sábado, 27 de fevereiro de 2016

A IGREJA COMO ERA NO PRÍNCIPIO E SEU ESTADO ATUAL

Podemos considerar a Igreja sob dois pontos de vista. Em primeiro lugar, é a reunião dos filhos de Deus formando um só corpo, unidos pelo poder do Espírito Santo ao Senhor Jesus Cristo, o homem glorificado, ascendido ao céu. Em segundo lugar é a casa ou habitação de Deus pelo Espírito.

O Salvador se deu a si mesmo, não somente para salvar perfeitamente a todos os que nEle creem, mas também “para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos” (João 11:52). O Senhor Jesus Cristo fez completamente a obra da redenção; havendo oferecido um só sacrifício pelos pecados, se assentou a destra de Deus. “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”. O Espírito Santo nos dá testemunho ao dizer: “E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades” (Hebreus 10:14, 17). O amor de Deus nos tem dado o Senhor Jesus; a justiça de Deus está plenamente satisfeita por Seu sacrifício, e Ele está assentado a destra de Deus como um testemunho continuo de que a obra da redenção está cumprida, de que somos aceitos nÉle e de que possuímos a glória a que somos chamados. Segundo sua promessa, o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo do céu, o Consolador, que habita em nós os que cremos no Senhor Jesus, e que nos tem selado para o dia da redenção, digo, para a glorificação dos nossos corpos. O mesmo Espírito é também, o penhor de nossa herança.

Todas estas coisas poderiam ser verdadeiras, mesmo que não houvesse uma Igreja na terra. Há indivíduos salvos, há filhos de Deus herdeiros da glória do céu; mas estar unidos a Cristo, ser membros do seu corpo, da sua carne e de seus ossos, é outra coisa totalmente diferente; e é outra coisa ainda ser a habitação de Deus pelo Espírito. Nós falaremos destes últimos pontos.

Não há nada mais claramente demonstrado nas Sagradas Escrituras do que a verdade de que a Igreja é o corpo de Cristo. Não somente somos salvos por Cristo, mas que estamos em Cristo e Cristo em nós. O verdadeiro cristão que goza de Seus privilégios sabe que, por meio do Espírito Santo, ele está em Cristo e Cristo nele. “Naquele dia, diz o Senhor, conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós” (João 14:20). Naquele dia, digo, no dia quando houverdes recebido o Espírito Santo enviado do céu. “Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito” (1 Corintios 6:17).

Assim, pois, estamos em Cristo e somos membros do seu corpo. Esta doutrina está amplamente desenvolvida na epístola aos Efésios, capítulos 1 a 3. Que poderia ser mais claro do que estas palavras: “e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo” (Efésios 1:22, 23)? Observai que este feito maravilhoso começou, e só foi conhecido, assim que Cristo foi glorificado no céu, contudo, tudo o que está contido nestes versículos não tem sido cumprido ainda. Deus, diz o apóstolo, nos tem ressuscitado juntamente com Ele, nos tem assentado nEle nos lugares celestiais —não, todavia, com Ele, mas “nEle”—. E em capítulo 3: “O mistério que noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;… Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,” (Efésios 3:5- 6, 10).

           Aqui, pois, a Igreja está formada na terra pelo Espírito Santo que desceu do céu, depois que Cristo foi glorificado. Está unida a Cristo, seu Cabeça celestial, e todos os verdadeiros crentes são seus membros pelo mesmo Espírito. Esta preciosa verdade está confirmada em outras passagens; por exemplo, na epístola aos Romanos, capítulo 12: “Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”(Romanos 12:4-5).

Não é necessário citar outras passagens; chamamos somente a atenção do leitor para o capítulo 12 da primeira epístola aos Coríntios. Está claro como a luz do meio dia que o apóstolo fala aqui da Igreja na terra, não de uma Igreja futura no céu, e nem sequer das igrejas dispersas pelo mundo, mas da Igreja em conjunto, representada, entretanto, pela igreja de Corinto. Por isso diz no começo da epístola: “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” A totalidade da Igreja se acha claramente indicada por estas palavras: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” É evidente que os apóstolos não se encontravam em uma igreja particular, e que os dons de curar não podiam ser exercidos no céu. Claramente é a Igreja universal na terra. Esta Igreja é o corpo de Cristo, e os verdadeiros crentes são seus membros.

