segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Um Corpo


 

Um Corpo.

 

Nas epístolas do Novo Testamento destacam-se com muito brilho a verdade solene e sublime da unidade do corpo de Cristo. Observar esta unidade e expô-la conforme temos na palavra de Deus constitui num dever de todo aquele que se dispõe a ensiná-la. Na epístola aos Efésios a verdade relativa ao corpo, paira em quase todos os seus capítulos, (excetuando apenas a omissão da palavra, o capítulo 6), e em cada um deles, está demonstrado um aspecto importante acerca do corpo.

 

Assim temos:

Efe. 1:23 – A igreja é o seu corpo.

Efe. 2:16 – Reconciliou ambos em um corpo com Deus, por intermédio da cruz.

Efe.  3:6 - Co-herdeiros, membros do mesmo corpo.

Efe.  4:4 – Há somente um corpo.

Efe. 4:12 –A edificação do corpo de Cristo.

Efe. 5:30 – Somos membros do seu corpo.

 

Diante disto, podemos ver que o corpo segundo a avaliação do Senhor é de uma importância enorme e cabe a cada membro do corpo, não só conhecer esta importância, mas também reconhecê-la e vivê-la. Assim sendo, o Espírito Santo fornece no novo testamento, as instruções para o funcionamento do corpo, segundo a vontade de Deus e, em cada uma destas instruções vemos que os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas é o mesmo Deus quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso (I Cor. 125-8).

 

O corpo está bem coordenado e ordenado por Deus na sua palavra, de tal maneira que pode corresponder aos anseios daquele que o coordenou. A coordenação dada por Deus ao corpo tem como objetivo não haver divisão no corpo, mas pelo contrário, que nos membros do corpo haja uma cooperação mútua, em igual cuidado, em favor uns dos outros (I Cor 12:24-26).

 

Agora perguntamos: É isto o que estamos vendo em nossos dias? Qualquer pessoa que deseja ser sincero responderá, não, não é isto o que vemos. Vemos sim uma diversidade de corpos, uma diversidade de espíritos. O que citamos acima de I Coríntios 12 é que os dons, o serviço, as realizações, estes sim são diversos; mas o corpo, o Espírito, o Senhor e o nosso Deus são um, ou o mesmo como queiram, mas o que estamos vendo é exatamente o contrário; e, se é assim, podemos afirmar que não procede de Deus.

 

Neste estudo queremos nos ocupar com a unidade do corpo, e então perguntaremos: o que é unidade? Sei que está pergunta é tão simples que qualquer criança poderá respondê-la, mas a prática do que é unidade não é tão simples assim, basta que olhemos ao nosso redor e logo descobriremos isto. Quando penso numa unidade, penso em algo uniforme, algo que tenha a mesma forma, isto indica que o corpo, não importa onde esteja ele deve ter a mesma forma, deve ser o mesmo, deve ser igual. Se for o mesmo Espírito que está agindo no corpo, Ele está produzindo em cada localidade, um corpo que reflete plenamente, onde for visto, contemplado, a mesma essência, a mesma substância e a mesma qualidade, em outras palavras, em qualquer lugar, onde for encontrado, será também o mesmo corpo.

 

Nós vivemos em tempos difíceis (II Tim. 3:1), Tudo quanto nos cerca faz transparecer as dificuldades destes dias, pois as características do terceiro capítulo de II Timóteo estão presentes. A corrupção tomou conta de tudo e até onde ela não deveria entrar, parece que foi aí que encontrou mais campo para agir. Nada é mais corrupto nestes dias do que aquilo que tem o nome de igreja, o comércio tomou conta da igreja professa.

 

É interessante observar que a palavra comércio aparece apenas 05 vezes na bíblia, sendo 04 em Ezequiel e 01 em II Pedro. As quatro vezes que aparece em Ezequiel está relacionada a Tiro (Eze 27:19; 28: 5, 16, 18, RA) e é uma referência clara a satanás, o Querubim Ungido (Eze 28:13-19).

