sábado, 6 de junho de 2015

O Servo de Deus: Como reconhecê-lo?

O Servo de Deus: Como reconhecê-lo?

A responsabilidade do servo.


O chamamento de Deus para o serviço é absoluta e exclusivamente um assunto entre Deus e seu servo, Moisés (Êx. 3:10), Samuel (I Sam. 3: 19,20), Isaias (Isa 6: 8,9), Jeremias (Jer. 1:5), Ezequiel (Eze. 2:3-8) e João o Batista (João 1:6), todos eles rendem testemunho ao mesmo  principio que Paulo usa com respeito a si mesmo em Gálatas 1:1,  do qual ele era um “apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos)”. Se alguém é um verdadeiro servo de Deus, ele deve compreender isto sobre tudo o mais. É Deus que lhe dá as ordens;  é Deus que lhe dá a mensagem que ele é responsável por semear e de forma muito clara, não acrescentando nada a ela e não subtraindo  nada dela em nenhum grau.  Porque se alguém busca o favor dos homens, ou procura agradar aos homens, então, ele não é servo de Cristo (Gal. 1:10).     Em qualquer esfera que alguém deseje servir ao Senhor, que este seja o padrão estabelecido, obedecer resolutamente somente a Ele, seja como servo que dependa inteiramente do Senhor para seu sustento, ou seja como trabalhador comum, que ganhe seu sustento por meio desta ocupação. Paulo experimentou estas duas situações: Ele trabalhou para sustentar a si mesmo  (I Tes 2:9); e recebeu também ajuda dos irmão para seu próprio sustento de uma igreja pobre, a igreja de Filipos (filp. 4:10-18). Noutra circunstância ele não recebeu nada dos Coríntios, que estavam  em melhores condições (2 Cor. 11:7-12), para não dar a ‘eles’ o direito de o acusar de receber dinheiro deles.
O servo recebe seu sustento exclusivamente do Senhor, não dos homens. Se os homens querem atribuir a si mesmo o mérito deste serviço, então o servo do Senhor não pode aceitá-lo. Se isto é feito por amor ao Senhor, então, ele é livre para recebê-lo com ações de graças. Que jamais ele demonstre um espírito de ambição por dinheiro, e também que ele nem pense em nenhum momento em compartilhar com os outros, quais sejam as suas necessidades materiais. Ele serve ao Senhor e não aos homens. Que ele apele somente a Deus e confie unicamente em Deus para cada uma de suas necessidades. Se Deus o chamou e o enviou, e ele foi em obediência ao chamado de Deus, certamente, Deus terá a seu cargo suprir, cabalmente, as necessidades dele, seja , mediante provimento de um trabalho secular, ou colocando nos corações do seu povo a responsabilidade de sustentá-lo. E m ambos os casos que ele aceite o sustento como vindo de Deus e dê muitas graças a Deus.
Se for necessário que ele utilize totalmente seu tempo no serviço do Senhor, e isto se caracteriza como um exercício sério diante de Deus, seja num país estrangeiro ou em seu próprio país, ele deve depender exclusivamente  e inteiramente de Deus neste assunto; ele não deve pedir nem esperar nada do homem. Se for Deus que está dirigindo este encargo, Deus se ocupará também, de todas as suas necessidades.
Entretanto, é preciso que o tal esteja totalmente seguro de que Deus o está conduzindo num assunto tão sério como este. Em Lucas 9:57 e 58 um homem que parecia estar entusiasmado numa decisão de seguir o Senhor, não foi em absoluto encorajado pelo Senhor a fazê-lo, o Senhor lhe disse: “As raposas têm covis, e as aves dos céus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Em Lucas 14: 25-33, o Senhor Jesus insiste no fato de que qualquer que deseje segui-lo, deve calcular o custo antes de embarcar na senda do serviço. Estará ele preparado para as severas provas da fé, para os sofrimentos e para as dificuldades que estarão sempre presentes numa senda verdadeira de serviço para Deus? Isto não quer dizer, obviamente, uma mera preparação carnal implicada na força e no vigor natural do servo, mas numa fé simples e real no Filho de Deus, fé da qual aprendeu a depender honestamente e unicamente Dele.
Outra situação possível no serviço do Senhor, diz respeito ao fato que Deus pode chamar um servo e o mesmo possa se equivocar quanto ao tempo em que deva começar a servi-lo. Moisés cometeu este erro e ao fazê-lo não serviu da maneira designada por Deus (Êx. 2:11-15). Isto o levou à humilhação, até que quarenta anos depois, Deus o enviou para fazer a sua obra, momento no qual Moisés hesitou em ir, em vez de apresentar-se, como anteriormente havia feito.
Contudo, mesmo assim, Deus se deleita em ver o exercício na obra do Senhor, compartilhado por aqueles que têm tal preocupação. Paulo menciona em Gálatas 1:1-10 sua ida a Jerusalém e a comunicação que fez aos demais apóstolos do evangelho que Deus lhe deu, com o propósito de compartilhar de uma mútua comunhão com eles, na respectiva obra que Deus havia confiado a cada um. Tal comunhão é vista também em Atos 13:2, 3. Paulo foi chamado para uma obra especial e eles tiveram dificuldade em entender isto. Isto é muito importante. Sempre será uma sábia atitude comunicar-se com os irmãos que estão mais próximos, e obviamente, em especial, com a igreja com a qual está relacionado, com respeito a participação em algum serviço especial para o Senhor. Se eles não se sentirem livres para expressar a sua comunhão neste serviço, então ele deveria considerar isto seriamente; uma vez que se eles buscam verdadeiramente o pensamento de Deus, eles deveriam ter algum discernimento quanto ao fato de ele ter sido chamado por Deus, para o serviço que ele propõe fazer.
