Verdades Recuperadas
MEUS AMADOS IRMÃOS,
Em
minhas cartas publicadas, dirigidas a 'um amigo', eu prometi que (permitindo-o o
Senhor) escreveria mais, em alguma futura ocasião, acerca de algumas das
verdades que são associadas habitualmente, na mente dos outros, a respeito dos irmãos
que se reúnem ao nome de Cristo. Estou certo agora, que a oportunidade chegou, e
que não poderia fazer nada melhor, neste caso, do que dirigir-me a esses crentes
que, de uma ou de outra maneira foram levados a Cristo, ou que receberam esta benção
através do meu ministério.
Faço
isto por muitas razões. A dor que sentiram por causa da minha separação deles, não
foi maior que a minha, e o afetuoso interesse que ainda mostraram para tudo o
que me concerne demonstra, fora de dúvida, que o laço que nos une foi formado
por Deus mesmo e, portanto, não pode ser rompido. Além disto, e por outra
parte, eu devo a eles, explicações sobre o que Deus, em sua misericórdia
infinita, me ensinou, para que possam participar comigo no desfrute e nas bênçãos
de tais verdades preciosos. Estou também ansioso de assegurar-lhes que, quaisquer
que sejam as modificações que fui obrigado a fazer, por meio do estudo
adicional da Palavra de Deus, eu não aceitei nada que tire mérito do inefável
valor do sangue precioso do Senhor Jesus Cristo, do caráter meritório do seu sacrifício
propiciatório, da dignidade de sua adorável Pessoa, ou ao resultado de sua obra
consumada. Por outra parte, as mudanças feitas não fazem mais que realçar (e
justo na proporção em que estas estão mais em conformidade com os pensamentos e
vontade revelados de Deus) meus conceitos acerca do mistério da encarnação, do
maravilhoso caráter da graça de Deus na redenção, e da minha estimação pela
cruz do Senhor Jesus Cristo. De fato, eu posso dizer agora com um coração mais
pleno do que nunca, "Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o
mundo." (Gálatas 6:14).
A
imputação de heresia é feita rapidamente, e facilmente justificada quando o que
se ensina é medido mediante as opiniões dos homens; e por isso foi introduzida em
todas as épocas contra aqueles que, renunciando a todas as tradições humanas,
se atreveram a tomar sua posição sobre a pura e simples Palavra de Deus. Os
mártires da Igreja foram, de tal maneira, todos hereges; mas hoje nós louvamos
a Deus pela fidelidade de Seus servos até a morte. Permita-me, então, precavê-los
para que não se perturbem por esta cilada do adversário, nem sejam apartados
por nenhuma autoridade humana, por mui grande e reverenda que ela seja, dos
claros ensinos da Palavra escrita de Deus. Recordem também as palavras do apóstolo
Pedro: "Pois para isto fostes chamados; porque também Cristo padeceu por nós,
deixando-nos exemplo, para que sigais as suas pisadas; o qual não cometeu
pecado, nem se achou engano na sua boca; o qual quando lhe maldiziam, não respondia
com maldição; quando padecia, não ameaçava, mas encomendava a causa ao que julga
justamente." (1 Pedro 2: 21-23).
Em minhas últimas cartas, eu expliquei
o ensino das escrituras acerca do tema do ministério e da adoração; e me alegro
em saber que alguns de vós foram conduzidos, em graça, a submeter-se a este ensino
da Palavra de Deus, e que outros foram conduzidos a confessar que o que lhes pedi
para considerar não podia ser contraditado. Portanto, não falarei mais destes
temas; mas recordo-lhes da importância inefável de manter a verdade com responsabilidade
e poder. Porque se o Espírito Santo não habita somente no crente individualmente,
mas também na Igreja de Deus, e reclama autoridade para ministrar por meio daqueles
que Ele quer; então, constitui-se num agravo muito solene, o fato de nós nos convertermos
em grupos que apagam o Espírito Santo (1 Tessalonicenses 5: 19, 20) mediante
arranjos eclesiásticos ou ordenanças humanas. E se o Senhor Jesus, como Cabeça
da Igreja, deu dons aos homens para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para a edificação do corpo de Cristo (Efésios 4: 8-13), nós deveríamos
ser muito cuidadosos, para que não sejamos encontrados obstruindo o exercício
destes dons, estabelecendo 'ministros'" de nossa própria eleição, e
conforme a nossa vontade.
Amados irmãos, anelo vê-los
reunidos somente ao nome do Senhor Jesus Cristo. Se vocês soubessem o gozo
deste lugar de separação (ainda que não possa ser ocupado sem muita perseguição,
e muitas provas da parte dos adversários); se vocês conhecessem somente a bem-aventurança
de olhar só para Cristo em suas reuniões, estou seguro que vocês se apressariam
a sair a Ele faço do acampamento, levando Seu vitupério (Hebreus 13: 12, 13). O
Senhor está perto, e é minha fervorosa oração que quando Ele vier, Ele vos possa
encontrar livres de toda associação que seja contraria a sua vontade, e no
lugar que Ele ama ver o seu povo ocupar; com seus afetos postos nEle, vocês possam
ser sempre como homens que esperam o seu Senhor.
Encomendando-lhes
um cuidadoso exame das verdades acerca das quais estou a ponto de escrever, e
orando para que eu não possa escrever, e que vocês não recebam nada que não esteja
de acordo com as Escrituras; oro para que, de fato, eu possa escrever, e que vocês
possam ler, sob a direção do Espírito Santo,
amados irmãos.
Lhes
saúdo afetuosamente em Cristo,
Edward
Dennett
Nenhum comentário:
Postar um comentário