DISCIPLINA DOS FILHOS
Uma
das questões muito complexa e mal entendida das escrituras, diz respeito à criação dos filhos. Neste
assunto temos várias instruções tanto no Novo como no Velho testamento,
especialmente, no livro de Provérbios.
Acredito que a família constitui
um dos pontos mais relevantes das escrituras, e atentar para sua importância no
contexto bíblico, certamente ajudará a compreender a causa da sua inserção no
projeto divino.
Precisamos lembrar que o pecado
foi introduzido no mundo por um ato de desobediência, mas pela obediência de
outro, muitos serão feito justos (Rom. 5:19).
Então, diante disto, o ponto essencial, ao
tratar com os filhos é demonstrar a beleza da obediência no plano de Deus. Isto
é de suprema importância. Se isto for posto em prática desde o principio será
evitado um mundo de aflições, tanto para os pais como para os filhos.
Aos filhos é ordenado prestar
plena obediência a seus pais. Esta é a regra divina. Os pais, por outro lado,
devem ter cuidado de não provocar seus filhos a ira, mediante uma conduta arbitraria, manifestando
preferência por um mais que por outro, ou por uma ociosa aniquilação da vontade
da criança, apenas para demonstrar a
autoridade paterna ou materna.
A criança deverá sempre ver que seus pais têm seu verdadeiro
interesse no coração, e que o verdadeiro amor é a fonte que motiva todos os seus
atos. Mas devemos insistir na obediência dos filhos, sobretudo nesta época de
independência, uma época especialmente caracterizada pela desobediência aos
pais, e não só pela desobediência, mas também, em muitos casos, por uma
grosseira falta de respeito.
Muitos jovens de hoje parecem
considerar os seus pais como se pertencessem à “velha escola” e carecessem de
aptidão educativa. Daí a predisposição para contradizer a seus pais e impor suas
próprias opiniões. Tudo isto é contrário à natureza, e é também, uma
manifestação de impiedade. Não pode ser tolerado.
E podemos agregar o repreensível
costume — adoptado por muitos jovens — de chamar os seus pais com desrespeitosas
palavras tais como “tirano”, “ditador”, etc., ou mesmo as suas mães mediante
algum epíteto similar, igualmente repugnável.
Instamos com os nossos jovens a
estar em guarda contra estas coisas e contra o espírito do qual elas procedem, e
a cultivar um espírito reverente, o qual seguramente conduzirá a um trato
respeitoso para com seus pais. É uma admirável prova de boa educação que os
filhos respeitem aos seus pais.
Necessitamos acrescentar que em
todos os assuntos nos quais a autoridade de Deus se vê comprometida, é ela que
deve prevalecer sobre qualquer atribuição. Oh, que possamos nos render ao poder
corretor da graça e da verdade!
Não podemos entender como alguém
que chama a si mesmo de pai cristão pode adoptar esse sistema de tratar os
filhos com severidade e crueldade. Semelhante trato denota mais a conduta de um
amo cruel de escravos do que de um pai cristão.
Sem dúvida, há casos em que se requer
disciplina; porém deveria ser administrada de tal maneira que o menino fosse convencido
de que é aplicada para seu bem, e não como fruto de um mau temperamento ou de uma
arbitraria severidade. A “vara” deve ser usada de forma relutante. Tem que ser
empunhada como último recurso.
Em resumo, um pai cristão sempre
deve ter diante dele, como modelo, o trato de seu Pai celestial para com ele. Acaso
o Pai celestial inflige castigo por pecado confessado? O mero pensamento disto
seria uma blasfêmia. Ele só castiga por amor e com o objetivo de fazer-nos
participantes da sua santidade (Hebreus 12). Ele se angustia em ter que usar a
vara. “Então, se angustiou a sua
alma por causa da desgraça de Israel” (Juízes 10:16). Isto deveria ser o
modelo de todo pai cristão.
Não cremos no perpétuo sistema de
açoite. Não faz mais que endurecer e revoltar a criança. E desejamos agregar
que o pai e a mãe devem estar perfeitamente unidos na administração da
disciplina. O fato de que uma criança tenha que pedir socorro a um de seus pais
para que o proteja do outro, revela um estado de coisas, no círculo familiar, muito
chocante a toda mente bem equilibrada.
O pai e a mãe não devem ter nem um
só pensamento divergente com respeito ao sistema de disciplina e formação. Eles
devem ser vistos pelos filhos como uma só autoridade, uma só influência. A
firmeza do pai e a ternura da mãe devem estar perfeitamente e docemente
combinadas, de modo que sua ação conjunta se faça sentir em todo o sistema
disciplinar.
Mas, como pode isto ser posto em
prática? Somente estando juntos com os joelhos
dobrados na presença de Deus. Este é o verdadeiro segredo da disciplina
doméstica. Se o pai e a mãe não oram juntos, não vigiam juntos e, se não atuam
juntos, a educação dos filhos sofrerá as consequências.
Queira o Senhor, em sua infinita
bondade, ajudar a todos os pais cristãos a desempenhar corretamente suas
elevadas e santas funções, de modo que Seu nome seja glorificado nos lares do seu
povo!
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