Não é questão de eles decidirem o que fazer neste assunto. É Deus quem decide isto, mas Deus pode usar as reservas de uma igreja como meio adicional para exercitar um servo. É possível, obviamente, que uma igreja erre, tanto aprovando como reprovando, as intenções de um servo. Todavia, se a igreja local continuar em duvidas e o servo  sair para o serviço que propõe fazer, esta atitude deve ser tomada com muita humildade diante de Deus, e confiança posta somente Nele. Ele deve estar preparado para o fato de que a igreja da qual ele é membro, provavelmente, não irá contribuir para seu sustento e que isto também poderá influenciar os outros em seus pensamentos sobre o seu serviço. Mas se Deus o enviou, Deus o sustentará. Se Deus não o enviou, então ele será envergonhado por ter que renunciar aquilo que abraçara, como resultado de uma confiança em si mesmo. Se ele for fiel e diligente no serviço, isto fará com que a igreja confie nele e levará os demais, também a reconhecer que ele foi enviado por Deus.
Finalmente, alertamos a todo servo que preste a maior atenção ao seu caráter e conduta pessoal. Ele deve esperar que isto seja observado tanto pelos crentes como pelos incrédulos, mas, sobretudo, por Deus. Um exemplo disto, temos em 2ª Tim. 2:24: “O servo do Senhor não deve contender, mas ser amável para com todos, apto para ensinar, sofredor”, etc. Um capitulo que deveria ser gravado em sua mente e coração é 2ª Coríntios 6.
O reconhecimento do servo pelos outros.
O ponto de vista do servo e da igreja deve ser mantido totalmente diferente neste assunto. Enquanto o servo deve servir inteiramente a Deus e não aos homens, por outro lado, o que se requer da igreja é a capacidade de discernir se ela pode ou não ter comunhão com o servo nos serviço que ele realiza. Entendemos que seria muito correto e oportuno que o servo comunicasse a igreja (onde é membro), o trabalho que ele executa no campo de atividade, para o qual o Senhor o chamou. É conveniente que a igreja se preocupe quanto à forma em que livremente, ela possa expressar a sua participação nesta obra.  Acima de tudo, ela deve ter a convicção de que Deus chamou aquele servo para este trabalho. Nisto está implicado o principio usado por ocasião da primeira saída de Timóteo com o apóstolo Paulo, ou seja: “ Os irmãos davam dele bom testemunho” (Atos 16:2). Estavam ali aqueles que conheciam bem a Timóteo.
Para dar tal ter testemunho é necessário que os irmãos conheçam:
1-      Que seu caráter e conduta moral seriam consistente com a profissão cristã e sobre tudo irreprovavel.
2-      Que ele tenha conhecimento prático das escrituras, o que é fundamental para execução da obra que ele propõe fazer.
3-      Que o Senhor o tenha qualificado para a obra que deseja que ele faça, e que ele mesmo tenha demonstrado dedicação e capacidade para realizá-la.
4-      Que ele mostre evidências convincentes de que é Deus mesmo que o tem chamado. Isto exige uma fé que não busca apoio da parte dos homens, nem pede suas recomendações, mas que tem uma dependência total e irrestrita no Deus que o separou e chamou.
A igreja não deve  assumir, de nenhuma maneira, a responsabilidade de enviá-lo, está é prerrogativa de Deus. Eles podem, no entanto, expressar a alegria em ter comunhão na obra que ele realiza. Outras igrejas podem inquirir a respeito dele, e a igreja na qual reúne regularmente, deve estar preparada para dar as informações que serão de ajuda para eles, para que  possam livremente julgar se  podem também, no Senhor,  manter comunhão com ele. Como  igreja, se não podem estender  a comunhão a este servo, então, devem informar a igreja de onde o servo saiu, os motivos que impedem tal comunhão.
Eles podem também comunicar ao servo, os motivos de suas duvidas ou reservas, para sua consideração e exercício de alma, ainda que eles mesmos, não tomam nenhuma  decisão pelo servo quanto sua obra. Entretanto, a consideração do servo por eles e o exercício deles terão, certamente, alguma implicação acerca da confiança deles nele.

A  igreja é, em todo tempo, livre para ministrar apoio aos servos do Senhor ou para recusar tal apoio, da maneira como são exercitados pelo Senhor. Eles não deveriam considerar como um assunto decidido o ministrar uma certa quantidade em intervalos determinados, mas devem preocupar-se diante do Senhor de fazer provisão como e quando o Senhor indicar. Se o servo for chamado a andar por fé na dependência apenas do Senhor, a igreja por outro lado, deveria exercitar a fé e a dependência constante no Senhor em tudo o que ela ministra. Ela dá ao Senhor, e não aos homens, e o servo deve receber como do Senhor, e não dos homens.

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