Em II Pedro 2:3, o apóstolo está a falar de falsos mestres que surgiram na igreja professa, e introduziram heresias destruidoras; Dentre estas heresias, Pedro destaca a libertinagem e com ela o caminho da verdade será infamado ou blasfemado, e a avareza por causa da qual será feito comércio de vós com palavras fingidas.

 

O corpo é sobremodo importante para Deus, eis a razão porque é mencionado primeiro, em Efésios 4:4. Não foi por acaso que o Espírito Santo o menciona ali em primeiro lugar. É impressionante como está ordenada, pelo Espírito Santo, a lista que temos naquele capítulo. Primeiro temos o corpo e por último Deus. Será que o Espírito Santo se enganou? Será possível isto? Dizer sim a estas interrogações é o mesmo que dizer que Ele é como nós; mas, não, o Espírito Santo não se enganou, e nesta parte da escritura está demonstrando que o corpo é um indicador de unidade.

 

Há uma unidade perfeita no céu, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo; a bíblia faz questão de ressaltar que os três são um (I João 5: 7). No evangelho de João o Senhor Jesus deixou bem claro a unidade entre Ele e o Pai. Ele disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jô. 14: 9), e no capítulo 17 apresentou esta unidade como modelo para a unidade dos seus. No verso 11 do referido capítulo Ele diz: “Pai Santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós”; novamente em versos 21 a 23 do mesmo capítulo Ele continua a dizer: “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai em mim e eu em ti, também sejam eles em nós... Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade” Se há uma unidade perfeita no céu, Deus quer manifestar esta unidade em sua igreja na terra.

 

O testemunho da igreja aqui depende de preservar esta unidade, por isso estas palavras acompanham a descrição do Senhor, quando falou de sermos aperfeiçoados na unidade, diz Ele: “Para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste” (17:23). Podemos afirmar que o poder do testemunho está condicionado à manutenção desta unidade. Deus deseja que saibamos a importância do corpo para Ele e o valor que ele dá ao corpo, por isto, a primeira coluna da unidade do Espírito é o fato que há um só corpo. É verdade que este único corpo está estabelecido em muitas localidades e o aspecto geográfico não tem nenhuma influência nele, apesar das diferentes condições e sistemas nos quais existe. Quando no seu sábio conselho, o grande Deus planejou o corpo, ele anteviu o corpo estabelecido nos diferentes lugares e antevendo-o, predeterminou que houvesse uma unidade nele e delegou ao Espírito Santo a incumbência de batizar os salvos e formar o único corpo; e para que isto fosse plenamente cumprido, o Espírito Santo desceu no dia de pentecostes e executou de uma única vez o batismo que forma o corpo único.

 

O Espírito Santo está aqui na terra como o selo desta unidade e quando o corpo estiver completo, ele o levará e apresentá-lo-á  a Cristo (Gen. 24 ; Efe. 1:13,14). Mas alguém dirá: Isto não é possível, tendo em vista a cultura e costumes dos povos. Isto é apenas uma conclusão humana, e esta forma de indagação não anula a vontade de Deus e nem o seu glorioso plano. A verdade relativa à unidade do corpo permanece inalterada e será manifestada, apesar de toda resistência do diabo e dos homens.

 

Outra coisa que precisamos considerar é a responsabilidade do homem, relacionada à unidade do corpo. Na criação, só há uma espécie que pode causar divisão no corpo, e esta é a espécie humana; Ao homem Deus deu um enorme privilégio, não só no que se relaciona à criação, mas, muito mais no que está relacionado ao corpo. Se o ato de dividir o corpo só pode ser conseguido através do homem, (o que seria um agravo ao Senhor), preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz é um dever que Deus deu ao homem, e isto deve ser feito com muito empenho e esforço. Existe muita preocupação em haver divisões em certos sistemas denominacionais, (o que por si só já é uma divisão do corpo), enquanto por outro lado, preocupa-se muito pouco com a unidade do corpo, pois, externamente o que se vê dele é que está totalmente dividido. Qual a explicação que temos para tantos nomes denominacionais? A única resposta sincera que poderemos dar para esta questão é que o corpo está dividido externamente em nomes que os homens usurparam da própria Palavra de Deus, para construir o sistema denominacional existente, sob a alegação tola de que precisam de endereço, para que posa ser conhecidos e encontrados.