Ela é uma pelo batismo do Espírito Santo. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo assim é Cristo também” (v. 12). Então, depois de haver dito que cada um destes membros trabalha segundo sua própria função no corpo, o apóstolo acrescenta: “Vós, pois, sois corpo de Cristo, e seus membros em particular” (v. 27). Não esqueçais que isto acontece como conseqüência do batismo do Espírito Santo que desceu do céu. Consequentemente, este corpo existe na terra e compreende todos os cristãos, onde quer que se encontrem; eles têm recebido o Espírito Santo, pelo que são membros de Cristo e membros uns dos outros. Oh! Que formosa é esta unidade! Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; e se um membro recebe honra, todos os membros se regozijam com ele.

A palavra nos ensina aqui que os dons são membros de “todo o corpo”, e que eles pertencem ao corpo em seu conjunto. Os apóstolos, os profetas, os mestres, estão na Igreja e não em uma igreja particular. Como conseqüência disto, resulta que estes dons dados pelo Espírito Santo, são exercidos em toda a Igreja, onde quer que se encontre o membro que os possui, porque ele é membro do corpo. Se Apolo ensinava em Éfeso, também ensinava quando estava em Corinto, e em qualquer localidade em que se encontrava.

A Igreja é, pois, o corpo de Cristo, unido a Ele sua Cabeça no céu. Viemos a ser membros deste corpo pelo Espírito que habita em nós, e todos os cristãos são membros uns dos outros. Esta Igreja que breve se tornará perfeita no céu é formada atualmente na terra pelo Espírito Santo enviado do céu, que mora em nós e por quem todos os verdadeiros crentes são batizados em um só corpo (1 Coríntios 12:13). Como membros de um só corpo, os dons são exercidos na Igreja inteira.

Há, todavia, como temos dito, outro caráter da Igreja de Deus na terra; ela, aqui é a habitação de Deus. É interessante observar que isto não teve lugar antes que se cumprisse à redenção. Deus não habitou com Adão nem ainda quando ele era inocente, nem com Abrão; ainda que tenha visitado com muita condescendência ao primeiro homem no paraíso, como o fez também mais tarde com o pai dos crentes, no entanto, Ele nunca morou com eles. Porém uma vez que Israel foi tirado do Egito, como um povo redimido (Êxodo 15:13), Deus começou a morar no meio do seu povo. Tão logo que a construção do tabernáculo foi anunciada e consagrada, Deus diz: “E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei por Deus, e saberão que eu sou o Senhor seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles: eu, o Senhor seu Deus” (Êxodo 29:45-46). Depois de haver libertado a seu povo, Deus habitou no meio deles, e a presença de Deus foi seu maior privilégio.

A presença do Espírito Santo é o que caracteriza os verdadeiros crentes em Cristo: “Vosso corpo é templo do Espírito Santo” (1 Coríntios 6:19). “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8:9). Os cristãos, coletivamente, são o templo de Deus, e o Espírito de Deus habita neles (1 Coríntios 3:16). Sem falar do cristão individualmente, então direi que a Igreja na terra é a habitação de Deus pelo Espírito. Que precioso privilégio! A presença de Deus mesmo, fonte de gozo, de força e de sabedoria para seu povo! Mas ao mesmo tempo, há uma enorme responsabilidade quanto a maneira em que tratamos a este convidado. Citarei algumas passagens para demonstrar esta verdade. Em Efésios 2:19-22 lemos: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.”

Vemos aqui que, embora esta edificação tenha começado na terra, a intenção de Deus é ter um templo, composto de todos os que crêem; depois que Deus derribou a parede intermediaria de separação que excluía os gentios é que este edifício cresce, até que todos os cristãos estejam reunidos na glória. Entretanto no presente, os crentes na terra formam o tabernáculo de Deus, Sua morada pelo Espírito, o qual mora no meio da Igreja.

