sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A igreja local ou numa localidade

A igreja local ou numa localidade.

Sigamos como de costume os simples ensinos da Palavra de Deus acerca da igreja que Ele comprou com o sangue de seu amado Filho. As escrituras não falam somente da Igreja em geral, mas também da "igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1), da "igreja que estava em Antioquia" (Atos 13:1), da "igreja de Deus que estava em Corinto" (1 Coríntios 1:2) e assim sucessivamente.
Assim como todos os crentes, nascidos de novo, e chamados para sair fora do mundo formam juntos a "ekklesia" ("Igreja"), assim também uma igreja local inclui todos os santificados em Cristo Jesus, todos os " chamados santos" que habitam nesse preciso lugar. Isto é ressaltado com toda evidência em 1 Coríntios 1:2: “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.
 No tempo do apóstolo Paulo esta realidade era visível. Anteriormente, todos os crentes de um povo ou de uma cidade se congregavam como uma só alma em um lugar e era perante o mundo uma expressão evidente de todo o corpo de Cristo. Assim foi como Paulo escreveu à igreja de Corinto: "Vós, pois, sois o corpo de Cristo, e  seus membros em particular" (1 Coríntios 12:27).
Ainda que cada igreja local tenha sua própria responsabilidade diante do Senhor quanto ao seu estado espiritual, não obstante isso, não pode ser e estar conforme seu querer ou segundo sua vontade. A regra de conduta para todos é a palavra de Deus e esta não ensina formas diferentes de reuniões para lugares variados. Portanto, neste sentido está intimamente ligada às outras igrejas pelo vínculo do Espírito e tem que ser em todas as coisas a imagem exata da Igreja de Deus. O que deve diferenciar uma igreja local de outra é somente a questão geográfica.

O ensino da escritura

É muito comum vermos hoje, os cristãos de um mesmo lugar ir a tantas “igrejas” diferentes que não se vê mais a união visível do corpo e esta unidade foi completamente perdida e, pior ainda, a igreja mesma perdeu sua própria identidade.
Muitos filhos de Deus estão vivendo esta triste realidade. Contudo há ainda neste cenário, aqueles que, inconformados com isto, sinceramente indagam que se pelo fato da grande maioria dos cristãos nem sequer pensar em voltar ao que era desde o principio ou do que podemos chamar o ensino das escrituras, se é possível ainda hoje, para uma minoria de crentes, reunirem-se sobre esta verdade?
Embora seja muito triste ver o aniquilamento da unidade visível do povo de Deus por causa da nossa infidelidade; a realidade divina de que todos os redimidos tem sido batizados pelo Espírito Santo em um corpo (1 Coríntios 12:13) permanece viva hoje e por toda eternidade.
Todo aquele que reconhece isto e que deseje caminhar nesta senda, não apenas no caminho individual da fé, mas também no caminho coletivo com os filhos de Deus segundo as instruções dadas por Deus, não devem esperar que seus irmãos saiam dos sistemas dos homens. Permanecer ligado a uma confissão particular ou a uma denominação é continuar negando a verdade bíblica de que há "um corpo". Esse crente pode e deve colocar-se, na obediência da fé, sobre a base da unidade do Espírito produzida por Deus. Ele não deve primeiramente fazer esta unidade, nem esforçar-se por chegar a ela, senão que seu único dever é guardá-la, caminhando conforme esta exortação: "Procurando guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Efésios 4:3).
Quando um grupo de crentes, ainda que sejam apenas dois ou três, desejam reunir-se num lugar unicamente segundo o modelo bíblico da igreja, conforme o ensino a respeito do "corpo de Cristo", eles não estão deste modo formando naquele lugar um “novo corpo”; porque eles (os dois ou três) não são a igreja de Deus neste lugar, porque reconhecem que cada crente nessa cidade é um membro do corpo de Cristo e que pertencem segundo os pensamentos de Deus à igreja de Deus nessa mesma localidade, embora não estejam reunindo sobre a mesma base. No entanto, estes dois ou três estão testemunhando nesta localidade desta unidade visível perdida e ao mesmo tempo invariável da unidade do Espírito no vínculo da paz, que liga de maneira indissolúvel os membros entre si e com a Cabeça.