 

Alguém certa vez me perguntou: Como posso saber que há uma casa de oração em Gama, se lá onde vocês reúnem não há o seu nome escrito? A resposta para esta indagação, só poderá ser dada com outra pergunta semelhante: Você procura casa de oração ou a igreja de Deus? Eis a questão! Quando procuramos um lugar para reunir, o que procuramos? A igreja de Deus, a casa de oração ou nome qualquer. A casa de oração não é a igreja de Deus. A igreja de Deus é a comunhão dos salvos por Nosso Senhor Jesus Cristo. A casa de oração faz parte de um outro concerto, um concerto feito entre o Senhor e o povo de Israel que no milênio será estendido a todos os povos (Isa 56: 6,7; Zac. 14:16-21). Não é nosso propósito aqui falar disto, nosso tema é a igreja de Deus, o corpo de Cristo.

 

Prosseguindo com as considerações sobre o corpo, faz-se necessário mencionar as responsabilidades que temos de não fazemos divisões nele, sob qualquer argumento. O primeiro aspecto que merece a nossa consideração diz respeito a sua unidade. O número UM é indivisível, e foi o número que Deus deu ao corpo, por isto no plano espiritual é impossível fazê-lo, dividi-lo. Podem acontecer as coisas que vemos, isto é, irmãos separando-se, escândalos e mais escândalos, pode haver divisões entre os homens, mas o corpo de Cristo permanece sólido, indivisível. Os acontecimentos relatados em I Coríntios capítulos 1 e 3 são sobremodo tristes. Paulo ensina-os a não proceder assim e mostra-lhes que os sintomas destes acontecimentos são sintomas carnais, não procede do Espírito e, portanto, não pode afetar o plano de Deus. De posse deste conhecimento dirigi-lhes uma salutar indagação: Acaso está Cristo dividido? Está pergunta constitui a base de tudo. Cristo é indivisível. Em capítulo 3 de I Coríntios, Paulo fala do andar segundo os homens, e este andar diz ele, traduz-se por divisões. Nos desígnios de Deus, Paulo plantou, Apolo regou, mas quem deu crescimento foi Deus (I Cor. 3:6,7), portanto, nem o que planta nem o que rega é coisa alguma, mas Deus que dá o crescimento. Estas coisas estão assim expostas e ordenadas para mostrar aos homens a sua fraqueza e inutilidade e que dependência será a única atitude sábia que ele possa demonstrar.

 

A questão do corpo como está nas escrituras, deve ser preservada por todo aquele que serve ao Senhor, alterá-lo ou modificá-lo, revela desobediência e insensatez. Aonde quer que encontremos uma igreja de Deus ela estará sendo uma testemunha do Senhor e estará testificando da unidade do corpo, e jamais deixará transparecer a ideia de muitos corpos, ou até mesmo de corpos individuais, pois se isto acontecer, ela não será uma igreja de Deus e sim uma igreja professa. O Espírito Santo que atua no seu seio deve ser reconhecido como o mesmo e um só Espírito em todos os lugares onde o corpo está representado. O corpo é um só e diferenças entre localidades devem ser apenas geográficas, espiritualmente, devem ter a mesma direção, a mesma essência, substância e conteúdo; este é o principio do um só corpo, como está em Efésios 4:4.

 

O FUNCIONAMENTO DO CORPO.

 

Em Romanos 12:4, 5 e I Coríntios 12, o Espírito Santo ensina que há diversidades de membros, mas há um só corpo, também que os membros não têm a mesma função, embora tenham diferentes dons (Rom. 12:6), mas isto não divide o corpo, pelo contrário, o une ainda mais. O que causa divisão no corpo são as atitudes carnais (I Cor. 3:1-9) e coisas da carne, tais como: avareza, egoísmo, prepotência, etc. Se um membro está vazio, estará em condições de ser cheio, mas se está cheio de si mesmo, não há o que fazer. Diz a palavra de Deus: “Humilhai-vos na presença do Senhor e ele vos exaltará (Tia. 4:10)”.

