria ter sido em
juízo.
No Mar Vermelho
foi outra coisa – trata-se de Deus vindo em poder como a salvação deles. A Páscoa
os livrou de Seu juízo; o Mar Vermelho os livrou de seus inimigos. No momento em
que Seu povo estava em perigo por parte de Faraó, Ele entra em ação.
Eles temeram o mar, e esse mar que parecia lançá-los
nas mãos de Faraó, se converte no meio de salvação deles. Assim, através da morte,
Deus os livrou da morte; assim como Cristo desceu a fortaleza de Satanás, desceu
sob o poder da morte, e, ressuscitando dos mortos, nos livrou da morte. Deste
modo, ali foi para eles o fim de Faraó e do Egito para sempre.
O Mar Vermelho
é a redenção do Egito; Deus mesmo é a salvação deles. Aquele a quem eles temeram,
e justamente como um Juiz, veio a ser a sua salvação. São redimidos; já não esperaram
por misericórdia, pois puderam regozijar-se de que o juízo havia passado, e
cantar Seus louvores por havê-los levado a Sua santa morada — a Deus mesmo;
"na luz, como ele está na luz" (1ª. João 1:7) — e levados ali antes
que eles tivessem dado um passo no deserto, ou pelejado uma batalha contra seus
inimigos.
Não há conflito,
propriamente dito, até que a redenção fosse conhecida. Eles não intentaram lutar
contra Faraó, mas só afastaram dele. Haviam gemido debaixo do seu jugo, mas não
combateram contra ele. Como podiam havê-lo feito? Primeiro devem ser levados a Deus
- eles devem ser os exércitos do Senhor antes que possam combater seus inimigos
ou os deles.
E assim é com uma alma individual. Eu não tenho
nenhum poder para combater a Satanás enquanto sou seu escravo. Posso gemer sob
seu jugo, e suspirar para ser liberto dele; mas antes que meu braço possa se
levantar contra ele, eu devo ter uma redenção completa e conhecida.
Os
Israelitas não só estão felizes de haver escapado do perseguidor; pois, trata-se
de uma redenção plena e consciente do Egito e de Faraó, e podem contar com o
poder de Deus para tudo o que for necessário. “Ouviram os povos, e temeram; abateram-se
todos os moradores de Canaã" (Êxodo 15: 14, 15).
O gozo deles
não surge do fato de não ter mais inimigos, mas do poder divino, de Deus tomando-os
e colocando-os em Sua presença.
J. N. Darby
Extraído da Revista "Christian's Friend", ano 1879
Extraído da Revista "Christian's Friend", ano 1879
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