Em 1 Timóteo 3:14-15, o apóstolo diz: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa; Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja de Deus vivo, a columa e firmeza da verdade.” Segundo estas palavras, vemos que os cristãos na terra são a casa do Deus vivo, e que esta epístola ensina a Timotéo como deve andar nesta casa. Vemos também que o cristão é responsável em manter esta verdade no mundo. A Igreja não tem que ensinar, mas os apóstolos ensinam, os mestres ensinam, e o cristão mantém a verdade sendo fiel. A Igreja é o testemunho da verdade no mundo. Os que buscam a verdade, não a buscam entre os pagãos, entre os judeus ou entre os maometanos, mas na Igreja de Deus. Esta não é uma autoridade para a verdade; a Palavra é a autoridade. A Igreja é o vaso que contém a verdade; e onde a verdade não está não há Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo, e Cristo é a Cabeça no céu[1] .

Tal é a casa de Deus na terra. Quando a Igreja estiver completa, será unida a Cristo no céu, revestida da mesma glória que seu Esposo. É necessário, antes de falar do estado da Igreja tal como era no principio, assinalar uma diferença que se encontra na Palavra de Deus, quanto a casa. O Senhor disse: “Sobre esta rocha edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18). É Cristo mesmo o que edifica sua igreja e, portanto, as portas do hades não prevalecerão contra ela[[2]]. Aqui, não é o homem que edifica, mas Cristo. Esta é a razão pela qual o apóstolo Pedro, ao falar da casa espiritual, não diz nada dos obreiros: “Chegando-vos para ele a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa. Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:4-5).

Esta é obra da graça no coração do individuo, pela qual o homem se chega a Cristo. Em apoio a isto, diz afinal que “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar (Atos 2:47). Esta obra não poderia perder, posto que é a obra de Deus, eficaz para a eternidade, e manifestada a seu tempo. Lemos ainda na epístola aos Efésios, capítulo 2: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” Este edifício que cresce, pode manifestar-se aos olhos dos homens; mas, se o efeito desta obra de graça eficaz não se manifestar em sua unidade exterior ante os olhos dos homens, Deus não deixará por isso de fazer sua obra, reunindo seus filhos para a vida eterna. As almas vêm a Cristo e são edificadas sobre Ele.

Os apóstolos João e Paulo, e mais concretamente o último, falam da unidade da igreja manifestada diante dos homens, para testemunho do poder do Espírito aos homens. Em João 17 lemos: “Mas não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:20-21). Aqui, a unidade dos filhos de Deus é um testemunho para o mundo de que Deus enviou ao Senhor Jesus, para que o mundo creia. Como conseqüência desta verdade, está claro que o dever dos filhos de Deus é manifestar esta realidade. Todos reconhecem que o estado contrário a esta verdade é uma arma nas mãos dos inimigos desta verdade.

O caráter da casa e a doutrina da responsabilidade dos homens são ensinados ainda, em outras passagens da Palavra de Deus. Paulo diz: “Vós sois, edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele” (1 Coríntios 3:9-10). Aqui, é o homem o que edifica. A casa de Deus se manifesta na terra. A Igreja é o edifício de Deus, mas não temos ali a obra de Deus somente - isto é, os que vem a Deus atraídos pelo Espírito Santo - porém o efeito da obra dos homens, que com freqüência  tem edificado com madeira, feno, e palha, etc.

Os homens confundiram a casa exterior, edificada pelos homens, com a obra de Cristo que pode ser idêntica a dos homens, mas pode também diferir amplamente. Falsos mestres atribuíram todos os privilégios do corpo de Cristo a “casa grande”, composta de toda classe de iniqüidade e de homens corrompidos (2 Timóteo 2). Este erro fatal não tira a responsabilidade dos homens no que respeita a casa de Deus - sua morada pelo Espírito Santo—, como tampouco esta responsabilidade é tirada com relação à unidade do Espírito, em um único corpo sobre a terra.

Parece-me importante assinalar esta diferença, porque lança muita luz sobre as questões atuais. Mas prossigamos com nosso tema. Qual era o estado da Igreja no principio em Jerusalém? Vemos que se manifestava no poder do Espírito Santo maravilhosamente. “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e fazendas, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (Atos 2: 44-47). E no capítulo 4: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (Atos 4:32-35). Que esplendida descrição do efeito do poder do Espírito em seus corações, efeito que cedo desapareceria  e para sempre! Porém os cristãos devem procurar agir desta forma, tanto quanto lhes seja possível.