Neste sentido há no velho testamento uma lição assaz preciosa, ela está descrita em II Reis 4:1-7. Eliseu encontra-se com uma mulher dos discípulos dos profetas; Esta mulher coloca perante ele a sua triste situação, certamente Eliseu ficou compadecido dela e pergunta-lhe: “Que te ei de fazer? Dize-me o que tens em casa” A resposta é simples e objetiva: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Que situação maravilhosa! Alguém pode questionar: Não ter nada em casa exceto uma botija de azeite é maravilhoso? Para o coração carnal pode ser desesperador tal situação, mas o coração espiritual se deleita em tal condição, pois sempre age no principio da fé.

O azeite nas escrituras é símbolo do Espírito Santo, é dele que o servo do Senhor precisa, ele é a fonte de tudo, e ele só pode encher vasos vazios; portanto, há quatro coisas nesta passagem dignas de nota.

1-                 Uma serva vazia (não tinha nada em casa). Não possuía nada em que descansar e nem para distrair seu o coração, dependia totalmente de outro, dependia do Senhor para a solução do seu problema, estava vazia, mas também estava em condições de ser cheia. Esta é uma característica daqueles que serão úteis ao Senhor, os cheios não podem ser usados por ele.

2-                 Eliseu disse: pede emprestado aos teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. (Disposição para o serviço). Aqui temos em figura a esfera do nosso serviço. Se estivermos cheios não necessitamos de recorrer a ninguém, mas estando vazios, necessitamos ir aos outros, isto nos fala do testemunho. Outra lição encontramos aqui com referência a nós mesmos: Será em vão gastar o nosso tempo com aqueles que estão cheios, com aqueles que não dão valor a palavra de Deus, com aqueles que preferem mais as suas tradições do que a verdade de Deus. Devemos esforçar o máximo possível, aproveitar todo o nosso tempo, para encher vasos vazios, vasos que almejam ser cheios. Tudo o mais pode parecer bonito, organizado, completo, mas não passará disto. O Senhor só será glorificado onde houver vasos vazios, vasos que ele pode encher, assim como esta mulher que não possuía nenhuma capacidade, nenhuma possessão, apenas seus dois filhos, mas reconhecia que era devedora. Disse o apóstolo Paulo: “Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rom. 1: 14). Somente assim seremos cheios do Espírito Santo.

3-                 Obediência (Não duvidou das palavras do profeta). Ela não questionou a instrução de Eliseu, não fez das suas fraquezas e da própria situação um obstáculo, não! Ela prontamente atendeu a indicação do profeta, confiou nas suas palavras. O Senhor apenas exige que creiamos nele, “Sem fé é impossível agradar a Deus (Heb. 11:6)”, é um principio imutável, podemos até mesmo não entendê-lo, mas é o principio de Deus. Portanto, em relacionarmos com o Senhor, a exigência que nos é requerida é: obediência total e irrestrita a sua preciosa palavra.

4-                 O Azeite parou (quando cessam os vasos vazios, O Espírito não tem o que encher). Eis um fato digno de ser observado por todo aquele que pertence ao Senhor. Assim que acabaram os vasos vazios, o azeite parou; enquanto apareciam os vasos vazios o azeite jorrava e enchia um após outro e não derramou pelo chão, cessado estes, o azeite parou, porque não havia mais vasos a encher. Devemos lembrar que Deus ordena que tudo seja feito com decência e ordem (I Cor 14: 40) e ele mesmo dá o exemplo. Isto é uma linda figura da ação do Espírito Santo na igreja de Deus. A sua ação restringir-se-á apenas aos vasos vazios, enquanto existirem em cada igreja, nas várias localidades onde está, o Espírito os encherá, acabando-os ele cessará. É isto que temos em Romanos 12 e I Coríntios 12, cada membro é usado pelo mesmo Espírito, embora as funções que realizam não sejam as mesmas; entretanto, o corpo é edificado e o Senhor glorificado. Ouçamos também Efésios 4:15, 16: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para edificação de si mesmo em amor”.