O centro de reunião

Deus assentou ao Senhor Jesus Cristo "a sua destra nos céus... e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que tudo enche em todos" (Efésios 1:20-23). Por isso, é impossível que Deus possa reconhecer aqui na terra outro centro que não seja o próprio Senhor Jesus Cristo, em suas igrejas, nas diversas localidades. O Senhor, ao estabelecer de antemão os grandes princípios da disciplina e da reunião para sua igreja, disse: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mateus 18:20). O Espírito Santo, portanto, não fala mais aos crentes sobre este único centro de reunião. Ao reunirem sobre esta  condição, então o Senhor Jesus estará, segundo sua promessa, pessoalmente, entre eles, conforme prometeu.
Que verdade tão maravilhosa! Oxalá que este lugar central de direção e de autoridade lhe seja plenamente concedido entre todos os filhos de Deus! Quão grande seria a benção derramada da Cabeça para todos os seus membros! O nome do Senhor Jesus é plenamente suficiente para cada individuo, assim como para as necessidades da igreja.
Contudo quando chegamos em uma cidade e observamos a atividade religiosa das pessoas na mesma, vemos muitas coisas ou pessoas "no meio" ocupando o lugar que é exclusivo do Senhor. Os membros do corpo têm sido amordaçados pelos sistemas introduzidos, através de uma classe sacerdotal intermediária que foi introduzida na igreja de Deus sob a alegação de melhor funcionamento, planejamento, etc. O Espírito Santo é ignorado e homens inescrupulosos tem tomado seu lugar debaixo de uma farsa da sua própria direção. As pessoas estão se aderindo a uma organização, a um nome, a um pregador, etc. Isto, pois, lança fora o Senhor Jesus Cristo do centro.