A maldade do coração do homem se manifestou rapidamente: Ananias e Safira, depois a murmuração dos gregos contra os hebreus, porque suas viúvas eram esquecidas nas distribuições diárias, manifestaram que o pecado do coração do homem, unido a obra do diabo, já atuava no seio da Igreja. Mas, ao mesmo tempo, o Espírito Santo estava na Igreja e atuava ali, e era suficiente para colocar fora o mal e mudá-lo em bem; a Igreja era uma, conhecida pelo mundo, e se podia dizer então que os apóstolos quando saíam, iam e voltavam sempre dentro de sua mesma companhia. Uma única Igreja, cheia do Espírito Santo, dava testemunho da salvação de Deus e a Sua presença na terra; e Deus acrescentava a esta Igreja os que haviam de ser salvos. Esta Igreja foi dispersa pela perseguição, exceto os apóstolos que permaneceram em Jerusalém. Deus levanta então a Paulo para ser seu mensageiro para os gentios. Começa a edificar a Igreja entre os gentios e ensina que nela não há judeu nem gentio, mas que todos são um e o mesmo corpo em Cristo. Não só se proclama à existência da Igreja entre os gentios, mas também a doutrina da Igreja, sua unidade, a união de judeus e de gentios em um corpo, se põe em execução. Foi o objeto dos conselhos de Deus desde antes da fundação do mundo, oculta em Deus; mistério que havia estado escondido desde os séculos em Deus, a fim de dar a conhecer agora aos principados e as potestades nos lugares celestiais, por meio da Igreja, a multiforme sabedoria de Deus: O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas [[3]]. Por isso diz aos Colossenses: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Colossenses 1:26).

Os cristãos eram conhecidos, publicamente admitidos na Igreja, tanto gentios como judeus. A unidade era manifestada. Todos os santos eram membros de um só corpo, do corpo de Cristo; a unidade do corpo era reconhecida, e era uma verdade fundamental do cristianismo. Em cada localidade, havia uma manifestação desta unidade da Igreja de Deus sobre a terra; de modo que uma epístola de Paulo dirigida à igreja de Deus em Corinto, chegava a uma só igreja; e o apóstolo podia acrescentar em continuação “com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. No entanto, ao referir-se aqueles que estavam em Corinto, disse: “Vós, pois, sois corpo de Cristo, e seus membros em particular.” Se um cristão, membro do corpo de Cristo, ia de Éfeso a Corinto, era necessariamente também membro do corpo de Cristo nesta última igreja. Os cristãos não são membros de uma igreja, mas de Cristo. O olho, a orelha, o pé ou qualquer outro membro que estivesse em Corinto, o era também em Éfeso. Na Palavra não encontramos a ideia de ser membro de uma igreja, mas de membros de Cristo.

O ministério, tal como é apresentado na Palavra, é também uma prova da mesma verdade. Os dons, (fonte do ministério), outorgados pelo Espírito Santo, estavam na Igreja (1 Coríntios 12:8-12, 28). Aqueles que os possuíam eram membros do corpo. Se Apolo era mestre em Corinto, o era também em Éfeso. Se era o olho, a orelha, ou qualquer outro membro do corpo de Cristo em Éfeso, também o era em Corinto. Não há nada mais claramente exposto sobre este tema, do que o que temos em 1 Coríntios 12: um corpo, muitos membros; a Igreja era uma só, e nela se achavam os dons que o Espírito Santo havia dado - dons que se exerciam em qualquer localidade onde pudesse estar aquele que os possuíam —. O capítulo 4 da epístola aos Efésios contém a mesma verdade. Cristo subiu ao alto, “deu dons aos homens... E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”.