 

A IGREJA É A PLENITUDE DE CRISTO (Efe. 1:23).

 

O Espírito Santo faz uso no novo testamento de palavras que revelam uma enorme grandeza, para falar-nos da igreja de Deus. Nesta parte temos a palavra plenitude. Segundo o dicionário da língua portuguesa Aurélio esta palavra significa o que é completo, perfeito, absoluto, repleto, inteiro, cheio, cabal. Estas expressões somente a graça de Deus poderia usar em referência a igreja, e, ainda mais, tudo isto em ligação com o Senhor Jesus Cristo, que é a cabeça do corpo.

Nesta associação a sabedoria humana desvanece, pois não tem como perscrutar as profundezas do Espírito. A parte que toca ao homem redimido é apreciar e tomar posse daquilo que a bendita graça de Deus fez em favor dele e nesta apreciação abrir o seu coração em gratidão e adoração ao Senhor pela sua infinita misericórdia e graça demonstrada em favor dele. Podemos exclamar com o apóstolo Paulo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”

 

A IGREJA É O EDIFÍCIO DE DEUS (Efe. 2:20-22; I Cor. 3:9).

 

Em vários lugares do novo testamento está destacada esta verdade. Em I Coríntios 3:16, 17; 6:19; Efe. 2:21, nós somos Santuário de Deus; Em Efe 2:22, somos morada ou habitação de Deus; Em II Cor. 6:16, somos santuário do Deus vivente; Em I Tim. 3:15, somos a casa de Deus, preciosa verdade. Pois bem, quando se pensa num edifício, pensa-se num projeto do mesmo edifício e então inclui-se aqueles a quem serão delegados a obrigação, tanto do projeto, como da execução do projeto. O projeto de Deus não foi diferente. O Pai projetou, O Filho executou, e ao Espírito Santo foi delegada a missão de reunir os salvos e formar o edifício. Quando Deus quis um tabernáculo, ele deu a Moisés o projeto dele, quando Deus planejou a igreja, também forneceu a planta dela. Em Efésios 5:27, ele apresenta as características dela. Diz a palavra de Deus: “Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém, santa e sem defeito”.

Este edifício não está completo, ainda está em construção e somos advertidos em I Coríntios 3, sob a forma como construímos nele. O apóstolo Paulo diz nesta parte que como prudente construtor lançou o fundamento e cada um veja como edifica sobre ele, pois, diz ele: Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Portanto, a construção está agora sob a nossa responsabilidade, e os materiais que usamos nesta construção está sendo analisado pelo Senhor e será julgado por ele. Diz Paulo que este julgamento dirá se fomos aprovados ou reprovados. Ele não está a falar de perdição e salvação, mas está a falar de galardão. Ele diz que os reprovados sofrerão dano, mas serão salvos como que pelo fogo. Nesta construção, jamais devemos agir pela razão ou por emoção, nem ainda por tradição, e muito menos porque Fulano ou Sicrano fez assim. Os princípios que devem guiar-nos são os princípios de Deus, os nossos semelhantes só podem ser imitados, quando imitam o Senhor (I Cor. 11:1), em nenhuma outra circunstância devem ser imitados por nós. A expressão “cada um veja como edifica” adverti-nos sobre este perigo; Muitas divisões e muitos escândalos teriam sido evitados se este principio tivesse sido observado.

O servo do Senhor é responsável diante dele pelas verdades que lhe foram confiadas (Mat 25:14-30; Lucas 19:13-26); deixar de observá-las sob qualquer pretexto, não será uma atitude sábia; a verdadeira sabedoria é manifesta na obediência total e irrestrita a palavra de Deus. Que sejamos fiéis ao nosso Senhor.

 

A IGREJA É A LAVOURA DE DEUS (I Cor. 1:9).

