Eu e o Mundo.
Hoje eu tenho um assunto para levar aos irmãos, que sei que não
soará como uma melodia suave, será um pouco áspero, mas é uma mensagem de Deus
e espero que seja assim recebida. Por ser uma mensagem de Deus, ela terá da
minha parte todo amor, todo carinho, toda consideração pelos queridos e amados
irmãos. Penso que seria uma covardia a omissão de tais fatos, uma vez que eles
nos revelam aquilo que contemplamos em dias que são prefigurados, na palavra de
Deus, pela carta escrita à igreja de Laodicéia, Apocalipse 3:14-22. Então, é
baseado nestes conceitos que vou escrever o assunto seguinte e as passagens que
as sustentam serão reproduzidas abaixo.
Em escrever tal assunto sinto-me constrangido em fazer tal abordagem,
mas ele tem dominado meus pensamentos nestes dias e por isso sinto a
responsabilidade, diante de Deus, de reproduzi-lo para os irmãos, portanto,
todo leitor o julgue à luz da palavra de Deus e na sua santa presença.
Nossas citações são do evangelho de João, da epistola a Tiago, do
livro de Jó e da primeira epistola de João, inicialmente. O Senhor Jesus e eles
disseram:
“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu,
mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o
mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor... Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo,
assim como eu não sou do mundo. Não
peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
Santifica-os na tua verdade; a tua palavra
é a
verdade. Assim como tu me
enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados
na verdade” (Jo. 15:18 – 20ª; 17:14 - 19).
“Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água
amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou
a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce... Adúlteros
e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?
Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em
nós habita tem ciúmes?” (Tia. 3:11 e 12; 4:4, 5).
“Quem do imundo tirará o puro? Ninguém (Jó 14:4).
“Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele. Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre” (1 Jo. 2:15 –
17).
Há
muitas outras escrituras que poderiam fazer parte deste tratado, no entanto,
penso que estas são suficientes para aqueles que desejam andar na verdade e
produzir alegria, como João escreveu em sua terceira carta verso 4.
Não
pretendo alongar este tratado devido a sua complexidade e objetivo, pois,
tratar dos assuntos de Deus em muitos sentidos requer firmeza, exemplo e
dedicação; com isto não estou afirmando que eu seja tudo isto, entretanto, o
temor do Senhor deve ser característico da vida de todos nós, e é apontado
pelas próprias escrituras como o principio da sabedoria ou como Jó
incisivamente escreveu, referindo-o como palavras do próprio Deus: “E disse ao homem: Eis que o temor do
Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a
inteligência” (Jó. 28:28).
Pois,
bem, a minha geração tem contemplado uma mudança nos modos e costumes desta
vida que é tremendamente alarmante. Nos dias em que fui criança, jovem, (e você
ironicamente até pode pensar na idade da pedra) ser crente no Senhor Jesus
estava cercado de limites e extremos que diferenciavam aquela geração de todos
os demais. A diferença de procedimentos e costumes permitiam ao próprio mundo
vigiar e mesmo censurar aqueles que professavam a fé do evangelho, em nosso
Senhor Jesus Cristo.
Em
Deuteronômio 27:17 temos uma orientação dada pelo Senhor quanto à herança do
povo de Israel, que bem pode ser aplicada aqui neste tratado. Disse o Senhor
naquele então: “Maldito aquele que remover os limites do seu próximo”. As
escrituras estão repletas de limites e as coisas que cercam as nossas vidas são
a base deles. Os textos que reproduzimos acima dito pelo Senhor, pelos
apóstolos e por Jó são reproduções de limites que se estendem diante de nós.
Podemos lembrar também daquele sublime questionamento que o apóstolo Paulo fez
aos coríntios em 1 Cor. 6:19: “NÃO SABEIS... QUE NÃO SOIS DE VÓS MESMOS”?
A
materialização das coisas espirituais é um dano irreparável na vida de muitas
pessoas e nas nossas próprias. Quantos nós conhecemos que começaram
maravilhosamente bem, e hoje estão muito piores do que eram antes, e às vezes
perguntamos: por que é assim? Se analisarmos cada caso isoladamente, veremos
que em muitos casos, a associação com o mundo e a flexibilização dos princípios
espirituais levaram muitos a estas condições. Nunca paramos para considerar a
nossa parte nestes acontecimentos; nunca paramos para checar se temos ou não
alguma culpa nestas ocorrências; se as agregações que fazemos tem a ver com
este estado.
A
bíblia nos ensina a examinar tudo e reter o que é bom, e abster de toda
aparência do mal (1 Tes. 5: 21,22). Precisamos entender que quando baixamos o
padrão do Senhor, criamos um vírus que irá contaminar a muitos. Estamos vivendo
em dias em que a pandemia está assustando ao mundo, mas não temos a mesma visão
de como o mundanismo está afetando a igreja. O retrato traçado pelo Senhor na
carta a Laodicéia está se consolidando e nós nem percebemos a nossa
participação ativa em sua concretização.
Nestes
dias, por exemplo, vi algo nunca antes imaginável. Há poucos dias um pregador
sugeriu em nossa reunião que os irmãos assistissem a um determinado filme.
Fiquei estarrecido com tal sugestão. Onde poderia eu conceber que iriamos
chegar a tal ponto! Quando as produções de Hollywood, de Canes ou de qualquer outro
destes lugares podem ser uteis ou instruir o povo de Deus? Recorramos a Tiago
para responder para nós:
“Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água
amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou
a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (Tia 3:11,12).