Esta unidade e a livre atividade dos membros era uma realidade pratica no tempo dos apóstolos. Reconhecia-se plenamente cada dom como suficiente para levar a cabo a obra do Senhor, e era exercido livremente. Os apóstolos trabalhavam como apóstolos, e da mesma forma, os que foram dispersos por ocasião da primeira perseguição, trabalhavam na obra segundo a medida de seus dons. Assim como os apóstolos ensinaram (1 Pedro 4:10-11; 1 Coríntios 14:26, 29); Assim fizeram os cristãos. O diabo intentou destruir esta unidade, mas não alcançou seu objetivo, enquanto viveram os apóstolos. Empregou o judaísmo para alcançar este objetivo; mas o Espírito Santo preservou a unidade, como podemos ler em Atos 15. O diabo intentou criar seitas por meio da filosofia (1 Coríntios 2), e das vãs sutilezas (Colossenses 2); mas todos seus esforços foram inúteis. O Espírito Santo atuava no meio da Igreja, assim como a sabedoria outorgada aos apóstolos para manter a unidade e a verdade da Igreja contra o poder do inimigo. Quanto mais lemos os Atos dos Apóstolos e as Epístolas, mais vemos esta unidade e esta verdade. A união destas duas coisas não pode ter seu efeito senão pela ação do Espírito Santo. A liberdade individual não é união; e a união entre os homens não dá ao individuo sua plena liberdade. Quando o Espírito Santo governa, une naturalmente os irmãos e atua em cada um deles segundo o objetivo que propôs a si mesmo em uní-los, digo, segundo seu propósito. Por isso o Espírito Santo reúne todos os santos em um só corpo, e atua em cada um deles segundo sua vontade, conduzindo-lhes no serviço do Senhor para a glória de Deus e a edificação do corpo. Tal era a Igreja! É ela isso agora, e onde existe? Será perfeita no céu, concordo; mas onde encontrá-la agora na terra? Os membros do corpo de Cristo agora estão dispersos; vários estão ocultos no mundo, outros estão no meio da corrupção religiosa; uns se encontram em uma seita, outros em outra, e todas elas em rivalidade para atrair os que são salvos. Muitos, graças a Deus, buscam realmente a unidade; mas, quem a tem encontrado? Não basta dizer que fomos batizados em um Espírito formando um só corpo: “Para que todos sejam um…”, disse o Senhor, “para que o mundo creia que tu me enviaste.” Mas não somos um; não manifestamos a unidade do corpo. No principio ela era manifesta claramente, e, em cada cidade, esta unidade era evidente aos olhos do mundo. Todos os cristãos iam por todas as partes como uma só Igreja. O que era membro de Cristo em uma localidade, o era também em outra, e recebia em todas as partes o que tinha uma carta de recomendação, visto que só havia uma igreja.

A Ceia era o sinal exterior da unidade: “Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo: porque todos participamos do mesmo pão. Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo: porque todos participamos do mesmo pão” (1 Coríntios 10:17). O triste testemunho prestado pela igreja hoje  é este: o Espírito Santo, seu poder e sua graça, não pode superar as causas das divisões. A maior parte disto que se chama a Igreja é o assento da corrupção mais grosseira e a maioria daqueles que presumem de sua luz são incrédulos. Ortodoxos, reformados, católicos, luteranos, não tomam a Ceia juntos; condenam-se uns aos outros. A luz dos filhos de Deus que se encontram nas distintas seitas jaz oculta debaixo dum alqueire, e os que se separam destes corpos, porque não podem suportar esta corrupção, se dividem em centenas de partidos que não tomam a Ceia juntos. Nem uns, nem  outros, pretendem ser a Igreja de Deus, mas dizem que ela se encontra invisível. Qual é, pois, o valor de uma luz invisível? No entanto, não há nem humilhação, nem confissão, por mais que se reconheça que a luz se encontra invisível. A unidade, no que respeita a sua manifestação, está destruída. A Igreja, que uma vez era bela, unida, celestial, perdeu seu caráter; se acha oculta no mundo; e os cristãos mesmos são mundanos, cheios de cobiças, ávidos de riquezas, de honras, de poder, semelhantes aos filhos deste século. São uma epístola, na qual não se pode ler uma só palavra de Cristo[[4]]. A maior parte do que leva o nome de cristão é infiel ou constitui o assento do inimigo, e os verdadeiros cristãos estão perdidos no meio da multidão. Onde encontrarão “um só pão”, o emblema do “um corpo?” Onde está o poder do Espírito que une os cristãos em um só corpo? Quem pode negar que os cristãos hajam sido assim? E não são culpados de não ser o que uma vez foram? Podemos nos encontrar bem num estado tão diferente daquele em que estava a Igreja no principio, e que a Palavra reclama de nós? Deveríamos estar profundamente afligidos em um estado tal como o da Igreja no mundo, porque ela não responde de modo nenhum ao coração e ao amor de Cristo. Os homens se contentaram em ter assegurado a vida eterna.