A direção divina

Se alguns crentes estão reunidos num lugar ao nome do Senhor,  então o Senhor está evidentemente no meio deles, como prometeu,  para conduzi-los em todas as coisas. Os olhares de todos devem ser dirigidos para Ele e têm que contar com Ele. Todos precisam  perseverar em submissão e na dependência do Senhor e Mestre. Uma das consequências desta dependência é que a  ordem reinará conforme os pensamentos e a vontade de Deus, na prática dos dons espirituais, no serviço e no comportamento de todos os membros.
O Espírito Santo está também no meio deles. Desde o dia de Pentecostes, mora tanto em cada crentes como na Igreja de Deus (1 Coríntios 6:19; Efésios 2:22). O Senhor havia avisado aos seus discípulos que o Pai enviaria o Espírito Santo em seu nome (João 14:26). Seria um Consolador entre eles e se ocuparia de tudo o que lhes concerne (João 16:13). E em 1 Coríntios 12 e 14 nos mostra como exerce esta função. Reparte os diferentes dons de graça: "Porém todas estas coisas são feitas pelo mesmo e único Espírito, repartindo a cada um, em particular, como ele quer" (1 Coríntios 12:11). Está presente para conduzir, dirigir e ensinar. Ele tem o direito de utilizar a quem quer como sua boca para orar, louvar ou servir.
Mas como poderá este principio da direção divina ser empregado entre os crentes que estão reunidos, quando há uma direção humana que não pode ser mais que um obstáculo à livre ação do Espírito de Deus?
O que diria o chefe de uma grande empresa se um dia alguém se sentasse em sua poltrona e se pusesse a dirigir o conselho deliberativo? Chamado a dar explicações, o intruso retrucasse: “Sei que a empresa é sua, no entanto, faço isto para servir-te melhor e permanecer em estreita relação contigo. O mecanismo administrativo que estou implantando funcionará bem”. Por acaso aceitaria o chefe ser rebaixado ao papel de conselheiro em sua própria empresa?
Se é assim nas coisas materiais, quanto menos deveria haver da intervenção da vontade própria do homem nos direitos do Senhor e do Espírito Santo, como é, por exemplo, hoje o caso dos sistemas eclesiásticos confiados à responsabilidade de uma só pessoa. Este se encarrega de todo serviço, e, além disso, o exerce em conformidade com a doutrina particular de sua igreja ou de sua comunidade confessional! Este condutor ora, faz o serviço, se ocupa de tudo como se, fora dele, não houvesse nenhum outro guia na igreja, nem outros membros que o Espírito Santo quisesse e pudesse utilizar. E isto, porque tem sido formado, em virtude de sua permanência naquilo que se chama clero, e é o único autorizado, segundo a opinião dos homens, a exercer estas atividades segundo princípios humanos, e tem sido ordenado para este serviço por alguns homens. Ao nomear sacerdotes, por exemplo, persiste a ideia de uma sucessão apostólica. Desta forma querem transmitir por este meio, o mesmo principio que foi usado, anteriormente, para aqueles, ao nomearem estes homens. Na verdade o que fazem é recusar os leigos (Laicos) nas suas cátedras, ou seja,  todos os que não possuem a formação religiosa dos seus seminários e que não foram designados conforme as suas regras. Todos aqueles que ocupam e exerce tal função justificam-se a si mesmos, e são justificados por outros também, afirmando que é dirigido pelo Espírito para o serviço que realiza. No entanto, estes argumentos não melhoram o sistema no qual servem e, portanto, não pode ser justificado pela Palavra de Deus.
Todavia, no livro dos Atos dos apóstolos, assim como nas epístolas, não há uma única alusão a uma designação deste tipo para exercer uma “função” nas igrejas locais. Encontramos que o apóstolo Paulo tinha uma autoridade apostólica, que ocasionalmente, transmitiu aos seus companheiros no serviço, Timóteo e Tito para formar igrejas. Também lemos de "varões principais" ou dos que "tinham o governo dos irmãos, Os vossos guias" ou dos que "presidem no Senhor" (Atos 15:22; Hebreus 13:7.; 1 Tessalonicenses 5:12). No entanto, estes homens se submetiam nas igrejas à direção do Senhor e do Espírito Santo como os demais irmãos (Atos 13:1-2).
O caminho divino do serviço
Quando alguns cristãos estão congregados ao redor do Nome do Senhor como seu centro e seu guia e permanecem dependentes Dele; Ele fornece tudo o que necessitam para poder ser um testemunho para seu nome. Como cabeça da sua Igreja, o Senhor tem dado dons aos homens para a obra do serviço, e permite que seja praticado nas igrejas locais os dons para a edificação dos crentes ou para a pregação do Evangelho aos incrédulos. Ainda que o exercício dos dons seja cumprido com a maior debilidade, apesar de tudo, este serviço é do Senhor. Cinco palavras "como demonstração do Espírito" e de acordo com os ensinos das Sagradas Escrituras, valem mais que uma "excelência de palavras" baseadas na sabedoria humana (1 Coríntios 2:1-5).

Na qualidade de membro do corpo de Cristo, cada crente tem sua parte de responsabilidade na conservação do testemunho para o Senhor; e se alguém tem recebido do Senhor algum dos dons tão variados, tem que cumprir sua tarefa particular de acordo com a seguinte exortação: "Cada um segundo o dom que recebeu, administra aos outros, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale conforme as palavras de Deus; se alguém ministra, ministre conforme o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo" (1 Pedro 4:10-11). Desta maneira, as capacidades e os dons espirituais presentes serão estimulados e desenvolvidos. De forma contrária, no lugar onde um só homem está estabelecido por seus semelhantes como “servo do Senhor”, já não há estes exercícios interiores, e muitos dos dons que o Senhor tem dado a sua Igreja não são utilizados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Será assim um dia.

Acontecimentos no livro de Apocalipse. "Depois disso Eu olhei, e, contemplei uma porta aberta no paraíso: e a primeira voz que ouvi era...