 

A expressão lavoura de Deus como está em I Coríntios 3:9, traduz uma palavra grega que segundo alguns eruditos naquela língua significam: “Terra cultivada, campo de trabalho”. Quando pensamos em cultivo, encontramos muitas incidências desta tarefa tanto no Velho Testamento, como no novo. As palavras plantou e plantar aparecem 19 vezes nas escrituras (RC),  sendo a primeira vez em Gênesis 2: 8: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do oriente: e pôs ali o homem que tinha formado;” e a última em Lucas 20:9: “E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo.”O primeiro homem que temos nas escrituras plantando foi Noé, Gênesis 9:20: “E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha.” Outra palavra que aparece e faz parte do processo é a palavra Ceifa. Plantar é o primeiro ato, ceifar é o último. Temos 10 ocorrências desta palavra na bíblia (RC), e a primeira é em Isaías 9:3: “Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste: todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos;” e a última encontra-se no evangelho de João, numa passagem bem conhecida: “Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa.” Ainda encontramos muitas outras ocorrências de palavras correlatas que indicam a mesma coisa, palavras que não apontaremos aqui.

Pois bem, como o parágrafo acima indica, a igreja é a lavoura de Deus. Gostaria de chamar a atenção do leitor para este fato – DE DEUS.

Cada pessoa que planeja plantar uma lavoura sabe como irá conduzir todas as tarefas até a ceifa; e cada trabalhador contratado para fazer parte do trabalho, deverá seguir as instruções do proprietário da lavoura. Se Deus é o dono da lavoura (que é a igreja), será que Ele não planejou nada para ser executado durante a sua edificação? Será que os trabalhadores podem trabalhar como quiserem como acharem melhor, ou ainda, conforme suas convicções? Quero chamar a vossa preciosa atenção para este aviso: “veja cada um como edifica sobre ele” (I Cor. 3: 10). Deus tem sim um projeto para edificação da sua igreja, Ele forneceu, por sua infinita graça, um modelo, e este modelo está em o novo testamento.

Gostaria novamente de requerer sua atenção para o exemplo que temos do velho testamento, naqueles dias em que Moisés foi comissionado por Deus a construir um tabernáculo; como inúmeras vezes lemos nos capítulos 39 e 40 de Êxodo a expressão: “Segundo o Senhor ordenara a Moisés.” Se o tabernáculo recebeu tais cuidados do Senhor, imagine a igreja que Ele comprou com o sangue do seu Filho! O preço que Ele pagou é incalculável. Como diz o hino 536 dos hinos e cânticos: “E como a tua igreja, a resgatar ainda, qual pérola pura e linda, aqui pudeste ver. Assim de amor por ela, das ricas regalias, das honras de Messias quiseste prescindir, cedendo-as prontamente, o campo tu obtiveste; a tua vida deste pra jóia possuir. Foi puramente a graça que atribuiu beleza Àquilo em que torpeza só se podia ver; não como em si ela era tu a consideraste, mas como a tencionaste por tua mão fazer”.

Quero novamente chamar a tua atenção para isto: O Senhor quer cultivar a sua lavoura segundo a sua soberana vontade e também segundo os seus direitos adquiridos; Ele a comprou, ela é chamada de “sua igreja”; portanto, não devemos ser como aqueles trabalhadores de Lucas 20: 9-16. O Senhor espera que sejamos fiéis no cumprimento do nosso dever e que trabalhando na sua lavoura possamos procurar estabelecer em tudo a sua vontade. Já temos mencionado de João 17 que a sua vontade é que eles sejam um, que sejam aperfeiçoados na unidade. Então esforcemo-nos para fazer com que a lavoura de Deus possa produzir estes frutos e assim permitir que o mundo conheça que o Pai enviou seu filho ao mundo. Quando pensamos em Deus Pai enviando seu Filho ao mundo, devemos lembrar que João nos ensina que este ato tem também outra finalidade, diz ele: “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” (I Jo 4:9). Se na verdade vivermos por Ele, a lavoura será cultivada para sua glória e honra. Amém!

J. B. C.

    

 

 

 

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Será assim um dia.

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