Busquemos o que a Palavra diz sobre este ponto. Encontramos em Romanos 11, de uma maneira geral, o que concerne a cada economia ou dispensação nos caminhos do Senhor para com os judeus e para com os ramos de entre os gentios, que substituíram os judeus: “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado.” Não é uma coisa muito séria, que o povo de Deus na terra seja cortado? Certamente os fiéis são e serão guardados; visto que Deus não falta nunca com sua fidelidade; mas todos os sistemas nos  quais os homens se engrandecem, pode ser — e de fato serão — julgados e cortados. A glória de Deus, sua presença visível e real, esteve em Jerusalém, seu trono estava entre os querubins. Durante o cativeiro na Babilônia, sua presença abandonou Jerusalém, e sua glória assim como sua presença não estiveram mais no templo, no meio do povo. E ainda que em sua longa paciência os suportasse até o tempo em que o Senhor Jesus Cristo foi rejeitado, Deus, entretanto, os cortou no que diz respeita a esse pacto. O remanescente se converteu nos cristãos, mas todo o sistema chegou ao seu fim através do juízo. O sistema cristão terá o mesmo fim, se não perseverar na bondade de Deus; e não tem perseverado. Como conseqüência, ainda que eu tenha a firme convicção de que todo verdadeiro cristão será preservado e arrebatado ao céu, no que respeita ao testemunho da Igreja na terra, a casa de Deus habitada pelo Espírito, não existirá jamais. Pedro havia dito: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus” (1 Pedro 4:17); e no tempo de Paulo, o mistério da iniquidade já estava em curso e devia seguir até que o homem do pecado estivesse ali. Naquele tempo também, Paulo já dizia:  “Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus” (Filipenses 2:21). O apóstolo nos diz ainda, que depois da sua partida entrariam na Igreja lobos vorazes que não perdoariam ao rebanho (Atos 20:29), e que nos últimos dias viriam tempos perigosos, homens com aparência de piedade, mas que negariam seu poder; homens maus e impostores que iriam de mal a pior, enganando e sendo enganados (2 Timóteo 3:5, 13), e que finalmente teria lugar a apostasia. Tudo isto constitui a perseverança na graça de Deus? Esta infidelidade é algo desconhecida na historia do homem? Deus sempre começou por colocar suas criaturas em uma boa relação consigo, porém a criatura abandonou esta posição na qual Deus a colocou, e tornou-se infiel nela. Deus, porém, depois de longa paciência, nunca mais restabeleceu  a posição da qual o homem caiu. Não harmoniza com seus caminhos restaurar uma coisa que se deixou perder; mas Ele diretamente a corta, para introduzir depois algo totalmente novo, muito melhor do que aquilo que havia sido antes. Adão caiu, e Deus quer que o segundo Adão seja o Senhor do céu. Deus deu a lei a Israel, porém este fez o bezerro de ouro antes que Moisés descesse do monte; e Deus quer escrever a lei no coração do seu povo. Deus estabeleceu o sacerdócio de Arão, mas seus filhos oferecem imediatamente “fogo estranho”; e, a partir de então, Arão não pode entrar mais no lugar santíssimo com suas vestiduras de “glória e formosura”. Deus fez assentar o filho de Davi no trono de Jeová (1 Crônicas 29:23), mas posto que a idolatria foi introduzida por ele, o reino foi dividido, e o trono do mundo foi dado por Deus a Nabucodonosor, que fez uma grande estatua de ouro e lançou os fieis numa fogueira ardente. Em cada ocasião o homem fracassou; e Deus, depois de havê-lo suportado por muito tempo, intervém em juízo, e substitui o sistema anterior por outro melhor.