Meus
queridos irmãos se isto não é o mundo, pergunto: Onde ele está então? Meus
irmãos onde chegamos? Não há nenhum estúdio de produção instalado no mundo, nenhum
campo da chamada arte ou cultura do mundo, que possa trazer algo para um salvo
pela graça de Deus. Eles tem procurado por todos os modos e meios denegrir, difamar,
por mácula na vida, na obra e na Pessoa do nosso Salvador. São instrumentos do
diabo e como podem produzir para nós algo instrutivo e de valor? Impossível! Lembremo-nos
da orientação do próprio Senhor: “se
Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si
mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino” (Mat. 12:26)?
Por
isso, meus queridos irmãos, é de suma importância atentamos para o
questionamento de Jó nas palavras reproduzidas acima: “Quem do imundo tirará o
puro? Impossível! O mundo como disse o Senhor Jesus,
palavras que transcrevemos no inicio deste artigo, é um lugar que nos odeia,
odiou a Ele primeiro. Sua oração sacerdotal é para que sejamos guardados do mal
que há no mundo. Pediu para sermos santificados na verdade e afirmou que Ele
mesmo se santificava a si próprio para que nós fossemos santificados na
verdade.
Você
pode sim preencher o seu tempo com as produções de Hollywood e de outros, você
pode enriquecer seu intelecto, você pode distrair, e muito mais; no entanto, você
não pode com estes alimentos enriquecer seu coração e sua vida espiritual.
Lembre-se da solene advertência de Paulo aos coríntios. Diz ele: “E que concórdia há entre Cristo
e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
E que consenso tem o templo de Deus com os
ídolos?
Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e
entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei” (2 Cor. 6:15-17).
Acima
mencionei a minha geração e seus costumes. Com isto não quis e nem quero
apresentá-la como o modelo das demais gerações. Em todo reino espiritual existe
apenas um modelo e ele é o Senhor Jesus. Mas a bíblia nos exorta a imitar
nossos guias, quando a fé deles serve de exemplo para nós (Heb, 13:7,17). Por
esta razão trago aquela geração à memória. Se você os tivesse conhecidos veria
que eram homens simples, analfabetos, humildes, e cheios de defeitos como os
outros também; mas eles tinham algo que até hoje me chama muito a minha atenção.
Eles tinham zelo pelo Senhor, como Elias (1 Reis 19:10,14), eles velavam pela
sua santidade e por isso velavam pelos irmãos.
Naquele
tempo um irmão não podia (se quisesse participar da mesa do Senhor) ter
identificação com nada que o desligasse do Senhor. Citamos acima os ídolos (e
neste conceito que vou apresentar a seguir, talvez você possa discordar de mim,
entretanto, não terás no futuro como discordar do Senhor) e para aqueles irmãos
futebol (por exemplo) era um ídolo, assim como é para mi também; então um irmão
que tivesse qualquer associação com futebol não tinha privilégio algum naquela
comunhão de irmãos.
Podámos
citar muitas outras coisas, mas, por enquanto, vou encerrar as minhas
considerações, pois se fossemos mencionar uma por uma iriamos necessitar de
muito espaço para descrevê-las. Nós estamos ignorando a grande realidade de que
estamos no mundo, e que o lugar onde fazemos a nossa sementeira e colheita é
neste mundo, o qual a bíblia descreve que jaz no maligno. Somos descritos na
bíblia como peregrinos e forasteiros, mas na verdade isto virou apenas teoria e
na realidade temos perdido a noção disto.
Faz
muito tempo que li uma história de um irmão que repudiava o mundo e por isto
não queria adquirir certos equipamentos disponíveis à venda tais, por exemplo,
como televisão. Mas depois de muita insistência por parte de familiares ele foi
convencido de que deveria comprar uma para eles; então ele foi a uma loja
comprar uma televisão e quando o vendedor a ligou para mostra a ele a imagem, a
primeira frase que apareceu na tela foi: “O MUNDO EM SUA CASA”. Isto quebrantou
seu coração e estas palavras o fizeram desistir da aquisição naquele momento.
Meus
queridos e amados irmãos, não é meu propósito infiltrar na intimidade da sua
vida, do seu lar, daquilo que você gosta. Nem é meu proposito elaborar um
manual de conduta para nós. Estou apenas usando as escrituras para contrastar o
que nós deixamos transparecer em conversas, em mídias sociais, escritos, etc. O
Senhor é o juiz de todos nós, diz o escritor aos Hebreus que: “O
Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do
Deus vivo” (Heb. 10:30,31).
Finalizando,
quero sintetizar as palavras do apostolo João, o qual foi conhecido como o
apóstolo do amor: “Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele. Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência;
mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.
Que
estas palavras tenha em minha vida e em sua vida o peso real que elas
proporcionam. Que elas também sejam para mim e você como disse Jó “uma vereda que a
ave de rapina a ignora, e não a viram os olhos da gralha”.
Que sejam também agradáveis ao nosso paladar, pois, se assim for, seremos
“luzeiros no mundo”, como foram aqueles que nos falaram a palavra de Deus.
Pedro escreveu que “temos, mui firme, a
palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz
que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça
em vossos corações” (2 Pe. 1:19).
Deus
seja louvado! Amém!
JCarneiro.
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