É interessante observar que todas as coisas nas quais o homem fracassou, foram restabelecidas de uma maneira mais excelente no segundo Homem. O homem será exaltado em Cristo, a lei será escrita no coração dos judeus, o sacerdócio será exercido pelo Senhor Jesus Cristo. Ele é o filho de Davi que reinará sobre a casa de Israel; regerá as nações. O mesmo ocorre no que diz respeito à Igreja; ela foi infiel, não manteve a glória de Deus que lhe foi confiada; a causa disso, como sistema, é que será cortada da terra; a ordem de coisas estabelecida por Deus finalizará pelo juízo; os fieis subirão ao céu em uma condição muito melhor, para serem conformes a imagem do Filho de Deus, e se estabelecerá o reino do Senhor na terra. Todas estas coisas serão um admirável testemunho de fidelidade de Deus, que cumprirá todos seus propósitos apesar da infidelidade do homem. Então, anula isto a responsabilidade do homem? Como julgaria Deus ao mundo, pergunta o apóstolo? Nossos corações não sentem que reduzimos a glória de Deus ao pó? O mal começou no tempo dos apóstolos; cada um acrescentou a este sua parte; a iniquidade dos séculos se amontoa sobre nós; logo a casa de Deus será julgada; torna-se a requerer o sangue dos justos à nação judaica, e Babilônia também será achada culpável do sangue de todos os santos.

É certo que seremos arrebatados ao céu; mas, diante disso não deveríamos afligir-nos pela ruína da casa de Deus? Sim, sem duvida. Ela era uma; um testemunho magnífico a glória de sua Cabeça pelo poder do Espírito Santo; unida, celestial, a qual dava a conhecer ao mundo o efeito do poder do Espírito Santo, que colocava ao homem sobre todo motivo humano, e fazia desaparecer as distinções e as diversidades, levando crentes de todas as regiões e de todas as classes para ser uma só família, um só corpo, uma só Igreja: testemunho poderoso da presença de Deus na terra no meio dos homens.

Contrapõe-se que não somos responsáveis pelos pecados de nossos antecessores. Não somos responsáveis pelo estado no qual nos encontramos? Acaso um Neemias, um Daniel, se escusaram por causa dos pecados do povo? Não confessaram o miserável estado do povo de Deus, como pertencentes a eles mesmos? Se não fossemos responsáveis, por que Deus não nos deixa de lado, por que julgaria e destruiria todo o sistema? Por que diz: “Brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres?” Por que julga a Tiatira, substituindo-a pelo reino? Por que diz a Laodiceia: “vomitar-te-ei da minha boca”? Eu creio que as sete igrejas (Apocalipse 2 e 3) nos dão a história da Igreja, desde o principio ao final; em todos os casos existe a responsabilidade dos cristãos acerca do estado da Igreja. Talvez alguém diga que só as igrejas locais são responsáveis e não a Igreja universal. O que é seguro, é que Deus julgará a Igreja como sistema estabelecido na terra.                                                                                                                                                  
A fim de demonstrar que a responsabilidade continua do principio ao fim, lemos na epístola de Judas: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo” (Judas 4). Estes já haviam infiltrado entre eles e “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para exercer juízo contra todos” (Judas 14). Assim, pois, os que no tempo de Judas se introduziram dissimuladamente, atraíram o juízo sobre os professante profanos do cristianismo. Nesta epístola temos as três características da iniquidade e seus progressos. Em Caim temos a iniquidade puramente humana; em Balaão, a iniquidade eclesiástica; em Coré, a rebelião, e então perecem. No campo onde o Senhor havia semeado a boa semente, o inimigo, enquanto os homens dormiam, semeou o joio. É certo que a boa semente seja recolhida no celeiro; no entanto, a negligencia dos servos deixou o inimigo a ocasião de estragar a obra do Senhor. Podemos ser indiferentes quanto ao estado da Igreja, amada pelo Senhor; indiferentes quanto às divisões que o Senhor proibiu?[[5]]. Não; humilhemo-nos, queridos irmãos, confessemos nossas faltas e coloquemos um fim no assunto. Que cada um de nós ande fielmente como convém, e esforcemo-nos em encontrar uma vez mais a unidade da Igreja e o testemunho de Deus. Purifiquemo-nos de todo mal e de toda iniqüidade. Se for possível reunirmos em o nome do Senhor, será uma grande benção; porém é essencial que isso seja feito na unidade da Igreja de Deus e na verdadeira liberdade do Espírito.

Se a casa de Deus está ainda na terra e o Espírito Santo habita nela, não estará Ele contristado pelo estado da Igreja? E se Ele mora em nós, não deveria estar afligindo e humilhando nossos corações pela desonra que é causada a Cristo, e pela destruição do testemunho que o Espírito Santo vindo do céu veio render da unidade da Igreja de Deus? Quem comparar o estado da Igreja, tal como nos é descrita no Novo Testamento, com seu estado atual, terá o coração profundamente entristecido ao ver a glória da Igreja arrastada no pó e ao inimigo que triunfa no meio da confusão do chamado Deus.

Em suma, Cristo tem confiado sua glória na terra a Igreja. Ela é a depositária desta glória. Nela o mundo deveria ter visto a manifestação desta glória pelo poder do Espírito Santo, testemunho da vitória de Cristo sobre Satanás, sobre a morte e sobre todos os inimigos aos quais levou cativo, triunfando deles na cruz. Guardou a Igreja este depósito e manteve a glória de Cristo na terra? Se tal não foi o caso, dize-me, cristãos, a Igreja, não é responsável por isto? O servo a quem o Senhor confiou o cuidado da sua casa (Mateus 24) é responsável ou não pelo estado da casa de seu Senhor? Alguém poderá dizer que o servo mal é a imagem da igreja professa que está corrompida e que na realidade não é a Igreja, e que no meu caso particular, eu não sou membro dela em absoluto. A isso respondo que na parábola, o servo está só, e a pergunta então, com respeito a esse servo que está só, é: é fiel ou não? Pode ser verdade que você tenha separado da iniquidade que enche a casa de Deus, e fez bem; mas seu coração não se humilha devido ao estado no qual se encontra esta casa? O Senhor derramou lágrimas sobre Jerusalém, e não deveríamos nós derramá-las por aquilo que é ainda mais precioso ao Seu coração? É aqui o lugar onde a glória do Senhor tem sido pisoteada. Diremos que não somos responsáveis por isto? Seu servo, ainda que só, é responsável. Ainda quando, guiado individualmente pela Palavra, posso apartar-me de toda essa iniqüidade que corrompe a casa de Deus, tenho o dever, como servo de Cristo, de identificar-me com Sua glória e com as manifestações desta glória ao mundo. Ali é onde a fé se manifesta: não somente crendo que Deus e Cristo possuem a glória, porém identificando esta glória com seu povo (Êxodo 32:11-12; Números 14:13-19; 2 Coríntios 1:20). Em primeiro lugar, Deus tem confiado sua glória ao homem, o qual é responsável em permanecer nesta posição e de ser fiel, sem abandonar seu primeiro estado; em conseqüência, Deus estabelecerá sua própria glória, conforme seus propósitos. Todavia, todo homem é responsável ali onde Deus o colocou. Temos sido postos na Igreja de Deus, em sua casa sobre a terra, ali onde sua glória habita. Esta Igreja, onde está?

J.N.D (1866)




[1] [1] Observe que não há chaves para a Igreja. Não se constrói com chaves, as chaves são para o reino.

[2] [2] Esta é uma prova indiscutível de que o papa não pode ser a cabeça da Igreja, porque se Cristo é a Cabeça, um corpo não pode ter duas cabeças.
[3] [3] É necessário observar que o apóstolo fala somente dos profetas do Novo Testamento.

[4] [4]  Não diz que devemos ser uma epístola de Cristo, mas que, vós “sois carta (epístola) de Cristo”.


[5]  Na primeira Epístola a Timóteo temos a ordem na Igreja, na casa de Deus; na Segunda, a regra a seguir quando a Igreja está em desordem. Nosso Deus tem feito provisão para todas as dificuldades, para que possamos ser fieis e livres de toda iniquidade.


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Será assim um dia.

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